Capítulo 46 - A Verdade

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"— Ela está esperando um filho seu, Eric. Não do Alex."

Essa frase não saia da cabeça de Eric, aquilo não podia ser real, Sophie não podia ter sido capaz de fazer isso, esconder de Eric que teriam um filho, por mais que ela já não quisesse mais ficar com Eric, isso não lhe dava o direito de fazer isso.
Mas como ele poderia saber se isso tudo era verdade? Precisa confronta-lá! Precisa urgentemente de respostas.

— E porque só está me contando isso agora?

— Eu respeitei a decisão da minha filha, enquanto pude.

— A Sophie não podia ter feito isso comigo!

— Não a julgue, algo está acontecendo Eric. Sophie está escondendo algo bem maior, e eu não consigo descobrir o que é, estou muito preocupada.

— Do que está falando?

— Sinto que Sophie está em perigo.

— Vou falar com ela.

— Não! A Sophie não deve saber desta conversa.

— O que espera que eu faça? Que cruze os braços e veja outro sendo pai do meu filho?

— Quero que faça as coisas com calma.

— Calma? Ah, por favor.

— Eric, eu sei que a situação é difícil. Mas assim não vai resolver nada.

— Eu não vou prometer nada, mas agradeço por ter me contado. Agora preciso ir, preciso digerir isso tudo.

— Tudo bem, espero que tome a melhor decisão.

Eric se despede de Mônica e vai embora, sua cabeça está dando voltas e mais voltas. Sem saber o que vai fazer, agora que descobriu que será pai.

— Já escolheu um nome?

— Alex... Você me assustou!

— No que estava pensando?

— Nada, apenas estava distraída.

— Desculpe, ouviu o que perguntei?

— Não, o que foi?

— Se já tem um nome para o bebê.

— Ainda não, são tantos nomes...

— Posso te ajudar com isso.

— Sei o que está tentando fazer.

— O que?

— Quer fingir que está tudo bem entre nós, que somos uma família feliz. Mas não, não está tudo bem.

— Sophi, você tem que ficar calma. Não devemos falar disso agora.

— E quando vamos falar?

— Em breve.

— Depois de todos esses meses sendo sua prisioneira, acho que mereço ao menos uma conversa.

— Você nunca foi minha prisioneira.

— Ah, não? E o que vai fazer se eu sair por aquela porta, e terminar tudo entre nós?

— Você sabe o que farei.

— Então que droga de liberdade você me dá? Pois se eu sair estarei condenando uma pessoa a morte.

— Ele vai morrer de qualquer jeito, Sophie.

— Não se eu puder impedir.

— Você não pode, ninguém pode. O destino dele está traçado desde o dia daquele acidente.

— Eu entendo o quanto foi difícil para vocês Alex, mas isso é demais! Vocês estão matando pessoas inocentes, tudo por conta de um joguinho sádico. Isso tem que parar.

— Sophie, essa conversa já terminou.

— Não Alex! Todos esses meses eu tenho tentando falar com você, todos esses meses eu tenho tentado fazer a nossa relação dar certo. Mas não dá mais.

— Eu amo você, Sophie. Eu vim até aqui com um único objetivo, destruir a vida do Eric, e isso incluía matar você. Mas fui fraco, quando te conheci me encantei, mas não imaginei que pudesse sentir isso. Eu não fui criado para amar, nem para ser amado. Mas você mudou isso, eu sei que estamos juntos de maneira torta, eu sei que você não me ama, sei que está comigo unicamente para proteger o Eric. E de verdade, eu não me importo. Não me importo Sophie, sabe porquê? Porque quando isso tudo acabar, eu vou estar morto. Independente do que acontecer, eu estarei morto.

— Do que está falando, Alex?

— Quando decidi que iria te proteger, rompi com meu pai.

— O que isso significa?

— Significa que agora ele me odeia tanto quanto odeia o Eric.

— Alex, mas ele é seu pai, ele não vai...

— Sophie, o Heitor não liga para sentimentos, ele vive exclusivamente para consumar essa vingança, ele vai tirar todos os obstáculos do seu caminho, não importa quem seja. E eu não vou deixar que ele te faça mal.

— Porque não me disse tudo isso antes?

— Tive medo que tomasse alguma decisão imprudente, entenda que tudo que eu fiz foi para te proteger.

— Eu sinto muito, mas eu não pedi para estar no meio disso tudo.

— Eu sei, você é só mais uma vítima. Vivian virá em breve, precisamos nos preparar.

— O que ela quer?

— Fazer o que eu devia ter feito.

— Ela quer me matar? Alex, meu bebê...

— Shh, não se preocupe. Eu não vou deixar nada acontecer com vocês.

— Precisamos falar com o Eric.

— Você acha que sou idiota? Na primeira oportunidade você voltaria para ele.

— Ele é o pai dessa criança.

— O pai dessa criança sou eu! Eu que estou do teu lado todo esse tempo.

— Porque você tirou isso do Eric! Tirou isso da gente...

— Por favor, não vamos recomeçar com isso de novo. Você precisa se acalmar, por conta do bebê.

— Eu preciso de um ar, preciso respirar.

— Tudo bem, eu te levo.

— Eu preciso respirar, longe de você Alex.

Sophie sai, deixando Alex para trás. Decide caminhar um pouco, precisava pensar em tudo que estava acontecendo. Sua barriga já pesava, afinal faltavam poucas semanas para o seu filho nascer, apesar de tudo, ela estava feliz por isso. Sentia-se aflita, tinha que proteger seu filho de tudo isso. Ao longo da caminhada, Sophie começa a sentir mal, sua respiração fica irregular e sente seu corpo leve,  seus olhos pesam até que se fecham por completo, e ela cai no chão, desacordada.

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