Capítulo 34 - Versões

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Alex sabia o quanto tudo aquilo tinha se tornado perigoso demais. Mas agora mais que nunca não podia recuar. Mesmo que isso lhe custasse a vida.

- Vivian?

- Onde você estava ? Te liguei um milhão de vezes!

- Resolvendo uns assuntos.

- Você tem noção do que fez ?

- Claro.

- Você é louco ? Perdeu completamente o juízo?

- Isso eu nunca tive. Não te liguei para ouvir sermões. Eu não quero mais fazer parte disso.

- Alex, não brinque comigo...

- Estou decidido.

- Você sabe que irá morrer, não é?

- Irei morrer de qualquer forma.

- Mas que diabos aconteceu com você!?

- Cansei Vivian. Só isso.

- Você sabe que o chefe nunca irá aceitar sua saída assim. Irá matar você, não poderei fazer nada.

- Estou ciente disso, não me importo.

- Tudo isso por ela ?

- Como vou poder executar esse plano ? Como vou poder acatar essas ordens ? Como vou mata-la se eu a amo...?

- Você é um idiota! Estava tudo planejado. Ela iria morrer sem que você tivesse que sujar as suas mãos. E você foi lá e estragou tudo.

- Eu não quero que ela morra, quero que ela viva. Que seja minha.

- Você sabe que isso nunca irá acontecer.

- Minha vida nunca teve um sentido real. Sempre vivi no automático. Não quero mais isso.

- Ela irá morrer de qualquer forma, você fazendo isso ou não.

- Não enquanto eu estiver vivo.

- Você não viverá por muito tempo, sabe disso.

- Qual o sentido disso tudo ? Porque ela ?

- Você sabe quem o chefe quer.

- Eu sei. Porque ele não vai direto ao ponto e acaba logo com isso?

- Não, o chefe quer que ele sofra, que antes de morrer se arrependa de tudo.

- Tudo o que?

- Coisas do passado. Não convém você saber. Apenas te darei um conselho. Pense bem no que irá fazer. Assassinos existem aos montes. Se você morrer, ele contrata outro pra fazer o que você não teve coragem.

Vivian desligou, não esperou uma resposta. Ainda bem, pois Alex não tinha. Ele estava certo de duas coisas: Que estava completamente apaixonado, e que se não pensasse em algo urgente, muitos iriam morrer.

Eric tinha vários assuntos pendentes, ele sabia que precisava resolver logo esse quebra-cabeça, antes que mais alguém se machucasse.

- Sophie ?

- Oi Eric! Não sabia que viria. Entre.

- Desculpa vir sem avisar. Estava com saudades...

- Eu também estava, bastante.

Eric não consegue controlar o impulso e beija Sophie, mesmo correndo o risco de alguém vê-los.

Ela por sua vez, se entrega completamente ao beijo do seu amado. Sem se importar se seriam vistos. Afinal, já estava na hora se todos saberem.

- Realmente coração de mãe não se engana.

- Mamãe? Há quanto tempo estava aí?

- Tempo suficiente para perceber que vocês estão completamente apaixonados.

- Desculpe não ter contado antes.

- Tudo bem querida. Eu sempre respeitei seu espaço. Embora desconfiasse que isso estava acontecendo. Então Eric, quais suas intenções com a minha filha ?

- Mamãe!

- As melhores senhora. Desde o dia que Sophie entrou em minha vida tudo mudou. Fiquei muito tempo tentando negar esse sentimento. Fingindo que não era real, pois eu nunca havia gostado de alguém. E de repente eu estava ali, totalmente rendido a esse amor. Se eu fosse religioso diria que Sophie é uma benção na minha vida.

- Muito bem. Minha filha é muito preciosa. Cuide bem dela.

- Não se preocupe. Irei fazer isso.

- Vou deixar vocês a vontade. Tenho plantão agora. Se cuidem.

- Tchau mãe.

- Melissa está aí?

- Está sim. Porque ?

- Tenho que falar com ela.

- O que houve?

- É sobre o irmão dela.

- Eric, para que atormentar ela de novo com isso ?

- Sophie, aconteceu algo muito estranho. Nos exames laboratoriais de todas as vítimas, o material genético encontrado é do irmão de Mellissa.

- Isso não é possível! Ele está morto há alguns meses. Como pode isso ?

- Eu não sei... Preciso falar com Melissa. Vou pedir pra ela me dar uma autorização para fazer uma exumação.

- Coitada da minha amiga... Ter que reviver tudo de novo.

- Infelizmente não há outra forma.

- Você sabe que sim.

- Eu não posso fazer isso Sophie. Seria cruel demais!

- Não Eric. Cruel demais é fazer Melissa passar por tudo isso. Ela sofreu demais, foi um choque terrível pra ela, teve que cuidar de tudo praticamente sozinha. Foi passar um tempo longe daqui, para tentar se reerguer. Quando volta é atacada dessa maneira brutal, que até agora eu não sei de fato o que aconteceu. Está tudo recente demais. Ela tenta disfarçar, mas sei que uma parte dela está morrendo aos poucos. E eu fico aqui, extremamente frustrada por não poder fazer nada para ajuda-la. Você acha justo depois de tudo isso ela passar pelo processo de exumação do irmão? Acha justo ela saber que o aconteceu com ele foi tão surreal que alguém ficou com partes de seu corpo ? Não Eric! Não é justo, eu não vou permitir que isso aconteça.

- Eu sinto muito, de verdade. Você tem razão, vamos fazer de outra forma. Mas preciso de sua ajuda, e também de Sanches.

- Ele já saiu do hospital?

- Sairá hoje. A bala só pegou de raspão. Ainda bem.

- Fiquei tão preocupada com ele, não me perdoaria se algo acontecesse.

- Está tudo bem agora. Fique calma.

- E o Alex?

- Não o vi mais. Mas, depois falamos dele. Vamos ver o Sanches, para resolvermos logo isso.

- Tudo bem, vamos.

Eric e Sophie foram ao encontro de Sanches, juntos eles iriam arquitetar a melhor forma de investigar tudo, sem envolver Melissa.

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