~ Capítulo 40 ~

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“ ( Às vezes sofremos desilusões por conta das mentiras que as pessoas contam. É preciso ter preparo para isto. As pessoas mentem, e isto é um fato.

Mas é preciso, também, saber separar o joio do trigo. Há pessoas que mentem, deliberadamente, por que querem o teu mal. E há aquelas que mentem por que gostariam de te ver melhor, ou de serem melhores pra você.

Algumas pessoas podem achar que a realidade pode ser apresentada melhor ser fantasiada um pouco, e aí a mentira é quase inocente, mais assemelha-se a um desejo ou a um sonho, e não se deve subjugar o valor destas pessoas por isso.

Em alguns casos, podemos dizer que a mentira é como uma casca, que uma vez descoberta, deve apenas ser jogada fora. Nas pessoas, assim como entenderia um bom boticário, o que vale não é o frasco, mas a essência. - Augusto Branco)

Engraçado e intrigante como mesmo ao decorrer deste tempo, a minha inocência de tentar ajudar os outros em minha volta é tão forte, no qual as pessoas que ajudo são aqueles me prejudicaram, por que?

Porque este instinto que tenho, poucos há de ter. Muitos desejam a vingança, outros desejam apenas o prazer de ver o outro sofrer. A vingança não vai te beneficiar em nada, prejudicar aqueles que mexeram com você pode te tornar algo pior que eles. A vida já existe um carma, sei disto pois estou vivenciando o meu!

Porém, me pergunto o que fiz de errado até aqui, me pergunto o porquê sentem ódio por mim...eu sou apenas um ser tentando viver…sou uma humana, com sentimentos e pensamentos, com sonhos tentando fugir da minha realidade...sou humana...apenas isto. ”

Depois daquela encrenca total, no qual eu apenas tentei fazer com que a Celeste se sentisse acolhida por mim. Nós duas, paramos juntas sentadas nas cadeiras em frente à mesa da diretora. Ela não estava presente para nos vigiar, apenas um silêncio reinava entre nós duas...

Celeste estava com a sua posição e mente “renovada”, digamos que ela talvez esteja fingindo que nada aconteceu, ou talvez seja um sistema de autodefesa toda esta “pose” que a mesma faz...

- O que você falava com Vivi? – Tive a audácia de perguntar. Ela, nem teve o senso ou a intenção de se virar para me responder.

- Você não tinha chamado eu e minhas amigas de vadias traidoras? – Falou ela, como sempre em um tom de deboche...- Porque se importa agora?

- Você fica remoendo fatos do passado? - Eu encarava, de maneira mais séria, aqueles papeis e enfeites que a diretora tinha em sua mesa.

- Não faz muito tempo isto. Então não podemos considerar algo do passado. – Ela dá um sorriso de lado, de uma maneira irônica pergunta- por acaso quer voltar ao meu ciclo de amizade? – Ela solta uma risadinha baixa e afrontosa. – Não estou com vagas abertas.

- Pensei que estaria, pelo o que notei vocês andam muito separadas. Por acaso ainda existe alguma amizade em sua vida? – Viro meu olhar para ela, ainda de maneira fria e até talvez...arrogante. -  hein...Celeste? – Seu sorriso foi diminuindo, senti um aperto surge em minha alma ao ver que mexi em alguma ferida dela…culpa...

- Você continua com sua arrogância de sempre, não é? – Arquei uma sobrancelha.

- Arrogância? – Perguntei.

- Você sempre foi o centro das atenções, S/n para lá, S/n para cá…- Celeste vai virando um olhar triste para o canto da parede- toda a escola falava somente de você e provavelmente ainda devem falar...você gosta de chamar atenção. Sei disso!

- De onde tirou que eu quero atenção? – Aumentei um pouco o tom da minha voz...

- Você sempre teve tudo, todos os olhares, vivia defendendo sua opinião, não se importava se iria ser tirada de sala, apenas defendia sua tese. Isso...ISSO ME IRRITA EM VOCÊ! – Ela vira seu olhar para mim. – Você...TIROU TUDO DE MIM! TUDO! – O que…como...porquê? Cada palavra que eu perguntava a mim mesma, era uma piscada a realidade.

Escutamos assim a porta abrindo um pouco, rangendo também, fazendo com que fiquemos em estado de alerta. Olho para a porta, juntamente com Celeste...

- Desculpem a demora- Falou a diretora, com suas mãos juntas e com uma postura tão elegante sofisticada, que nem parecia que estava com raiva por conta do estrago que Celeste a causou. – Eu estava falando com seus parentes por telefone, já que não me afirmaram nada de quem fez aquele vandalismo todo na sala de aula. As duas estão sendo culpadas de omitirem a verdade! Seus responsáveis chegarão em breve!

- Foi eu! – Afirmei, senti o olhar de incredulidade de Celeste em minha pessoa, enquanto a diretora nem teve muita reação.

- Como sempre não é senhorita S/n? – Foi a única coisa que ela disse.

- Libere a Celeste, eu pedi para que ela não contasse.

- Celeste, esta foi por pouco, não esconda mais nada desta escola. Entendeu? – Disse a diretora enquanto ajeitava seus óculos.

- Sim...se-senhora! – Celeste abaixou seu olhar, estando confusa e sem saber ao certo o porquê da minha atitude. A mesma foi se levantando, logo assim saindo daquela sala...

ATRAVÉS DA ESPERANÇA - Kai Jong-inOnde histórias criam vida. Descubra agora