ATRAVÉS DA ESPERANÇA - Kai Jong-in

~ Capítulo 25 ~

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Alguns minutos antes do Kai chegar...
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- Então você me quis mostrar aquilo porque achou que seria legal ver o ciclo da vida? - Estávamos de volta no avião, eu estava sentado no chão enquanto o Mateus estava ao meu lado, ele abraçava os seus joelhos enquanto me observava.

- Sim. - Ele sorri.

- Ainda bem que era um animal, porque se fosse um ser humano nascendo eu te dava era um tapa! - Ele solta uma risadinha pelo nariz.

- Porque?

- Já viu um bebê recém-nascido?

- Não me lembro se vi...

- É verdade..., mas bom, parece uma espécie de extraterreste, tipo uma coisa muito gosmenta. Não sei explicar, um dia minha mãe foi me mostrar um vídeo de um recém-nascido e eu quase vomitei. - Ele solta uma gargalhada baixa. - Mas as vezes dá dó daquelas crianças.

- Por qual motivo você sente dó? - Seus olhinhos cintilavam ao me olhar, este ato até aquece meu coração...

- Hormônios rapá! É a pior coisa que pode existir nesta vida.

- O que é hormônios?

- O pior pesadelo de qualquer um. Para muitos pode ser legal começar a se barbear, pior que tem outros que nem se barbeiam e parecem que tem uma centopeia peluda em cima da boca. - Faço meu dedo representar um bigode. - Ah! Eu sou um ADULencente! Descoladixxxxmos! Só porque tenho uma tarântula grudada na cara. - Mateus não se aguentou e começou a gargalhar alto, até envolveu seus braços em sua volta. Eu apenas dou um sorriso de canto, assim voltando à minha posição normal.

- Sério?

- Tem pior! Sua pelezinha de bebê acaba, tem pessoas que ficam com o rosto delas parecido as ruas perto da minha casa, CHEIO DE BURACOS! - Percebo que o Mateus continuava rindo tanto, mas tanto, que até uma lágrima de alegria escorre pela sua bochecha. No automático, meus dedos se direcionaram a bochecha do mesmo, assim secando aquela lágrima. Suas risadas vão diminuindo...enquanto meus dedos já não me obedeciam mais, ficavam fazendo um leve carinho no rosto dele, enquanto minha boca de inclinava para o lado, dando assim um sorriso meio bobo.

-L-Lu-Luis? - Pisco assim acordando daquele momento hipnotizante. O que você estava fazendo Luis? O QUE TU PENSAVAS QUE ESTAVA FAZENDO? PERDEU A NOÇÃO DO PERIGO? Distancio minhas mãos do rosto do mesmo, assim abaixando minha cabeça, enquanto contraia minha testa.

- Desculpa Mateus, droga...nem sei se você ainda quer ser chamado de Mateus. - Sinto uma mão se entrelaçar com a minha, arregalo meus olhos, assim virando minha cabeça para o lado. Vejo então que Mateus estava levemente corado, dando assim um sorriso delicado.

- Pensando bem...este nome nem é tão sem sal assim. - Nossos olhares estavam fixados um no outro. Meu coração? Estava tão acelerado que eu nem sabia mais se estava fora da realidade ou no mundo real, minhas bochechas esquentaram fortemente quando vi que o olhar de Mateus desceu em direção aos meus lábios...eu estava paralisado, não sabia como reagir ou o que fazer. Então o mesmo começou a se aproximar, enquanto abaixava suas pálpebras...ALERTA! ALERTA!
Ainda de olhos abertos pego uma leve distância do mesmo, logo seguro em seu ombro, assim, o parando. Ele abre seus olhos, me encarando um pouco confuso...eu não sabia o que dizer...então...falei a primeira coisa que veio em mente.

- UNO! - Ele se assusta com meu grito, assim se distanciando para trás.

- O que?

-Uno! Você falou que encontrou Uno, não foi? Vamos jogar então! - Mateus vai dando um sorriso meio que desanimado.

-Claro! Se é o que você quer. - Ele se levanta e logo caminha para depois da cortina de lã azul...porque me sinto culpado e confuso? Eu...só queria evitar que algo pior acontecesse, tipo esse clima estranho entre a gente. Tu fizeste borralheira Luis! Fez borralheira! Mateus logo vai voltando, segurando em sua mão algumas cartas de Uno. - Aqui Luis! Eu trouxe o- sem mais e nem menos, Mateus tropeça com seus próprios pés. As cartas voam pelo o ar e....ele cai por cima de mim...senti sua respiração perto do meu pescoço, logo assim me causando um arrepio.

- SAI DE CIMA! SAI! - Grito, percebo que Mateus fica desesperado e logo vai se sentando em meu colo.

- DESCULPA! DESCULPA! - Isto me causa uma espécie de choque interno inexplicável, sinto minha cara toda esquentar. - Me desculpa realmente Luis! - Seguro em seu quadril, tentando fazer com que ele ficasse quieto! Logo percebo um olhar sobre nós dois...

Vou lentamente olhando para a saída do avião e...

Deus!....um papo sério aqui...o senhor podia ter mandado um meteorito em minha cabeça, um caranguejo para beliscar a gente, MAS MANDOU MEU IRMÃO???? QUE POR CIMA AINDA NEM SABE QUE SOU GAY? Respira Luis...respira....

- K-Ka-Kai...?