~ Capítulo 18 ~

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- Calma, minha querida!

- Como vou me acalmar araya? - Eu estava de volta a minha oca e com meus braços cruzados, andava de um lado para o outro sem parar. Sentia tanto ódio, que estou descontando a raiva em meus passos contra a terra. – Me casar? Eu não possuo idade para me casar. Não preciso me prender a homem algum!

- Sim, sei disso Jeyse, mas você precisa se sentar e se acalmar.

- Ele quer que eu me case com o Lionu? Aquele galinha? Peço até perdão as galinhas por ofender elas.

- Jeyse...

- Eu preciso de liberdade! Ele só está me prendendo mais ainda a este local. Araya eu sou da floresta, sou uma garota livre! Escute os cantos dos pássaros, eles são livres! – Me sento ao lado dela na rede feita de cipó. - Quero ser um pássaro!

- Um pássaro?

- Sim! O que adianta ter este rito se não posso cumpri-lo por conta de um homem?

- Querida...- ela respira fundo- seu tuba está mesmo passando dos limites, mas não há nada que você possa fazer. Case-se com ele para o bem da tribo. - Olho espantada para araya.

- Até a senhora? – Até a pessoa que eu mais confiava estava me pedindo este absurdo.

- É necessário para a paz entre nós. – Me levanto rapidamente depois deste absurdo que ela me falara.

- Não! - Retruco. – Não vou me casar com ele!

- Jeyse, você precisa entender que este casamento pode ser de apenas um laço de comunhão entre duas tribos separadas. Imagine a Mayura voltar a morar na tribo conosco. Você não gostaria?

-Eu...- vou dando alguns passos para trás, em direção a saída de minha oca. - EU NÃO VOU ME CASAR CONTRA MINHA VONTADE! – Me viro de costas para araya, assim saindo correndo daquele local.

“JEYSE”

Escutei ela gritar, mas não me importei, apenas continuei a correr sem rumo a dentro daquela floresta. Vou tirando aqueles galhos, folhas, tudo que era possível para atrapalhar meu caminho! Minha respiração estava começando a ficar ofegante, nunca consegui correr tanto em minha vida quanto agora. Meus batimentos estavam rápidos, eu os escutava, eu os sentia forte como nunca. Começo a escutar alguns passos apressados atrás de mim, vou virando meu olhar para trás e vejo que alguns homens de minha tribo estavam a me perseguir.

PARE JEYSE!”

Continuei, nunca desobedeci um ser se quer que seja que frequentava o mesmo ambiente que eu. Ainda olhava para trás, apenas torcendo para não bater de cara com algum tronco de árvore em meu caminho. Quando viro para frente...me esbaro em algo…não era forte e rígido que nem um tronco e sim era macio, tão macio que acabou amortecendo a minha queda.

Ai...”

Vou levantando meu olhar para saber quem era que estava em baixo de mim...e vi...um garoto! Parecia estar bem machucado por conta de algo, seu tom de pele era branca e seus olhos eram castanhos escuros...

Ali está ela! Vamos! ”

Droga, se eu deixa-lo aqui irão leva-lo como refém ou uma presa...Então me levanto rapidamente, logo segurando na mão do mesmo. Ele não falava nada, apenas ficava me encarando confuso, sendo que não me importei muito, logo vou o puxando com a pouca força que eu tinha e seguimos correndo.

Ei! Ei! Espera”

Não o respondi, continuei correndo olhando para os lados. Precisava de um plano para despista-los, mas aonde eu poderia me esconder com um completo estranho?

ATRAVÉS DA ESPERANÇA - Kai Jong-inOnde histórias criam vida. Descubra agora