Capítulo 43 - Passado

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"O passado retorna, e os mortos que antes dormiam, agora revelam suas faces."

Sanches estava a ponto de ter uma ataque cardíaco, acabara de ser informado que Eric simplesmente tirou o suspeito da delegacia, e o levou sabe-se lá para onde.

— Porra! O Eric não podia ter feito isso.

— A culpa disso é sua Sanches. Eu não sei porque infernos deixou o Eric trabalhar nisso!

— Não se esqueça que sou seu superior Alex, não me provoque. Ou eu mando você e aquele filho da mãe conhecer o inferno mais cedo!

— Não me provoque você, acha que sou como Eric, que apenas troca socos?

— O que está insinuando, Alex?

E como se fosse a salvadora da pátria, Sophie chega a tempo de evitar um confronto bem perigoso entre Alex e Sanches.

— O que está acontecendo aqui?

— Onde carallho você se meteu, Sophie? Eu te procurei o dia todo porra!

— Você ficou louco?! Eu não sei o que houve aqui, mas não ouse falar comigo desta forma!

— Me desculpe, estou muito nervoso.

— Sanches, pode me dizer o que houve?

— Eric simplesmente sumiu com o suspeito.

— O que?!

— Ele tirou o preso sem autorização e sumiu com ele, não atende o celular e não faço idéia para onde ele o levou, e nem quais foram as suas motivações.

— Meu Deus! Desta vez o Eric passou dos limites, como isso foi acontecer? O preso não estava sob custódia do estado?

— E desde quando o Eric liga para regras, Sophie?

— Me ouçam, a situação é grave e não pode sair daqui, se descobrem que Eric levou um preso que estava sob custódia do estado, estamos todos ferrados.

— Eu sei Sophie, vou ver o que faço para localizar eles o quanto antes.

Sanches sai em busca de informações, qualquer pista que pudesse ajuda-los a chegar em Eric.

— Sophie precisamos conversar...

— Não temos tempo para conversar agora, temos assuntos mais urgentes.

— Onde esteve o dia todo?

— Resolvendo algumas pendências, já havia falado.

— E não levou o celular? Eu tentei falar com você o dia todo.

— Qual o seu problema afinal? Você não era super bem resolvido e desapegado?

— Você é minha namorada!

— Você sabe muito bem sob quais condições estamos namorando. Escute bem, eu não sou o seu brinquedinho, eu não sei onde estava com a cabeça quando achei que isso poderia funcionar.

— Porque você ainda está comigo então?

— O que você fará se eu terminar com você?

— O que eu já deveria ter feito há muito tempo.

— Você não me dá escolhas Alex! Eu não tenho possibilidades, apenas tenho que aceitar essa situação, só não me peça para aceitar calada.

— Quero que entenda que tudo isso é novidade para mim também! Eu nunca me relacionei sério, nunca havia me apaixonado antes, eu não sei como essas coisas funcionam.

— Com certeza você não está fazendo funcionar.

— Sophie, eu não sei o que aconteceu com você, mas já tínhamos decidido tentar. O que mudou?

— As circunstâncias mudaram, Alex.

— Eu amo você, mas não me leve ao extremo.

Sophie não respondeu, o que iria falar? O quanto estava cansada desta situação, e que esse seria o fim dessa relação fadada ao fracasso? Bem que ela gostaria de dizer todas essas coisas, mas não estava preparada para as consequências que viriam a seguir.

Eric olhava atentamente para aquele homem à sua frente, já tinha perdido as contas do quanto havia batido nele. Ambos estavam ensanguentados e machucados, pois Eric não era covarde ao ponto de bater em um homem amarrado, deu lhe a chance de lutar por sua vida, embora o homem tenha fracassado miseravelmente. Mas, nenhuma das perguntas de Eric haviam sido respondidas.

— Porra! Você não vai morrer até me dizer para quem trabalha.

— Então viverei por toda a eternidade.

— Do jeito que está? Você vai implorar para morrer.

— PA 300, se recorda?

— Do que está falando?

— Não se faça de desentendido, já faz um bom tempo, mas você deve se lembrar.

— O que sabe sobre isso?

— Sei de muitas coisas, Eric Taylor.

— Aquilo foi um acidente.

— Muito conveniente pra você fazer parte da escória policial, não acha?

— Você é apenas um bode expiatório, uma isca para me fazer participar desse jogo sádico.

— Bingo! Agora as coisas começaram a ficar interessantes.

— O que quer em troca do nome do seu chefe?

— Se eu trai-lo não poderei usufruir de nada, pois certamente morrerei.

— Acredito que não tenha muita escolha, pois se continuar aqui, irá morrer da mesma forma.

— Minha vida já não tem relevância. Pelo menos morrerei com honra.

— E a vida de sua família? Não vale a pena?

— Deixa a minha família fora disso!

— Posso dar a proteção que ela necessita, quero apenas o nome dessa desgraçado.

— E quem me garante que irá cumprir? Você não é um homem de princípios.

— Te deixarei vivo como garantia, mas será preso.

— A única coisa que importa neste momento é a segurança de minha família, eles não tem culpa das minhas escolhas erradas.

— Então, para quem você trabalha Marcus?

— Heitor Valdez.

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