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O tempo passava vagarosamente. Havia quanto tempo que estava com Adair?: seis semanas, seis meses? Já tinha perdido a conta e estava convencido de que não tinha importância; na minha nova condição, nunca mais teria que contar o tempo de novo. O tempo, em todo o seu infinito, estava aberto a mim como oceano, e como da primeira vez que eu o vi, muita além do meu alcance.
Numa tarde azul e dourada de verão, ouvi uma batida na porta da frente. Como estava passando por lá e não havia nenhum criado por perto (com certeza estava se recuperando da bebedeira com vinho tinto roubado da dispensa), eu abri a porta, pensando que seria um vendedor, ou mais um mensageiro trazendo inúmeros convites de festas para Adair. Em vez disso, em pé nos degraus, bolsa na mão, estava o carismático pastor de olhos esbugalhados.
Ele ficou boquiaberto ao me ver e seu rosto perspicaz se iluminou de prazer.
– Conheço você, senhor, não conheço? Reconheço seu lindo rosto, pois o rosto como o seu eu não esqueceria. – ele me disse, esgueirando-se para dentro do hall sem ser convidado. Ele jogou sua capa empoeirada em mim e tirou o chapéu de três pontas da cabeça.
– Também o conheço, senhor. – respondi horrorizado, esquivando-me, incapaz de adivinhar o quê no mundo o trouxera até ali.
– Bem, não mantenha em suspense. Qual é o seu nome onde nos encontramos? – ele perguntou, ainda sorrindo tentando esconder os cálculos que fazia em sua cabeça para lembrar onde havíamos nos encontrado. Então em vez dele responder, eu perguntei:
– Por que veio aqui? Você conhece Adair? – Minha cautela parecia diverti-lo.
– Claro que eu conheço, senão, por que apareceria aqui em sua porta? Eu conheço da mesma forma que você o conhece, posso apostar.
Então era verdade, ele e eu éramos a mesma coisa: duas criaturas de Adair. E finalmente ele se lembrou, seu rosto se iluminou com puro prazer.
– Ah, agora me lembro! Aquele pequeno vilarejo no Maine. É de lá que conheço você! Sem aquela roupa marrom ridícula, você está praticamente irreconhecível! Vestido em seda azul e renda francesa! É uma transformação formidável, dou-lhe minha palavra. Deixou os puritanos para trás sem arrependimentos, não é? São sempre os mais comportados que tem o coração mais selvagem. – ele disse, semicerrando os olhos maliciosamente, provavelmente pensando que tínhamos uma boa chance de terminarmos na cama. Tudo o que tinha que fazer era pedir para Adair, e era muito improvável que Adair lhe negasse. Naquele momento, fomos interrompidos pela voz de Adair vinda do patamar do andar de cima.
– Veja só quem apareceu na minha porta! Jude, veio dá uma trégua de suas viagens? Entre, entre, já faz muito tempo que não o vejo. – ele disse enquanto descia correndo pelas escadas. Depois de abraçar Jude afetuosamente, notou que ele olhava fixamente para mim, e então Adair perguntou: – O que é isso? Vocês já se conhecem?
– Na verdade, já. – Jude disse, rodando a minha volta, fazendo um grande espetáculo sobre a minha nova aparência. – Escrevi para você falando sobre um jovem, um tempo atrás. Você se lembra da carta descrevendo uma beleza provavelmente virgem com um traço selvagem?
Eu me recompus, queixo para cima.
– O que quer dizer com isso? – perguntei com raiva
Mas Adair só gargalhou e tocou meu rosto para admirar minha raiva.
– Tudo bem, meu querido. Acho que o que ele quis dizer é bem simples, e você não estaria aqui ao meu lado se não fosse verdade.
Os olhos do visitante indesejado passaram por mim como as mãos de uma dona de casa provando um pedaço de fruta.
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The Dark Side Of Life.˙❥˙L.s
Fanfic"Os leitores não serão capazes de tirar os olhos dessa hipnotizante história." No turno da noite de um hospital no estado do Maine, o Dr. Harry Styles espera ter outra noite tranquila com lesões causadas pelo frio extremo e ocasionais brigas domésti...