~ Capítulo 42 ~

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então só pra vocês não acharem que eu sou preguiçosa e por isso não escrevo, é que eu trabalho pessoal, loucura né, e adivinha, a a tia aqui é professora. ironia, já que vive indo um monte de coisa errada nos textos, mas não me julguem, sem tempo irmãs.

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O objetivo estava na galeria, bebendo e fumando tranquilamente, enquanto eu tentava não descartar o Park agora mesmo, como se fosse um copo de papel que eu só pudesse amassar quando quisesse. Não era uma armadilha, já esteve em algumas antes, o cheiro suspeito no ar, era da sua própria insegurança, não ia relaxar tão cedo.

Estava difícil forcar a concentração, os sentimentos conflitantes numa luta interna, abandonar essa missão, concluir seu dever. Quebrar um braço de Park, assumir que Anthony estava dificultando sua mente desde o momento que cruzaram os olhos quando ela estava pronta. Olhos tão bonitos, as mãos dele ficaram agitadas quando passou por ele.

"Quanto tempo ele levaria para tirar aquele vestido dela, ele tiraria a faca e as duas armas presas em sua coxa, ou só tomaria ela daquele jeito mesmo. Com certeza seria mais rápido naquela tarefa, do que se livrando das algemas"

O último pensamento a fez rir, na hora certa pelo jeito, Park estava forçando a risada para nosso amigo da boate. Jonh estava muito bonito, extremante desconfiado, e eu estava bem fudida.

- Eu te conheço. – Jonh pegou em minha mão, levando até os lábios.

- Acho que não me apresentei no dia que me ofereceu carona, Jane – O melhor sorriso forçado.

- é um grande prazer vê-lá, embora seja uma surpresa. O que faz com esse senhor?

Jonh cuspiu as palavras, de uma forma tão passiva-agressiva, que pude ouvir quando Park engoliu seco. Babaca chorão, ainda iria arruinar tudo com aquele medo. Acho que ele ainda não entendeu que vai morrer de qualquer forma, mesmo que n''os tentássemos, ele é um traidor, traidores morrem, e ele estava a um passo da vala. Seria trágico, se seu histórico criminal não dissesse que já vai tarde. De qualquer forma, todos voltam a ter os olhos tomados por uma inocência involuntária e falsa quando estão prestes a colher o que plantaram.

- Sou advogada dele, vim ser testemunha de uma transação, e acompanhante.

Pouco convincente, mas Jonh somente assentiu.

A conversa se seguiu entre os dois, Jonh pediu para os dois homens que estavam com ele, seguranças, nos fazerem companhia enquanto ele falava com o "chefe" como ele se referiu. Claro que aquela companhia era só uma garantia de que Park não correria para longe, coisa que estava estampada na cara dele que queria fazer, parecia um ratinho assustado, internamente aquele desespero dele me divertia muito. Para quem estava tão a vontade a ponto de se aproveitar da situação para me tocar, agora só faltava se encolher atrás de mim como se eu fosse sua mãe.

Pelo ponto, Leon e Tony ouviram a conversa, e Leon seguiu Jonh pelo salão. Aparentemente o chefe estava na galeria de cima, mas Leon foi impedido de subir as escadas, os garçons ali eram diferentes, aparentemente o próprio Apolo havia colocado pessoas de sua confiança. Estávamos fudidos.

Os planos estavam constantemente mudando, e eu já estava pensando na minha próxima estratégia, quando Jonh passou por nós, simplesmente nos convidando para subir, tão fácil, tão perigoso, Leon me avisou que lá em cima eu estaria por minha conta e não tive opção além de subir a chique escadaria até ao meu alvo, ou armadilha, de fato, eu estava entrando na cova dos leões, e não era nem de longe parecido com Daniel.

Eu amansaria ou mataria. Eu por eu.

Mas Anthony tinha aprendido muito comigo, e como um carrapato, ele grudou em mim no segundo que cheguei no segundo andar, uniforme novo e um crachá com um nome que mal tive tempo de ler e processar.

- Boa noite senhorita, aceita uma bebida? – Atônita, assenti.

Alguns minutos se passaram, onde ficamos sentados num canto, entre muitos homens conversando todo tipo de obscenidade, em várias línguas diferentes, como se a turminha da torre de babel tivesse se reunido depois de um dia de trabalho.

Muitas referências a bíblia, talvez minha morte esteja chegando.

Tony apareceu com a bebida, e um bilhete mal escondido foi me passado junto com a taça de champanhe.

"não bebe, mas aceita, Jane é fraca para bebida"

Um plano tão idiota desse, talvez funcionaria. Enquanto os homens em volta faziam piadas, muitos me olhando, eu sorri e aceitei todas as bebidas que deixaram a planta ao lado do sofá em coma alcoólico. Fui mudando o tom de voz, me soltando, me deixando ser guiada, transitando em colos que me causavam repulsa, mas a garota bêbada não se incomodaria em ser passada como um cigarro na mão de uma roda de adolescentes.

Park havia de fato bebido, e estava bêbado demais. Coitado, pelo menos assim seu fim não doeria tanto. Percebi que um dos homens nunca bebia, o mais alto e velho de todos, me parecia estranhamente familiar. Ele dava as ordens a todos, e bastou levantar a mão para que rapidamente todos ficassem atentos e parassem a farra, mas essa seria minha hora. Comecei a fingir uma ânsia de vomito sentada no colo de um homem aleatório, me agarrar a ele e pedir ajuda, o pânico dele era tanto, que rapidamente todos estavam olhando, até que aquele que eu já havia entendido ser o chefe, muito, muito, provavelmente Apolo, chamou um dos funcionários e pediu para me acompanhar, Anthony correu e fingiu incomodo leve mas começou a me arrastar para um dos corredores do segundo andar.

- Tali, aquele cara..

- Eu sei

- Ele sabe quem você é, Lionel está aqui.

Foi assim que eu soube que alguém morreria aquela noite, e provavelmente seria eu.

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⏰ Última atualização: Jul 11, 2023 ⏰

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