~Capítulo 44~

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"(Somos todos viajantes de uma jornada cósmica - poeira de estrelas, girando e dançando nos torvelinhos e redemoinhos do infinito. A vida é eterna. Mas suas expressões são efêmeras, momentâneas, transitórias - Deepak Chopra )

Todos possuem uma jornada a cumprir, um destino a ser tomado e guiado. Claro que entre esta estrada, há de existir um nevoeiro, no qual pode tentar atrapalhar sua visão da tomada final que tanto lhe aguarda.

Em poucos seres, raros são os escolhidos para ter um brilho, uma luminosidade a guiar. O meu...acho que há de ter um. Kim Taehyung, ele é o meu brilho deste momento impróprio, o porém é que eu quero que este brilho não perca seu tempo a me acompanhar, pois a jornada que eu estou a tomar possivelmente não tenha um final tão feliz quanto o esperado!

Depois de um longo passeio de carro, caladas em meio do reino do silêncio, sem se quer me perguntar o porquê eu fiz, ou se realmente fiz alguma coisa. Minha tia estava tão séria e abalada, torcia para que ela não tivesse pagado coisa alguma para o danos causados. Pois assim não teria como eu me redimir com...comigo mesma! Sei que sou um fardo, tento apenas seguir, apenas...andar em meio a minha jornada, em meio a este nevoeiro.

Quando chegamos em casa, a primeira coisa que minha tia fez foi apenas tirar seus saltos e se sentar ao sofá, respirando fundo, provavelmente tentava aliviar todo o seu estresse que causei. Não fiquei na sala para a incomoda-la mais do que eu já havia incomodado. Fui para a cozinha, peguei um copo de água e levei comigo até ao quarto do Kai.

Para quem antes estava tão curiosa para descobrir a senha daquele computador, hoje em dia não significa nada. A senha era a data de dias dos pais, esta senha estava anotada na contra capa de seu diário....no qual agora me pertence, só que não escrevo mais nele, por conta das folhas terem acabado.

Meu interior, a parte de mim que ainda deseja viver, agradece ao Taehyung, por me dar mais uma chance de vida, me dar mais páginas a escrever...."

Vou me sentando a cadeira do Kai, este quarto....a quanto tempo que esta fechado? Sem ninguém utilizá-lo...eu não sei. Digito a senha do computador e assim vou acessando, estou aqui para ver o que ele há de guardar. Fotos , vídeos, memórias....todas as memórias do Kai, personalidade, tudo neste computador....é como se esta máquina fosse ele!

Clico na pasta que estava escrito "Somente eu", acho que todos tem uma pasta assim em seu computador ou celular, somente com fotos suas. A não ser que tenha problemas com sua aparência, igual como eu a de ter....

Vejo então, muitas fotos, cento e vinte e três no total! Algumas borradas, outras com caretas que ele mesmo fazia, solto alguns risinhos baixos. Até mesmo longe de mim você me faz tão bem...até mesmo não estando aqui, nossa...como sinto sua falta! Vou estendendo a mão, para poder tocar na tela do monitor, onde ali continha uma foto que eu mesma tirei dele....a foto da lanchonete! Onde vi seu sorriso pela última vez....

Só que, por conta do meu azar, quando levantei o meu braço, ele esbarrou no copo de água que eu havia trazido, caindo assim em cima do teclado. Soltando algumas faíscas, eu vou me distanciando com um pouco de medo.

- NÃO! NÃO! NÃO! - Vou negando em gritos altos de desespero.

- S/N? O QUE ACONTECEU? - Vejo minha tia entrando no quarto desesperada.

- O teclado! - Minha voz sai um pouco tremida- ele....eu...

- Calma S/n! Calma! - Minha tia vai se aproximando daquele teclado, vendo a lambança que fiz com uma simples água. Ela respira fundo....o monitor ainda funcionava, agora o teclado....

- Desculpa...eu realmente...- abaixo minha cabeça, sentindo as minhas lágrimas quererem escapar de meus olhos.

- Tudo bem....- ela abre um sorriso gentil virando para mim- Quanto é um teclado mesmo? - foi aí que me lembrei de uma coisa...

- Eu possuía um computador em minha antiga casa, ainda deve estar lá!

- Seus pais não voltaram a morar lá novamente? - levanto meu olhar, senti algumas de minhas lágrimas escorrerem pela minha bochecha.

- Eu não quero que a senhora gaste comigo!

- S/n...- a interrompo.

- Sei o que está acontecendo! Não esconda de mim...seu dinheiro, está precário, não é?- ela abaixa seu olhar para o piso molhado, respirando fundo...

- Vamos para sua antiga casa ainda hoje, quanto mais rápido pegarmos, mais rápido vamos voltar para cá! Vá se arrumar, eu vou limpar isto.

ATRAVÉS DA ESPERANÇA - Kai Jong-inOnde histórias criam vida. Descubra agora