Chapter Thirteen: Some Truths ❥

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Boa Leitura, votem e comentem.
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ESTRADA DE FORT KENT, HOJE

O cruzamento da fronteira não está muito longe, apesar de Harry não dirigir a anos por ali, desde que que levara a família para uma férias desastrosas pela trilha dos Montes Apalaches, tem certeza de que ainda consegue encontrar o caminho sem consultar o mapa. Ele passa por algumas estradas secundárias, mas lentas e demoradas, porque imagina que assim terão menor possibilidade de encontrar com soldados da Cavalaria ou outros polícias; há poucos deles para patrulhar nas rotas secundárias ou se preocupar com a cidadezinha. A estrada, é aí que mora o problema, com os carros em alta velocidades, os caminhões com excesso de peso e o dinheiro do carro forte que vem em alta velocidade, para trazer lucro ao governo.

Ele coloca em ponto morto, aperta o volante e dirige com apenas uma mão. O passageiro olha fixo e aleatoriamente para a estrada diante deles, mordendo o lábio inferior. Ele parece ainda mais um adolescente, escondendo a preocupação embaixo de um véu de impaciência.

– Então – Harry diz, tentando quebrar o gelo entre eles. – Se importa se eu fizer algumas perguntas?

– Fique à vontade.

– Pode me dizer como se sente sendo o que você é?

– Não sinto nada de especial.

– Verdade?

Louis encosta no banco e coloca o cotovelo no apoio do braço.

– Não me sinto diferente, pelo menos não que eu consiga me lembrar. Não percebo mudanças no dia a dia, não da maneira que faça diferença. Não é que eu tenha superpoderes ou coisas do tipo. Não sou um personagem de uma história em quadrinhos. – Ele olha para Harry para mostrar que não achou a pergunta idiota.

– Aquilo que você fez na sala de emergência, se corta... doeu?

– Na verdade não. A dor é pequena, fico só um pouco dormente, talvez como numa cirugia depois de uma pequena dose de anestesia. Só a pessoa que fez você assim pode machucá-lo realmente, e fazê-lo sentir dor. Já faz tanto tempo que quase me esqueci de como é sentir dor.

– Uma pessoa fez isso com você? – Harry pergunta, incrédulo. – Como aconteceu?

– Vou chegar lá – ele responde ainda sorrindo. – Seja paciente.

A revelação de que este "milagre" tenha sido feito por um homem quase deixa Harry tonto, como se de repente olhasse uma paisagem de uma perspectiva diferente. Parece ainda mais impossível, uma chace ainda maior de ser uma mentira de um homem belo e manipulador.

– Bem – ele continua –, sou praticamente a mesma coisa que era, exceto que não fico cansado. Não me canso fisicamente, só emocionalmente.

– Depressão? – pergunta Harry preocupado.

– Sim, provavelmente é isso e existem muitos motivos para tê-lo, eu acho. Em geral, só acontece de vez em quando, principalmente quando penso na futilidade de minha vida, de não ter outra alternativa a não ser viver uma dia após o outro. E me pergunto qual é a razão de enfrentar tudo isso sozinho, senão me fazer sofrer, ser lembrado pelas coisas ruins que fiz ou pela maneira que devo ter tratado as pessoas. Não que eu possa fazer alguma coisa sobre o assunto. Não posso voltar no tempo e desfazer os erros que cometi.

Isso não era o que Harry esperava. Ele muda a posição da mão no volante enquanto passam por cima de um trecho de macadame.

– Quer que eu receite alguma coisa a você?

Louis ri.

– Antidepressivos? Não acho que fariam efeito em mim.

– Os remédios não fazem efeito em você?

– Vamos dizer que tenho uma tolerância bastante alta. – Louis se vira e passa a olhar pela janela. – Às vezes, a obliteração é a única forma de esquecimento.

– Obliteração, quer dizer, álcool? Drogas?

– Podemos para de falar sobre isso – A voz dele estremece no final.

– Claro. Está com fome? Provavelmente já faz muito tempo que você comeu. Quer parar para comer uma coisinha? Tem um lugar que faz sonhos perto de Fort Kent...

Ele balança a cabeça em desacordo.

– Não sinto mais fome, posso passar semanas sem pensar em comer ou beber, na verdade.

– E dormir? Sente vontade de dormir?

– Também não durmo muito. Simplesmente me esqueço disso. Afinal, a melhor parte de dormir é ter alguém a seu lado, não é? Um corpo quente, um peso contro o seu corpo. É muito reconfortante, não acha? Como a respiração entra no ritmo, e sincroniza. É o paraíso.

"Isso queria dizer que não havia um homem em sua cama nos últimos tempos?", Harry se pergunta. Então, o que significava o homem morto no necrotério, os lençóis amassados no quarto? Ou talvez ele estivesse o engando, se fazendo de pobre coitado e escondendo o que realmente era.

– Você sente falta de ter sua ex-esposa na cama com você? – ele pergunta depois de um momento, provocando-o.

Claro que ele sentia. Ele adorava vê-la adormecida na cama quando chegava em casa depois de uma longa noite no hospital, seu corpo esguio e elegante enrolado nas cobertas, as curvas se delineado para cima e para baixo, os cabelos dourados emaranhados em sua cabeça, a boca ligeiramente aberta; havia algo mágico em observá-la sem que ela soubesse. A memória dessas cenas íntimas fizeram crescer um nó na garganta dele.

– Não eu não sinto. Acho que fui feito para dormir sozinho, a cama toda para mim é mágico. Sou muito espaçoso. – Louis o olhou um pouco desconfiado, mas ignorou pronto para fazer outra pergunta.

– Quanto tempo faz que ela foi embora? – pergunta. E Harry dá de ombros?

– Quase um ano, agora. Ela vai se casar com o namorado de infância; voltou para cidade natal e levou nossas duas filhas.

– Isso é... terrível. Sinto muito!

– Não desperdice sua simpatia comigo. Parece que você está passando por algo muito, muito pior. – Ele tem a sensação de novo, a mesma que sentiu no necrotério, uma sensação de desorientação diante do confronto da história dele com o mundo que conhece. Como ele poderia estar faltando a verdade?

Enquanto fez uma curva para a direita, ele pensa ter visto a luz de um carro de patrulha preto e branco no espelho retrovisor. Será que os tinham seguidos o tempo todo, Harry se pergunta. Será que a polícia estava atrás deles? A ideia causa um desconforto diferente para um homem que nunca teve nenhum tipo de problema com a lei.

– O que é? – Louis pergunta de repente, notando o rosto do motorista tenso. – Aconteceu alguma coisa, posso ver na expressão de seu rosto.

Harry mantém o olhar no espelho retrovisor.

– Fique calmo. Não quero que se assuste, mas acho que estamos sendo seguidos.

Espero que vocês tenham gostado do capítulo! ;-)

Eu escrevi essa capítulo ouvindo Smooth Criminal do Michael Jackson 😅 Cara eu sou muito fã!!!.



O capítulo foi bem curtinho!
Beijos da Sunflower 🌻 ❥

The Dark Side Of Life.˙❥˙L.sOnde histórias criam vida. Descubra agora