Capítulo 51 - Nascimento

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Gritos de dor e felicidade irrompem daquele esconderijo escuro, e logo após um choro bem característico ecoa por todo o lugar, Sophie pega seu bebê nos braços quase que desesperadamente, talvez será a primeira e última vez que irá vê-lo.

— Meu bebê, te amo tanto minha vida. — Sophie diz enquanto tenta acalmar seu filho.

Vivian permanece calada, apenas observando a cena, naquele momento ela lembra de tudo o que passou no nascimento de seu filho, da imensa dor que carrega por não tê-lo em seus braços. Mas ela sabe que Sophie está destinada a sofrer consequências terríveis, e nada poderá mudar isso.

— É um lindo menino, parabéns! — Vivian diz a Sophie.

— Obrigada, de verdade.

— Te deixar morrer agora não é de interesse do Heitor, tive que ajudá-la.

— Vivian... Não tente se enganar, você não fez isso pelo Heitor. No fundo eu sei que há ainda uma esperança pra você.

— Acho que a maternidade comprometeu os poucos neurônios que te restavam.

— Continue tentando se enganar, quem sabe acredite nessa sua mentira.

— Melhor mudarmos de assunto! Já tem um nome?

— Na verdade não, Alex e eu ainda estávamos decidindo.

— Alex? Por favor Sophie, ele nem é o pai!

— Mas estávamos juntos, e na verdade eu não tinha muitas possibilidades...

— Pelo que vejo você se apaixonou pelo sequestrador, síndrome de estocolmo não é?

— Primeiro: Alex não me sequestrou! E segundo: Eu não estou apaixonada por ele.

— Por favor Sophie, você incluiu Alex na vida do seu filho, com certeza sente algo por ele.

— Você não responde as minhas perguntas, e eu tenho todo o direito de não responder as suas.

— Justo... Você está bem? Estou te achando um pouco pálida.

— Só estou cansada, mas ficarei em alerta quase tente levar meu filho.

— Não seja tola! Se quisesse levar já o teria feito.

— Eu fiz artes marciais, sabia? Não perderia tão fácil assim.

— Deve estar em estado de delírio, é a única explicação para achar que tem alguma chance contra mim.

— Meu bebê precisa de roupas, mantas, um ambiente menos úmido. Preciso limpá-lo também, se não ele pode ficar doente.

— Fique aí, vou ver o que consigo fazer. Não se preocupe, ninguém entrará aqui para fazer mal à você, e ao seu bebê.

Vivian se retira, deixando Sophie absorta em seus pensamentos, está tomada por um misto de sensações quase que aterrorizantes, a felicidade de estar ali com seu filho, se mistura com o medo e a incerteza de não saber o que irá acontecer a partir dali, ela pede com todas as forças para que Deus os proteja.

Mônica não vê a hora de ter sua filha perto novamente, teme tanto o que possa acontecer com ela e seu neto. Enquanto ela toma a vigésima xícara de café seu telefone toca.

— Alô? — Ela atende aflita, esperando que seja alguma notícia de Sophie.

— Mônica, é o Alex. Encontramos o possível local onde Sophie está.

— Graça a Deus! Acharam minha filha? Ela está bem? E o meu neto?

— Calma, estamos indo para lá agora. Iremos resgatá-los, fica tranquila.

— Ficarei rezando para que tudo dê certo, por favor me mantenham informada. Tragam minha filha e meu neto salvos.

— Nós faremos isso, custe o que custar.

Alex desliga, deixando Mônica agora mais esperançosa e ansiosa para reencontrar Sophie.

— Aconteceu alguma coisa? — Melissa pergunta ao ver Mônica nervosa.

— Alex acabou de ligar, encontraram o cativeiro de Sophie, e estão indo resgatá-la.

— Graças a Deus! Isso é maravilhoso, vai dar tudo certo, logo teremos Sophie e seu bebê aqui conosco.

— Vem, vamos fazer uma oração.

Alex e Sanches vão juntos no carro, enquanto Eric Valentim e os demais estão divididos em outras viaturas.

— Eric pode até ter caído no seu papinho, mas a mim você não engana.

— Do que está falando?

— Não acredito que rompeu com o Heitor, você com certeza está infiltrado.

— Ah cara, vai se ferrar. O que você acredita ou não, não faz nenhuma diferença pra mim. E se a sua suposição fosse real, porque deixaria um infiltrado trabalhar numa missão com você?

— Para te observar, devemos sempre manter os inimigos por perto, sob nossos olhos. Mas não se esqueça, qualquer passo em falso e eu te mato.

— Sanches... Estou dez passos á sua frente.

Sanches percebe o que Alex quer dizer, mas já é tarde demais, uma grande explosão acontece e o carro de Sanches juntamente com as outras viaturas são arremessadas a uma distância significativa.

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