Capítulo 13 - Não fuja

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- Você não pode fazer isso Eric!

- Esse caso é meu. Eu decido o que fazer.

- Você sabe que não é bem assim. Estão todos em cima de mim. Você sabe que eu fui praticamente obrigado a aceitar Sophie na investigação.

- Ela quase morreu Sanches! Não estamos lidando com amadores. A Sophie é jornalista, não do FBI.

- Mesmo que ela saia. Virá um substituto.

- Que seja. Só não quero que seja ela.

Sanches não entendia o motivo de tanta resistência da parte de Eric. Mas sabia o quão obstinado ele é. Já não aguentava mais ouvir falar sobre esse caso. Eric jamais tinha demorado assim. Isso já estava lhe preocupando.

Sophie já estava praticamente recuperada. Na verdade, já se sentia bem o suficiente para voltar para o trabalho. Mas, seus pais insistiam que ela ainda não estava pronta.
Talvez, se não fosse Melissa animando os seus dias, ela teria enlouquecido.

- Você tem que ficar de repousou, Sophi.

- Nem sei mais à quantas semanas eu ouço essa frase.

- É para o seu bem, minha filha.

- Eu sei mãe. Mas amanhã voltarei ao trabalho . Já conversei com o médico e ele me liberou. Disse que já posso iniciar as minhas atividades normais. Com moderação, é claro.

- Espero que você saiba o significado de moderação.

- Nós já conversamos sobre isso.

- Seu pai não irá permitir meu anjo, ele ficou furioso com tudo que aconteceu.

- Eu entendo mãe. Mas é o meu trabalho. A minha carreira.

- Você é jornalista Sophie. Não é policial.

- Jornalista investigativa. Você e o papai sempre souberam que eu queria seguir carreira policial.

- Não vamos entrar nesse assunto.

- Tudo bem mãe. Mas eu já sou adulta. Vocês já não podem mais decidir por mim.

Alex sentia que estava faltando uma peça do jogo.
Sabia que quem estava por traz disso era alguém muito poderoso. E que estava próximo. Pois sabia cada passo que eles davam.
O que ele mais queria é pôr logo um ponto final nessa investigação.
Voltar para o seu território. Seus trabalhos exóticos. E também sentia falta de Vivian. Mesmo que nunca fosse de fato reconhecer isso.

- Eric, você não tem nenhuma pista sequer de quem possa ser o assassino?

- Não. Poderia ser qualquer pessoa. Ele tinha muitos inimigos.

- Inclusive você?

- O que está querendo dizer?

- É apenas uma pergunta.

- Não. Eu não o matei. Se tivesse feito não deixaria rastros.

- Parece que o assassino não deixou.

- Eles sempre deixam.

- Então porque você ainda não conseguiu terminar o caso ?

Eric se calou. Não havia uma resposta para essa pergunta. Isso fez com que ele odiasse ainda mais o assassino.

- ATENÇÃO! PRECISAMOS DE REFORÇOS. MANDEM VIATURAS PARA PA 160. RÁPIDO!

Eric e Alex ouvem o chamado e vão imediatamente.

Ao chegar lá se deparam com cenas dignas de um filme de terror.
Corpos espalhados para todos os lados. Com sinais de mutilação.
Cabecas separados de seus corpos. E sangue. Muito sangue.

- O que houve aqui Valentim?

- Uma chacina. Mataram uma família inteira.

- Quantos no total ?

- Cinco. Eram cincos irmãos.

- E o assassino?

- Fugiu. Quando chegamos não havia mais ninguém. Nem sinal dele. As viaturas estão rodando a cidade a procura de alguma pista.

Alex já estava acostumado a ver cenas assim. E até piores. Por isso já não se afetava mais. Alguns chamam isso de frieza, ele chama de proteção.
Enquanto observava o local. Se deparou com algo estranho.

- Eric!

- Encontrou algo ?

- Leia. Acho que é para você.

Não adianta fugir Eric. Eu sempre te encontrarei.

Eric ficou atônito ao ler a mensagem que estava na parede, que tinha sido escrita com o sangue das vítimas.

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