Chapter Sixteen: A Good Friend ❥

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Boa Leitura, votem e comentem.
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CONDADO DE AROOSTOOK, HOJE

A madrugada dessa época do ano tem um tom característico: a poeira cinza- amarelada como o lado de fora da gema de um ovo cozido. Harry podia jurar que pairava sobre a terra com a maldição de um fantasma, mas sabe que provavelmente não passa demais um truque de luz brincando com as moléculas de orvalho da manhã. Nuvens de luz ou antiga maldição, o fato é que traz as manhãs uma aparência peculiar: o céu amarelado, um teto baixo de nuvens e sombras ameaçadoras com a qual se erguem árvores cinzas e marrons praticamente nuas.

Depois de ver o carro da polícia pelo retrovisor, Harry resolveu que não podia continuar a viagem até a fronteira do Canadá em sua caminhonete. É muito fácil de ser reconhecida, por que seu carro tem as placas especiais de médico e o adesivo no vidro da antiga escola de Jolene, proclamando que o filho do motorista pertencia ao quadro de honra da Escola de Ensino Fundamental Rio Allagash (desde quando, Harry tinha se perguntado quando Trícia insistiu para que colocasse adesivo em sua caminhonete, havia quadros de honra escolas de Ensino fundamental?). Assim, passaram a última meia hora fazendo o caminho de volta até Stylinson, estradas de uma via só, para chegarem até a casa de alguém que ele acredita poder confiar. Ligou primeiro do celular para saber se podia emprestar um carro, mas principalmente ele queria saber se a polícia tinha perguntado por ele.

Ele para em frente a uma casa de fazenda reformada, fora de Stylinson. A casa é uma beleza, umas das maiores e mais conservadas, com toques de guirlandas e amentilho decorando a varanda em volta e lanternas solares no caminho da estrada. A casa pertence a um novo médico do hospital, um anestesista chamado Peter, que mudou da cidade para poder criar seus filhos no campo, onde acredita não havia crimes nem drogas. Ele é um cara patologicamente agradável.

Quando o Harry bate à porta da frente, Peter atende vestindo um roupão e chinelos, com uma expressão de desagrado no rosto. Ele parece ter sido arrancado da cama pelo telefonema de Harry, que fica profundamente envergonhado. Ele coloca a mão no braço de Harry enquanto estão parados na porta de entrada.

– Está tudo bem?

– Me desculpe por lhe pedir isso; é um pedido estranho, eu sei – Harry diz, mudando o peso de um pé para o outro, com a cabeça baixa. Ele praticou a mentira em sua cabeça durante os últimos dez minutos. – É é que... o filho de minha prima passou uns dias comigo e eu prometi a mãe dele que o levaria para casa a tempo de pegar o ônibus para um passeio da escola. O problema é que minha caminhonete está falhando e eu estou com medo de não conseguir chegar até lá e voltar... – O tom de voz de Harry era uma mistura e a quantidade certa de incoerência e desculpas por estar incomodando um amigo, ele era um péssimo mentiroso, mas estava dando a impressão de um coitado bem-intencionado e confuso.

Peter olha para Harry, e para caminhonete estacionada no final da longa estrada. Harry sabe que ele verá Louis em pé, ao lado do veículo com a mala em seus pés. Ele está muito longe para que Peter consiga vê-lo direito, caso a polícia faça perguntas mais tarde. Louis acena para Peter da forma mais amigável possível.

– Você não acabou de sair do plantão? – Peter olha de volta para Harry, tão perto como se estivesse procurando pulgas. – Não está cansado?

– Sim, mas tudo bem. Foi uma noite tranquila. Dormi um pouco – ele mente. – Tomarei cuidado.

Peter tira as chaves do bolso e as coloca nas mãos de Harry. Quando Harry tenta dar as chaves da sua caminhonete em troca, Peter hesita.

– Não precisa deixar a chaves comigo... não vai demorar muito, vai?

Harry da de ombros, tentando parecer indiferente.

O portão para garagem de três vagas levanta-se lentamente e Harry verifica o chaveiro, descobrindo que está confiando a ele uma SUV nova e luxuosa, cinza-chumbo brilhante, com acentos de couro aquecidos e um aparelho de DVD na fileira de trás para manter as crianças entretidas durante as viagens longas. Harry se lembra como as pessoas o amolaram no primeiro dia em que Peter chegou no hospital, com o carro tão incomum para a região, a cobertura brilhante com grandes chances de ser corroída pelo sal da estrada ao final do terceiro inverno.

Harry da marcha ré no carro para tirá-lo da garagem e espera na hora da entrada para Louis se acomodar no banco do passageiro.

– Que carro bonito! - Louis diz enquanto puxa o cinto de segurança. – Você sabe negociar, não é?

Ele cantarola para si mesmo, enquanto Harry dirigie em direção à estação da fronteiriça do Canadá, mas dessa vez, particularmente eles estavam escondidos atrás dos vidros escurecidos. Sente-se culpado pelo que fez. Ele não sabe exatamente por que, mas suspeita que não fará meia-volta depois de ter cruzado a fronteira, é por isso que deixou a chave de sua velha picape amassada com o amigo. Não que Peter precise da sua caminhonete; ele obviamente tem outros carros caso necessite ir em algum lugar.

Ainda sim, deixar as chaves com ele fez Harry se sentir-se melhor, como se tivesse estabelecido um certificado de dívida ou deixado um muleto da sorte.

Louis olha nos olhos de Harry quando passam por um cruzamento vazio.

– Obrigado! – ele disse com profunda gratidão. – Você me parece o tipo de homem que não gosta de pedir favores, então... quero que saiba que realmente agradeço e aprecio o que está fazendo por mim.

Harry assente com a cabeça, perguntando-se até que ponto e a que custo ele o ajudará a fugir.

Espero que vocês tenham gostado do capítulo! :-)

Esse capítulo foi curtinho!!

Mas então... como vocês estão? ;)

Beijos da Sunflower 🌻 ❥

The Dark Side Of Life.˙❥˙L.sOnde histórias criam vida. Descubra agora