~ Capítulo 37~

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Escrevo mais uma carta mental para aquela que amo, enquanto eu caminho, em uma direção que não sei ao certo para onde estou indo, novamente sendo guiado por um brutamonte que não se importa se somos mais fracos que ele. Apenas usa de sua ignorância para se sentir superior.

Aonde eu fui meter, porque tive que estar naquele momento que ela escapava. E por qual motivo eu “chamei a sua atenção”. Sei que existe amor à primeira vista, pois já senti isto, com você..., porém é que eu não sei ao certo se estou pronto para enfrentar isto vindo de um outro alguém. Não gosto de magoar os sentimentos de alguém, só que neste caso possivelmente será necessário. Quero ser liberto, para isto não vou me forçar a paquerar uma garota que nem conheço direito...não sou um Yoongi!

Nunca imaginei que quando eu encontrasse alguém, seria tão difícil de continuar a sobreviver...

Meu coração se encontra em tanta angustia em questão de como você deve estar, provavelmente tu deves estar pensando que fui embora. Eu quase iria, se não fosse pela promessa que te fiz, por esta promessa...fez com que eu revivesse por conta própria, mais uma prova que os sentimentos têm um poder inexplicável que ninguém consegue controlar. Por isso...sentimentos...são perigosos!

Desconhecido: Ali dentro grandão. – Ele me empurra pelo ombro, fazendo assim eu cambalear um pouco para frente de uma oca. Olho através do ombro para aquele homem...ele havia virado as costas, como se estivesse guardando o local. Inspiro fundo, assim soltando meu ar lentamente...levanto meu olhar para aquela entrada, no qual havia algumas folhas de bananeira tampando a visão do lado de dentro.

Dou um passo para frente, assim empurrando um pouco para o lado as folhas, entrando então naquela oca que estava bem iluminada até. Avisto Jeyse, sentada na frente de um espelho, fazendo assim algumas tranças em seu cabelo.

Minha cara estava completamente fechada, não gosto de nenhum momento que está acontecendo aqui nesta tribo. E estando neste espaço isolado, faz com que eu me preocupe um pouco com o que ela quer me dizer...

Jeyse: Como é mesmo seu nome? - Ela aproxima seu rosto do espelho, como se estivesse analisando cada detalhe de si mesma.

Kai: Você mentiu para mim...- Ela dá um sorriso de lado. – Porque?

Jeyse: Na sobrevivência fazemos qualquer coisa. – Ela vira seu olhar, que era intenso e penetrante, para mim- acho que você sabe muito bem disto. Porém...- ela se levanta. – Você não me respondeu, como é mesmo seu nome?

Kai: Para que eu te responderia isto?

Jeyse: Você sabe meu nome, não é justo que eu saiba qual é o seu?

Kai: Desde quando você sabe o que é justiça? – Ela arqueia uma de suas sobrancelhas, dado assim dois passos em minha direção.

Jeyse: Como?

Kai: Acha justo o que sua tribo está fazendo comigo e aqueles garotos? Eles são apenas crianças. Somos apenas sobreviventes. Deixe a gente ir e nunca mais nos verá! – A mesma, pega em alguns fios de meu cabelo, que caíram em minha testa, assim os ajeitando.

Jeyse: Você é tão inocente...eu não quero que vá! – Quando suas mãos desciam para minha bochecha, segurei em seu pulso, logo assim a impedindo. – Preciso de você aqui...- Solto sua mão, assim me distanciando um pouco da mesma.

Kai: Não, você não precisa.

Jeyse: Você não entende...eu-  A interrompo.

Kai: Para que me chamou aqui? – Aumento um pouco o tom de minha voz. Jeyse, em um modo de empoderamento, ajeita sua coluna.

Jeyse: Ainda hoje, jantará comigo! Em troca lhe darei um lugar mais confortável para você e aqueles meninos passarem a noite. A não ser que queira ser egoísta novamente, afinal, o homem gosta de manter o seu orgulho, certo?

ATRAVÉS DA ESPERANÇA - Kai Jong-inOnde histórias criam vida. Descubra agora