chapter forty two: Back ❥

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Boa Leitura, votem e comendo.
Xxxx

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Tomamos um daqueles aviões gigantescos para viagens de volta a América. De Nova York, pegamos um voo com conexão até os Bangor e, então, alugamos um carro esportivo para irmos até o norte. Não via essa terra havia dois séculos e, por mais louco que pareça, algumas partes pareciam ter mudado muito pouco. O restante eram estradas asfaltadas, casas de fazenda vitorianas, imensos campos de plantações bem-cuidadas, as mangueiras dos canos de irrigação girando no horizonte. Vista pelo espelho retrovisor, era fácil me enganar e achar que nunca estivera aqui. Então, a estrada cortava uma das planícies das fazendas, em direção à Floresta Great North. Mergulhamos na floresta escura e fresca, ladeados pelos troncos das árvores, o céu tampado por um cobertor de folhas. O carro descia e subia, seguindo o movimento do terreno, e desviava dos seixos que brotavam da terra, agora escorregadia como linho. Eu me lembrava de tudo. Vi as árvores e fui levado para duzentos anos antes, repleta de memórias de minha primeira vida, minha verdadeira vida, aquela que haviam tirado de mim. Imagino que Edward sentiu a mesma coisa.

Sentimos nossa terra natal fica cada vez mais próxima. A viagem passará rápida dentro do carro. A última vez que fizemos essa viagem havia sido dentro da carruagem. Edward em choque pelo que eu fiz a ele, mal me dirigindo a palavra.

Ficamos mudos ao nos aproximarmos da cidade. Como tudo mudou! Nem tínhamos certeza se estávamos no caminho certo, a estrada principal atravessava o meio da cidade, era a mesma trilha empoeirada das charretes que levavam até a novata Stylinson , duzentos anos antes. Onde estavam a igreja e o cemitério? Será que conseguiríamos ver a congregação daqui? Passamos o mais vagarosamente que pudemos, assim podíamos tentar sobrepor a cidade que lembravamos a esta em nossa frente.

Stylinson não se tornou como as muitas outras cidades da América, onde cada loja, restaurante e hotel é o produto de uma empresa multinacional e de seus correspondentes genéricos. Pelo menos Stylinson tinha alguma individualidade, mesmo que tenha perdido o objetivo original. As imensas fazemos espalhadas havia desaparecido e não havia nem sinal dos negócios de madeira nos últimos vinte quilômetros. O turismo tinha tomado o seu lugar. Lojas de roupas e matérias para expedições na floresta se alinhavam dos dois lados da estrada principal, estabelecimentos onde homens bem-cuidados, com roupas resistentes, acompanhavam outros homens e mulheres pela floresta ou pelo rio Allagash. Ou os levam para o meio do rio com galochas de pesca, esperando o dia todo por um peixe que soltaria depois de ter tirado uma foto com ele. Havia loja de artesanato e pousadas onde outrora houvera casas de fazenda e celeiros, a fundição de Tinky Talbot e a loja de mantimentos dos Watford. Ficamos surpresos ao descobrir, finalmente, que a congregação provavelmente foram demolida e que o centro da cidade era agora ocupado por uma loja de ferramentas, uma sorveteria e uma agência do correio. Pelo menos o cemitério fora mantido.

Essa nova geração de habitantes certamente o achou agradável o bastante e, se não soubesse o que fora dois séculos atrás, eu também não faria objeção. A cidade agora vivia de prestar serviços às hordas de turistas e parecia decadente; como descobrir que sua casa de infância foram transformados no bordel, ou, pior, numa loja de conveniência? Stylinson havia trocado sua alma por um jeito mais fácil de viver, e quem era eu para julgar?

Hospedamo-nos num hotelzinho para turistas aventureiros, fora da cidade. O Dunratty's se parecia com um velho motel, gastado por causa da indiscutível falta de cuidado, e hospedava caçadores sazonais e pescadores; portanto, era de se esperar certo a austeridade. Havia um conjunto de dez quartos ou mais formando um bloco, anexo a recepção. Pedimos uma cabana, a que ficasse mais para o interior da floresta. O atendente não disse nada, só olhou discretamente procurando pela presença de rifles ou varas de pescar e, nada encontrando, voltou vagarosa e resignadamente ao seu trabalho. Perguntou se éramos casados, como se importasse que uma daquelas cabanas escuras fosse usadas como um ninho de amor. Fomos informados de que, exceto por nós, o lugar estava vazio; tudo estaria muito quieto. Ele estaria disponível na casa, se precisassemos de alguma coisa, e apontou para uma direção indecifrável, mas, caso contrário, ninguém nos incomodaria.

The Dark Side Of Life.˙❥˙L.sOnde histórias criam vida. Descubra agora