ATRAVÉS DA ESPERANÇA - Kai Jong-in

~ Capítulo 22~

“O cabelo…é um bem tão precioso para um ser!

O cabelo ou…a cabeleira, pode ser modificado, ter várias formas e tamanhos, ou também pessoas não podem ter cabelo.

O humano, ser humano...um corpo, um indivíduo...há tantas formas para se referir ao certo alguém...

Porque na maioria das vezes, quando falamos de cabelo todes pensam em mulheres? Como se fosse um selo registrado, como se.…isto já fosse o que definisse um ser mulher. Estranho não? Como colocamos tantos significados em apenas uns fios colados em nossa cabeleira?

Para alguns é capaz até de ser uma resposta de um ser superior, Deus...fazem até promessa. (Não cortarei o cabelo do meu filho até tralalalalala). Tudo é questão de crença...não é?

Basta ter fé em algo para ser importante. Igual como temos fé no dinheiro, já parou para pensar o porquê aquele simples papel tem tanto valor?

Nós mesmos que damos valor a aquela coisa insignificante, se a sociedade confia, é de valor! É engraçado isso....

Outros acreditam que o cabelo quando é cortado, significa que o ser amadureceu...

E você? Em que acredita? Em que confia?

Para mim...foi ensinado que o valor de uma mulher está na beleza, cada fio tem que estar no seu lugar, para mim...meu cabelo significava algo! Era como se toda minha história estivesse ali...colada na minha cabeça. ”

○

Com meu capuz em minha cabeça, vou entrando em meu quarto. Aquele vazio....silencioso....em tons escuros e fechados...quarto...

A cortina proibia de a luz do sol entrar, o ar estava abafado, apenas...liguei aquele ar condicionado e me joguei contra a cama. Pressionando meu rosto contra o travesseiro, tentando me forçar ao máximo que não abrir os olhos, somente para o poder experimentar uma amostra grátis da morte.

Em minha mente, voltava as minhas memórias...memórias que quando estávamos neste quarto e você gritou que gostava de mim. Era como se você quisesse colocar em minha mente de uma vez que você era, de toda maneira, louco por mim...

Não sei como eu mexia com sua cabeça, mas sei que você me deixava louca com seu olhar! Não sei como conseguia te fazer sorrir, mas sei que meu coração se aquecia ao seu lado...

Sinto meu ar se acabando, logo assim me distancio daquele travesseiro, então vou recuperando meu ar.

Eu estava ofegante, estava...tentando lutar para viver. Somente...tentando....

○

“Desenho neste exato momento novamente uma silhueta humana. No qual não consegue distinguir se é homem ou mulher, um ser...

Este corpo estava apoiando suas mãos contra uma tela invisível, como se estivesse preso, como se ele apenas pode-se observar o que estava a acontecer por fora daquela parede, sem poder fazer muita coisa a não ser.…existir. E sem motivo algum...continuaria lutando para poder viver.

(Morrer é nada, passado,
Mas a vida inclui viver
A morte multiplicada – sem
O Alívio de morrer- Emily Dickinson)

Viver...é uma poesia...”

○

Olho para ao meu lado e assim vejo aquela capa de violão preta encostada na parede e em cima dela...um bilhete...

Me levanto olhando intrigada para aquilo, assim me direcionando para aquele objeto. Pego o papel e...

“Você vai rir. E chorar. E se sentir abraçada. E vai chorar de novo. Mas vai olhar para si mesmo com carinho. E entender que a vida é sobre ciclos que começam todos os dias, em muitos lugares, com pessoas diferentes. Você vai se sentir confortado. Mas antes, vai doer um pouquinho. – Citação do livro: Textos Cruéis Demais Para Serem Lidos Rapidamente! ”

Taehyung?...

Um leve sorriso de canto surgiu em meu rosto, dobro aquele bilhete novamente e o guardo em meu bolso. Assim vou abrindo o zíper daquela capa, logo vendo aquele lindo e marcante violão, com sua cor chamativa vinho! Pego o mesmo e vou me sentando na cama, tento copiar a posição que vi o Taehyung ficar ao tocar este instrumento.

Logo assim tocando a primeira nota. Nossa...nunca toquei isto, não sei nem por onde começa....

Em minha mente começa vir aquela melodia...Future Days...mexo meu corpo, levemente de um lado para o outro, fecho meus olhos e assim vou me imaginando tocando este violão....

“Se algum dia eu viesse a perdê-lo....
Eu certamente perderia a mim mesmo...
Tudo o que eu encontrei, querida...
Eu não descobri sozinho...”

Esta música...ele cantou para mim...Taehyung cantou para mim? Não...ele não cantou...apenas, por acaso do destino, ficou me olhando as vezes. Aquela imagem dele, sorrindo enquanto cantava e tocava, ao me lembrar do seu olhar passeando pelo meu rosto...

“S/n?”

Me assusto, assim vou abrindo meu olhar, logo voltando para a realidade....