~ Capítulo 2 ~

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Ainda de olhos fechados, vou sentindo meus pulmões se enchendo de ar novamente, também sinto areia entre meus dedos das mãos, aperto aquela areia seca que vai escorrendo aos poucos...

”Zimmmmmm”


Este era o som irritante que ouvia, não escutava nada além daquilo, todas partes do meu corpo doíam, pernas, braços, pescoço...eu mal conseguia me mover...

Logo começo a torci, senti um gosto de ferro vindo a minha boca, que merda é esta? Aonde eu estou? Vou movendo meus pés lentamente, logo assim, abrindo meus olhos. Um feixe de luz invade minha visão e rapidamente, como reflexo, fecho meus olhos novamente.

Minha cabeça toda doía, eu sabia que precisava me levantar e tentar entender o que havia acontecido comigo. Vou arrastando aos poucos uma de minhas mãos em direção aos meus olhos, apenas para servir para cobrir contra a luz. Minhas mãos estavam tremulas de tanta dor que sentia...

Como ainda estou vivo?

Zimmmmm


O barulho continuava...

Como um tipo de aba improvisada com meus dedos, fui conseguindo enxergar novamente aos poucos.

Minha visão estava embaçada, não conseguia distinguir o que havia em minha volta. A poucos segundos atrás eu estava em um corredor completamente vazio, agora estou em um lugar que não consigo enxergar bem.

O cheiro de fumaça misturado com sangue era bem evidente...tento, mesmo me contorcendo de dor, me virar de frente para um borrão azul. Minha coluna acaba doendo mais ainda, não...não apenas doía, mas também estava ardendo.

Aquela areia era quente, aquele clima era quente, o ar era...eu sentia gotas do meu suor escorrer pela minha testa.

Minha audição foi se normalizando, lentamente, escuto sons de pássaros cantando, era um canto bonito, mas também agonizante, era como se aquele pássaro não estive perto de mim, só que não estava tão distante. Escuto...

Kai...”


Uma outra voz desta vez, não era reconhecível para mim, mas era uma voz de um garoto, em meio de ecos. Como se fosse uma voz vinda da minha cabeça.

“Kai...”


Aquele clamor pelo meu nome continuava...eu tento localizar de onde vinha aquela voz, olhando para os lados lentamente, meio que eu estava desesperado, flashbacks rápidos passavam em minha mente, daquele avião...de tudo que ocorreu, como se eu revivesse tudo aquilo novamente.

A dor na minha cabeça aumentava, era como se algo tivesse martelando dentro de minha mente, repetidamente...

“Kai...por favor...”

Essa voz aos poucos foi se tornando um choro, não um choro escandaloso, mas um choro de preocupação...olho para um lugar e minha visão vai se focando, meu olhar fica espantado com o que vejo...

ATRAVÉS DA ESPERANÇA - Kai Jong-inOnde histórias criam vida. Descubra agora