ATRAVÉS DA ESPERANÇA - Kai Jong-in

~ Capítulo 9 ~

Sentada ao sofá acolchoado eu estava.

Segurando minhas mangas do meu moletom com os dedos, Taehyung estava ao meu lado conversando assim com....Leevy, era o nome do neto de Amília.

Falando nesta senhora, ela não estava entre nós, estava na cozinha fazendo o tal bolo!

- Então você ler, toca violão e sabe falar inglês perfeitamente? – Leevy pergunta meio que animado ao Taehyung.

- Sim. – Ele afirma. – Estou aprendendo um pouco de francês online.

- Caraca, eu apenas sei fazer um bolo mole e olhe lá. – Os dois riem juntos, eu me aconchego mais no canto do sofá. Não sei se queria me enturmar ou continuar em meu canto. É horrível não saber o que deseja, é horrível ficar com esse sentimento de excluída...é.…um braço me envolve para um abraço de lado.

Olho e era Taehyung....

- Essa menina aqui é melhor pessoa que alguém pode conhecer. - Os braços de Taehyung eram tão acolhedores, que faz com que eu apoie minha cabeça em seu ombro...apenas...desfrutando daquele carinho sutil.

- Por acaso vocês namoram?

- Ah! …- fico envergonhada. - Não! Não temos nada além da amizade.

- Entendi...- O menino afirma arqueando uma de suas sobrancelhas.

O odor daquele bolo flutuava pelo o ar, era tão delicioso só no cheiro, minha boca até fica com desejo de provar um pouco. Amília vai trazendo em suas mãos, fatias do bolo cortado. Assim tomando a atenção de todos que ali estavam.

- Olha que já tá pronto! – A mesma coloca a bandeja na mesinha de centro feita de vidro e quando Leevy tenta tocar no bolo, ela dá um tapa na mão do mesmo- Tá quente menino! Se avexe não!

- Avexe? – Pergunto intrigada.

- Ah! É uma gíria do Nordeste do Brasil, “não se avexe” é tipo... “não se apresse”.

- Acho que compreendi! – A mesma sorri gentilmente, enquanto vai se sentando ao lado de seu neto.

- Não que eu seja curiosa, mas estava escutando a conversa de vocês lá da cozinha. Escutei que você sabe tocar violão mocinho. – Sinto que as mãos de Taehyung estavam a fazer um leve carinho em meu ombro. Esse toque gentil, me dá um certo arrepio em minha nuca.

- Sim! – Taehyung sorri

- Porque não toca um pouco para gente? Claro! Se você não se incomodar!

- Não me incomodo de nenhuma maneira. – Ele distancia seu braço de mim, assim pegando aquele violão que ele comprou para mim, o mesmo tira daquela bolsa preta que envolvia o instrumento. Logo assim ajeitando a posição do violão em forma popular, então assim vai começando a afinar para o tom que ele queria tocar. O mesmo respira fundo e...começa a tocar...

Percebi que as notas eram da música “Future Days”, esta música tecnicamente falava de um homem que planeja dias futuros com uma mulher, no qual eles passam por dificuldades juntos...sempre estavam juntos...

Vou observando Kim Taehyung a tocar aquele instrumento com tamanha delicadeza em movimentos com seus dedos.

Meu olhar vai passando por cada detalhe do mesmo, como se estivesse tirando fotos com a minha mente.

Meu olhar começa pelos seus cabelos negros como a noite, assim descendo para seus olhos, que as vezes se trocavam com os meus…e por fim, chegando em seus lábios levemente rosados e macios...

Meu coração acelera um pouco ao reparar em cada detalhe, sinto minha respiração ficando levemente apressada e ofegante.

O que…o que é isto?

○

“Sim...eu estava começando a me apaixonar novamente, mesmo tendo uma perda recente...meus sentimentos não descansavam.

No fim de tudo, mesmo que eu desejasse aquele bolo, não comi, falei que estava de dieta e que eles podiam aproveitar à vontade. Enquanto eles conversavam entre si, eu apenas ficava pensando e repensando!

Sempre criticando o que eu havia de sentir, sempre me critiquei de certa forma. Revendo e revivendo meus atos errados. Com um medo enorme de errar...

Taehyung pediu a receita para Amília e assim fomos para minha casa que era do lado...

Foi uma despedida rápida, falamos tchau um para o outro. Taehyung me entregou aquele violão, dando mais uma vez um beijo em minha testa.

Eu não sei muito bem...mas revendo agora, ele estava a flertar sutilmente?

Porque? Para que? Eu...sou tão... ”