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PARTE DOIS
BOSTON, 1817
A viagem para o sul, na charrete do comerciante, durou duas semanas. Passamos por caçadores e às vezes acampávamos com eles durante a noite, e os condutores das charretes sempre ficavam ansiosas para ter com quem dividir uma garrafa de uísque.
Embora estivesse infeliz com meu exílio, sempre quis conhecer um pouco do mundo fora do vilarejo. Stylinson podia não ser sofisticada, mas eu a considerava civilizada em comparação com outros lugares do território, que eram, na maioria despovoados. Com exceção dos caçadores, vimos poucas pessoas durante nossa jornada a Camden. Os índios que eram nativos na área, já tinha se mudado a anos antes, apesar de alguns continuar e vivendo nos assentamentos brancos ou trabalharem para os caçadores. Havia lendas sobre colonizadores que haviam se transformado em nativos, deixando suas cidades para montar acampamentos com os índios, mas eram poucos e geralmente desistiam durante o primeiro inverno.
A viagem pela Floresta Great North prometia ser escuro e misteriosa. O pastor Gilbert nos avisou uma vez sobre espíritos malignos que ficavam à espreita esperando os viajantes. Os lenhadores dizem ter visto trolls e duendes, o que era esperado, pois a maioria deles vinham de terras escandinavas onde essas figuras folclóricas são comuns. Em público, a maioria das pessoas de Stylinson não dava muita atenção a essa conversa, mas era raro ver uma alma entrar na floresta, sozinha, durante a noite.
Alguns dos condutores gostavam de assustar uns aos outros contando histórias ao redor da fogueira, histórias de fantasmas vistos nos cemitérios ou demônios encontrados na floresta enquanto faziam alguma viagem. Eu tentava evitá-los nessas horas, mas não havia muito como fugir, pois só tínhamos uma fogueira queimando e todos os homens estavam ávidos por entretenimento. A julgar pelas histórias dos condutores, acho que eram muito corajosos ou grandes mentirosos, pois apesar das lendas de fantasmas perambulantes, e demônio feminino da morte e coisas do gênero, eles continuavam conduzindo pelos caminhos solitários da floresta.
A maioria das histórias era sobre fantasmas, e enquanto eu ouvia percebi que todos pareciam tem uma característica comum: eles assombravam os vivos porque tinham negócios pendentes nessa vida. A despeito de terem sido assassinos ou terem se suicidado, Os fantasmas se recusavam a passar para outra vida por que sentiam que pertencia neste mundo e não há outro. Por quererem se vingar da pessoa responsável pela morte deles ou por não conseguir deixar a pessoa amada, os fantasmas permaneciam perto das pessoas com quem passaram seus últimos dias. Obviamente eu me lembrei de Sophia, se alguém tinha o direito de voltar como fantasma era ela. Será que Sophia ficaria zangada quando voltar para Stylinson e soubesse que o maior responsável por seu suicídio tinha embora da cidade? Será que me seguiria? Talvez ela tenha me jogado uma praga no túmulo e fosse responsável para minha atual situação de infelicidade. Ouvi as histórias dos condutores somente reforçava minha crença de que eu havia sido amaldiçoado por causa de minha maldade.
E então, me senti mais feliz e aliviado quando começamos a passar por pequenos assentamentos com mais frequência; significava que estávamos nos aproximando da parte mais a povoada do sul do território e que não estaríamos a mercê dos condutores da charrete por muito tempo. Realmente, depois de termos encontrado o rio Kennebec, em poucos dias chegamos a Camden, uma grande cidade na costa. Foi a primeira vez que vi o mar.
A charrete nos deixou no porto. Corri pelo pier mais longo e fiquei olhando para toda aquela água por muito tempo. Que cheiro peculiar era o cheiro do mar, salgado sujo e rústico! O vento estava muito frio e intenso, tão forte que era quase impossível respirar. Batia em meu rosto e emaranhava meus cabelos, como se me desafiasse. Além disso, fui tomado pela grandeza do oceano; sim, já tinha visto bastante água, mas somente a do rio Allagash. Por mais largo que fosse, dava para ver a margem oposta, sabia que tinha limites. No entanto, com esse horizonte infinito, a expansão plana do oceano parecia o próprio fim do mundo.
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The Dark Side Of Life.˙❥˙L.s
Fanfiction"Os leitores não serão capazes de tirar os olhos dessa hipnotizante história." No turno da noite de um hospital no estado do Maine, o Dr. Harry Styles espera ter outra noite tranquila com lesões causadas pelo frio extremo e ocasionais brigas domésti...