Lagrimas

Capítulo 08 - Reviravoltas

Eric parou abruptamente, procurando entender o que acaba de acontecer. Um tiro acaba de matar o ladrão que ele perseguia arduamente, mas esse tiro não saiu da arma dele, Eric olhou em volta a procura do terceiro elemento, e logo o encontrou, o homem que dera o disparo estava caminhando na direção do corpo, Eric não sabia se ele queria checar se David ainda estava vivo, ou se queria apenas tripudiar

sobre o corpo caído.
Eric observava atentamente, viu o homem se aproximar do corpo e disparar mais uma vez, dessa vez a bala atingiu a cabeça já sem vida de David, destroçando seu crânio.
Eric cerrou os punhos, se tem uma coisa que lhe causa repulsa é a crueldade desnecessária.
Eric sacou sua arma, e foi caminhando lentamente em direção ao homem, que não percebe a sua aproximação.

- Abaixa a arma! – Eric manda ao se aproximar do seu alvo.

O homem nada diz, apenas vira ficando frente a frente com Eric, o encara por alguns segundos e depois caminha na direção oposta de Eric, indo embora.

- Não dê mais nenhum passo! – Eric grita, enquanto engatilha a arma.

- Qual é o seu problema ? Devia ter usado essa arma com o bandido que estava perseguindo, seu idiota.

- Você acabou de matar um homem, fique parado aí, está preso.

- Preso ? Eu salvei a sua vida, seu policialzinho de merda!

- Eu não pedi sua ajuda, a situação estava sob controle.

- Sob controle ? Você estava correndo feito um maluco atrás desse cara, não iria pegá-lo.

- Isso não é da sua conta. Jogue a arma no chão, e coloque as mãos na cabeça.

- Qual é o seu nome, policial ?

- Eric Taylor.

- O meu é Alex. Detetive Alex. E não vou deixar nenhum policial me prender, tudo que fiz foi em legítima defesa, sua defesa no caso.

- Detetive ?

- Sim, qual o problema ?

- A Vivian que mandou você ?

- O que diabos você tem a ver com a minha vida ?

- Sou seu parceiro na investigação no caso do banqueiro.

Alex ficou surpreso, mas antes que pudesse ter qualquer reação, é cercado por várias viaturas, Sophie sai de uma delas, acompanhada por Sanches.

- Larguem as armas, e coloquem as mãos acima da cabeça! – gritou um dos policiais.

- Você é o segundo policialzinho que me diz isso hoje.– responde Alex com sarcasmo na voz.

- Não me provoque! Não sou nenhum policialzinho!– gritou Eric furioso.

- Já chega! Eric abaixa essa droga de arma, você também Alex, ou eu mando eles atirarem.– disse Sanches.

- Tenta então. Duvido aquela delegacia durar um dia sem mim.

- Eric, abaixa a arma por favor.– pede Sophie, torcendo para Eric atender seu pedido.

E de fato ele atende, abaixa a arma devagar, e põe no chão, Alex também faz a mesma coisa.

- Recolham o corpo– diz Sanches para seus policiais_ Vamos para delegacia, temos muitas coisas para esclarecer– ele diz olhando seriamente para Eric e para Alex.

Sophie não havia falado muito, estava um pouco aasustada.
Apesar de não ter visto a morte de David, viu seu corpo, que estava numa situação deploravel, e chegou a sentir pena daquele rapaz, não devia sentir, mas era inevitável. Ele era jovem demais, podia ter escolhido um outro caminho, poderia ter tido outro destino.

- Sophie ?

- Sim ?

- Você está bem ?

- Sim, só estou um pouco cansada Eric.

- Vá para casa, você não está em condições de ficar aqui.

- Não posso, já estamos atrasados demais nessa investigação.

Eric sabia que ela tinha razão, uma investigação daquela plenitude não poderia ficar parada por tanto tempo assim.

- Eric ?

- Pode falar Sophie.

- Obrigada.

- Não fiz nada de mais, você tem que dar honra ao Alex.

Sophie se calou, não só pela acidez de Eric, mas também porque não havia mais o que falar.

Alex estava impaciente, odiava esperar, odiava ser questionado.
Veio ali para ajudar em uma investigação que estava parada, não para ser questionado por ter simplesmente cumprido com seu trabalho.

- Você não precisava ter atirado nele! – disse Sanches exasperado.

- E você queria que eu fizesse o que ? O Eric estava correndo atrás dele feito um idiota, não pensei que ele fosse da polícia, e muito menos que tivesse uma arma!

- Eric disse que quando você atirou, ele já tinha largado a bolsa.

- De fato.

- Então porque atirou ?

- Porque ele iria fugir, iria assaltar não sei quantas pessoas mais, e se reagissem ele as mataria, quando assaltou Sophie ele estava portando uma arma branca, mas quem garante que não arrumaria uma arma de fogo para os próximos assaltos ?
- Certo. Mas, porque deu o segundo tiro se ele já estava morto ?

- Ele era um bandido, um ser humano da pior espécie! Uma bala no peito seria honraria pra ele, queria deixar ele mais parecido com quem ele realmente era, um monstro.

- Certo. Eu conversei com o Eric, e o convenci a mudar um pouco os fatos, porque se essa história realmente fosse apresentada da maneira original teríamos problemas, e a essa altura eu não posso ter uma investigação policial em cima de vocês dois.

Mas, vou te dar um aviso, controle-se!

- Certo. Vou tentar me lembrar disso.

- Ok. Vou mandar acelerar o processo da perícia, pra liberarem logo o corpo. A Sophie viu alguma coisa ? Ainda não falei com ela.

- Sophie é aquela jornalista ?

- Sim, e também sua parceira de investigação.

- Não, ela não viu nada, quando atirei só o Eric estava perto.

- Pra sua sorte aquele local não tem movimento, então seu crime não tem testemunhas.

- Não houve crime, foi auto defesa.

- Ok. Chame o Eric e a Sophie, já está na hora de começarmos a ação de verdade.