Capítulo 57 - Sentimentos à tona

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Alex já está aflito com a demora de Mônica, cada minuto que passa é crucial.

— Porra, Mônica! Que demora infernal!

— Você acha que foi fácil conseguir tudo que pediu? Onde eles estão?

— Estão em um quarto nos fundos, vamos sair por lá, Heitor ligou me ameaçando, ele está no nosso encalço.

— Meu Deus! Temos que ir agora.

— Você não vai.

— O que? Só pode estar louco!

— Mônica, nós não podemos chamar atenção. Você indo só iria atrapalhar.

— Eu não vou deixar você ir embora com a minha filha e com meu neto, não confio em você.

— Não confia em mim, mas sou eu quem tenho mantido os dois a salvo. Eu nunca os faria mal, no fundo você sabe disso.

— Eu não vou me separar da minha filha novamente, principalmente com ela nesse estado.

— Mônica, eu entendo. Mas, seria muito arriscado te levar. Você não sabe sequer manusear uma arma, a Sophie está sem memória, e mesmo que ela lembrasse como se atira, a prioridade seria proteger o bebê. Então se por um acaso nós fôssemos encurralados, eu não teria condições de cobrir todos nós.

— Você acha que isso pode acontecer?

— Espero que não. Mas há sim possibilidades.

— Com toda a certeza ficarei bem mais tranquila depois dessa informação.

— Assim que estivermos em um local seguro, eu venho te buscar.

— Então eu terei que acreditar na sua palavra?

— Sim, terá.

— Se deixar algo acontecer com eles, eu irei até o inferno atrás de você.

— Não duvido disso, sogrinha.

Alex sai então na direção onde Sophie está, pega ela e seu bebê e juntos partem rumo ao seu destino.

— Alex?

— Oi, amor.

— Não deixe nada de ruim acontecer com meu filho, por favor.

— Então você lembra?

— Sim.

— Lembra de tudo? Então porque não disse nada?

— Estava processando as informações, vinheram todas as lembranças de uma só vez, fiquei muito confusa.

— Tudo bem, o importante é que você voltou.

— Para onde estamos indo?

— Para bem longe, um local fora do mapa.

— Você acha que o Eric ainda está vivo?

— Não sei, e de verdade não me importa.

— Tinha esquecido o quanto você é grosso.

— Desculpe, não quis responder assim. Mas, você me provoca demais.

— O que tem de errado eu querer saber sobre o pai do meu filho?

— O pai do seu filho sou eu! E por falar nisso, você já escolheu o nome?

— Ainda não.

— Vai chamá-lo a vida toda de bebê? O garoto precisa de um nome.

— Pensei em Niklaus.

— O que é isso? Nome de alguma marca?

— Ah, não sei para que pergunta, se vai zombar.

— Só estou tentando livrar o menino de sofrer bullying futuramente. – Alex responde, segurando o riso.

— Eu gosto desse nome, e já decidi. Você pode chamá-lo de Klaus, se preferir.

— Quando ele vier reclamar, direi em minha defesa que tentei fazer você mudar de ideia.

— Porque você faz isso?

— O que?

— Fala como se fôssemos estar juntos no futuro.

— Estaremos juntos, bebê.

— Você não pode mais me chantagear.

— A única coisa que estou fazendo é tentando proteger você, e o pequeno Klaus. Não sei quando irá enxergar isso.

Sophie se calou, não havia mais nada para ser dito, ela estava muito confusa, pensava em seu filho, e no que poderia acontecer. Pensava na sua família, seus amigos, Eric. Tudo a partir dali seria incerto, ela já nem sequer sabia o que sentia em relação à Alex.

A viagem foi tranquila, Alex pegou diversos atalhos e caminhos diferentes, não podia deixar rastros. Chegaram em uma pequena ilha, no meio do nada. Sophie estava muito cansada, ainda não havia se recuperado totalmente de todo o trauma que passou, porém Niklaus estava bem agitado, Sophie amamentou e acabou adormecendo, e Alex ficou um bom tempo com Niklaus, até fazê-lo dormir.
Após isso, se certificou de que tudo estava tranquilo, pegou um dos milhares celulares descartáveis que levou e ligou para Mônica, tranquilizando-a.
Alex tinha absoluta certeza que cedo ou tarde morreria, Heitor não perdoa traições, contudo, não temia a morte, sua vida nunca foi fácil, cresceu em meio ao ódio e rancor, nunca amou de verdade, até aquele momento, pois não tinha dúvidas de que o amor que sentia por Sophie era verdadeiro, e agora ele tinha mais uma motivação para lutar, a chegada de Niklaus foi como um sopro de esperança em sua fatídica trajetória de vida.

— O que está fazendo? – questiona Sophie ao ver Alex distraído.

— Estava pensando, pensei que estivesse dormindo.

— Klaus acordou, queria mamar novamente.

— Como ele está?

— Está bem, voltou a dormir. Avisou a mamãe que chegamos bem?

— Sim, trouxe alguns aparelhos não rastreaveis.

— Ótimo, quer alguma coisa? Vou na cozinha fazer um lanche.

— Não, obrigado. Você está linda!

— Alex, por favor...

— É a verdade, a maternidade apenas realçou ainda mais a sua beleza. – Alex diz, se aproximando de Sophie.

— Não se aproxime! – Sophie pede, se afastando abruptamente de Alex.

— Não se preocupe, não a forçarei a nada. Eu jamais faria isso. – Alex responde, visivelmente magoado.

— Não foi isso que quis dizer, eu apenas me assustei com a sua aproximação.

— Sophie, nós moramos no mesmo apartamento por meses e eu nunca tentei nada com você, mesmo te amando loucamente, sempre a respeitei.

— Eu sei Alex, me desculpe.

Antes que Alex pudesse falar algo, Sophie sente uma forte tontura, e ela só não cai no chão porque Alex a segura.

— Droga! Você ainda está muito fraca, vou te levar para o quarto. – Alex diz enquanto a leva nos braços até o quarto.

— Obrigada, se você não estivesse perto eu teria caído.

— Tudo bem, amor. Vou sair para que você descanse.

— Não, fica. – ela pede enquanto segura a mão de Alex.

— Você quer que eu fique?

— Sim, me sentirei mais segura com você aqui, perto de nós.

— Está bem, descanse. Não sairei daqui.

Alex então deita e coloca Sophie sobre seu peito, em poucos minutos ambos acabam adormecendo.

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