Alex já está aflito com a demora de Mônica, cada minuto que passa é crucial.
— Porra, Mônica! Que demora infernal!
— Você acha que foi fácil conseguir tudo que pediu? Onde eles estão?
— Estão em um quarto nos fundos, vamos sair por lá, Heitor ligou me ameaçando, ele está no nosso encalço.
— Meu Deus! Temos que ir agora.
— Você não vai.
— O que? Só pode estar louco!
— Mônica, nós não podemos chamar atenção. Você indo só iria atrapalhar.
— Eu não vou deixar você ir embora com a minha filha e com meu neto, não confio em você.
— Não confia em mim, mas sou eu quem tenho mantido os dois a salvo. Eu nunca os faria mal, no fundo você sabe disso.
— Eu não vou me separar da minha filha novamente, principalmente com ela nesse estado.
— Mônica, eu entendo. Mas, seria muito arriscado te levar. Você não sabe sequer manusear uma arma, a Sophie está sem memória, e mesmo que ela lembrasse como se atira, a prioridade seria proteger o bebê. Então se por um acaso nós fôssemos encurralados, eu não teria condições de cobrir todos nós.
— Você acha que isso pode acontecer?
— Espero que não. Mas há sim possibilidades.
— Com toda a certeza ficarei bem mais tranquila depois dessa informação.
— Assim que estivermos em um local seguro, eu venho te buscar.
— Então eu terei que acreditar na sua palavra?
— Sim, terá.
— Se deixar algo acontecer com eles, eu irei até o inferno atrás de você.
— Não duvido disso, sogrinha.
Alex sai então na direção onde Sophie está, pega ela e seu bebê e juntos partem rumo ao seu destino.
— Alex?
— Oi, amor.
— Não deixe nada de ruim acontecer com meu filho, por favor.
— Então você lembra?
— Sim.
— Lembra de tudo? Então porque não disse nada?
— Estava processando as informações, vinheram todas as lembranças de uma só vez, fiquei muito confusa.
— Tudo bem, o importante é que você voltou.
— Para onde estamos indo?
— Para bem longe, um local fora do mapa.
— Você acha que o Eric ainda está vivo?
— Não sei, e de verdade não me importa.
— Tinha esquecido o quanto você é grosso.
— Desculpe, não quis responder assim. Mas, você me provoca demais.
— O que tem de errado eu querer saber sobre o pai do meu filho?
— O pai do seu filho sou eu! E por falar nisso, você já escolheu o nome?
— Ainda não.
— Vai chamá-lo a vida toda de bebê? O garoto precisa de um nome.
— Pensei em Niklaus.
— O que é isso? Nome de alguma marca?
— Ah, não sei para que pergunta, se vai zombar.
— Só estou tentando livrar o menino de sofrer bullying futuramente. – Alex responde, segurando o riso.
— Eu gosto desse nome, e já decidi. Você pode chamá-lo de Klaus, se preferir.
— Quando ele vier reclamar, direi em minha defesa que tentei fazer você mudar de ideia.
— Porque você faz isso?
— O que?
— Fala como se fôssemos estar juntos no futuro.
— Estaremos juntos, bebê.
— Você não pode mais me chantagear.
— A única coisa que estou fazendo é tentando proteger você, e o pequeno Klaus. Não sei quando irá enxergar isso.
Sophie se calou, não havia mais nada para ser dito, ela estava muito confusa, pensava em seu filho, e no que poderia acontecer. Pensava na sua família, seus amigos, Eric. Tudo a partir dali seria incerto, ela já nem sequer sabia o que sentia em relação à Alex.
A viagem foi tranquila, Alex pegou diversos atalhos e caminhos diferentes, não podia deixar rastros. Chegaram em uma pequena ilha, no meio do nada. Sophie estava muito cansada, ainda não havia se recuperado totalmente de todo o trauma que passou, porém Niklaus estava bem agitado, Sophie amamentou e acabou adormecendo, e Alex ficou um bom tempo com Niklaus, até fazê-lo dormir.
Após isso, se certificou de que tudo estava tranquilo, pegou um dos milhares celulares descartáveis que levou e ligou para Mônica, tranquilizando-a.
Alex tinha absoluta certeza que cedo ou tarde morreria, Heitor não perdoa traições, contudo, não temia a morte, sua vida nunca foi fácil, cresceu em meio ao ódio e rancor, nunca amou de verdade, até aquele momento, pois não tinha dúvidas de que o amor que sentia por Sophie era verdadeiro, e agora ele tinha mais uma motivação para lutar, a chegada de Niklaus foi como um sopro de esperança em sua fatídica trajetória de vida.— O que está fazendo? – questiona Sophie ao ver Alex distraído.
— Estava pensando, pensei que estivesse dormindo.
— Klaus acordou, queria mamar novamente.
— Como ele está?
— Está bem, voltou a dormir. Avisou a mamãe que chegamos bem?
— Sim, trouxe alguns aparelhos não rastreaveis.
— Ótimo, quer alguma coisa? Vou na cozinha fazer um lanche.
— Não, obrigado. Você está linda!
— Alex, por favor...
— É a verdade, a maternidade apenas realçou ainda mais a sua beleza. – Alex diz, se aproximando de Sophie.
— Não se aproxime! – Sophie pede, se afastando abruptamente de Alex.
— Não se preocupe, não a forçarei a nada. Eu jamais faria isso. – Alex responde, visivelmente magoado.
— Não foi isso que quis dizer, eu apenas me assustei com a sua aproximação.
— Sophie, nós moramos no mesmo apartamento por meses e eu nunca tentei nada com você, mesmo te amando loucamente, sempre a respeitei.
— Eu sei Alex, me desculpe.
Antes que Alex pudesse falar algo, Sophie sente uma forte tontura, e ela só não cai no chão porque Alex a segura.
— Droga! Você ainda está muito fraca, vou te levar para o quarto. – Alex diz enquanto a leva nos braços até o quarto.
— Obrigada, se você não estivesse perto eu teria caído.
— Tudo bem, amor. Vou sair para que você descanse.
— Não, fica. – ela pede enquanto segura a mão de Alex.
— Você quer que eu fique?
— Sim, me sentirei mais segura com você aqui, perto de nós.
— Está bem, descanse. Não sairei daqui.
Alex então deita e coloca Sophie sobre seu peito, em poucos minutos ambos acabam adormecendo.
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Lagrimas
Mistério / SuspenseEric Taylor não era alguém que acreditava na bondade humana e muito menos na redenção divina, isso muda drasticamente após se envolver em uma investigação e conhecer a encantadora e curiosa Sophie Ventura.