Chapter Twelve: Confession ❥

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Voltei da igreja para casa em silêncio, na charrete com meu pai. Ele me olhava, e estava enrolado em minha capa e cachecol, mas ainda tremendo e batendo os dentes apesar do sol de inverno ter saído e nos banhar de luz. Meu pai não disse nada, sem dúvida atribuindo minha aparência doentia e reticência as noites do acordo de casamento de Edward. Paramos na dilapidada igreja católica e encontramos minha mãe, irmãs e Nevin esperando na neve, com os lábios azuis e reclamando por estarmos atrasados enquanto subiam na charrete.

– Fiquem quietos, temos uma boa razão para o atraso – Meu pai disse a eles em um tom que significava que ele não toleraria bobagem. – O arranjo de casamento de Edward foi anunciado hoje depois do culto. – Em consideração, não houve comemoração entre eles, somente olhares e minhas irmãs e uma piada " Tenho piedade da garota, quem quer que seja", vinda do meu irmão.

Quando chegamos em casa, Nevin desamarrou os cavalos e meu pai foi verificar o gado e minhas irmãs aproveitaram o dia ensolarado para cuidar das galinhas. Segui minha mãe, sem rumo para dentro de casa. Ela ia de um lado para o outro, preparando-se para fazer a refeição da noite, enquanto eu me sentei numa cadeira em frente da janela, ainda com a capa. Minha mãe não era tola.

– Quer uma caneta de chá Louis? – ela perguntou na lareira.

– Tanto faz – eu disse com cuidado, para esconder o tom de tristeza na minha voz. De costas para ela, ouvia os tilintar das panelas pesadas penduradas no gancho sobre o fogão e o jorrar da água que caía do balde de água recolhida.

– Posso ver que está chateado Louis. Mas você sabia que esse dia chegaria. - ela disse de uma vez, firme, mas gentilmente. – Sabia que um dia o mestre Edward se casaria, assim como você. Nós lhe avisamos que uma amizade tão forte com um garoto não era aconselhável. Agora consegue entender o por quê.

Deixei uma lágrima cair, já que ela não podia me ver. Senti-me fraco como se tivesse sido atropelada e pisoteado por um dos touros do pasto. Precisava da ajuda de alguém naquele momento, sentado ali, sabia que morreria se tivesse que carregar esse segredo comigo por mais tempo. A questão era: poderia confiar em minha família?

Minha mãe sempre foram boa para nós, seus filhos, nos defendendo quando a rigidez meu pai resultava numa dura punição. Ela era uma mulher e tinha estado grávida seis vezes, com gêmeos enterrados no cemitério da igreja; Com certeza entenderia como eu me sentia e me protegeria.

– Mãe, tenho algo que devo lhe dizer, mas estou com muito medo de como vão reagir, a senhora e meu pai. Por favor, prometa-me que vão continuar me amando depois que disser o que tenho a dizer – eu disse com a voz trêmula.

Então aconteceu, eu disse. E minutos depois, ouvi um grito abafado escapar de minha mãe, seguido pelo som de uma colher caindo no chão, e eu sabia que não precisava dizer mais nada. Apesar de todos os seus conselhos, de todas as suas súplicas e críticas incessantes, seu pior medo tinha se tornando realidade.

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Pediram a Nevin que amarrasse o cavalo na charrete novamente e que fosse com minhas irmãs até a casa de Dale, do outro lado do vale, e que ficar lá até que meu pai fosse buscá-los. Fiquei sozinho com meus pais em casa, sentado num banquinho no meio da sala enquanto minha mãe chorava suavemente para si, perto do fogo, e meu pai andava pesadamente ao meu redor.

Nunca vira meu pai tão enfurecido. Seu rosto estava vermelho e inchado, suas mãos, brancas de tanto apertar os punhos. A única coisa que não permitia que ele me desse um soco era as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

The Dark Side Of Life.˙❥˙L.sOnde histórias criam vida. Descubra agora