Lagrimas

Capítulo 40 - Retornando

"O que de fato move o mundo? A força gravitacional, ou o elo sentimental? Eis um grande paradoxo da humanidade."

Alex estava distraído, pensando em como sua vida havia mudado em tão pouco tempo.
Chegou naquele lugar com um objetivo muito simples, e agora estava ali, totalmente perdido, e perdidamente apaixonado.

— Como está se sentindo?

— Estou melhor Alex, obrigada.

— Fiquei muito preocupado Sophie, você desamaiou de repente.

— Acredito que foi um pico de pressão. Mas, agora estou bem, você pode ir.

— Por quanto tempo você irá me tratar assim?

— Quer mesmo que eu responda?

— Olha Sophi... As coisas não aconteceram da forma como eu gostaria, mas acredite quando digo que gosto de você.

— Acredito.

— Porque você torna as coisas tão difíceis?

— Alex, o que quer que eu faça? Que eu simplesmente esqueça tudo o que aconteceu?

— Não, quero que você permita que eu demonstre o meu amor.

— Estamos só eu e você aqui, não precisa fingir!

— Não estou fingindo Sophie, estou apaixonado por você. E não sabe o quanto isso está me atormentando. Era para você estar morta agora, era isso que eu deveria ter feito, no entanto estou aqui arriscando a minha vida por você.

— Você me tirou tudo que tinha, que diferença faz a minha vida agora?

— Eu te dei a chance de viver, mesmo que para isso eu tenha perdido a minha.

Alex sai, deixando Sophie sozinha e mais confusa ainda.

Sanches estava revisando alguns arquivos quando Eric entra.

— Que zona hein!

— Não tanto quanto essa sua cara de ressaca.

— Pelo menos eu sei aproveitar a vida.

— Porquê veio?

— Quero fazer parte da investigação.

— Valentim está se saindo um belo fofoqueiro!

— Eu chamo de informante.

— Você não pode fazer parte da investigação.

— Porque?

— Alex já está trabalhando nisso.

— Nem deixou meu cadáver esfriar, e já me substituiu.

— Você saiu, a delegacia não podia parar.

— Mas agora estou de volta, e vim para trabalhar neste caso.

— Qual seu interesse nisso?

— O mesmo de sempre, solucionar os crimes e prender os bandidos.

— Como você é altruísta!

— E então, por onde começamos?

— Procurando qualquer rastro que o assassino possa ter deixado.

— Impressões digitais?

— Limpo, não encontramos nada.

— Irei no local para ver o que consigo.

— Sabe que terá que trabalhar com o Alex, certo?

— Não será a primeira vez. Não se preocupe.

Eric vai ao local onde o crime ocorreu, procura atentamente uma pista, qualquer coisa que possa ter passado despercebido pelos peritos, mas a única coisa que encontra é Alex, com um semblante nada agradável.

— O que diabos faz aqui?!

— O mesmo que você, Alex.

— Esse local está com acesso restrito, por favor se retire.

— Estou trabalhando no caso.

— O que?

— Além de incompetente agora é surdo também?

— Não me provoque investigadorzinho.

— Quero uma cópia de todo o relatório desta investigação.

— Nem fodendo!

— Qual parte de "Eu estou neste caso" você não entendeu?

— Qual é o seu jogo afinal? Você some, reaparece. Você não é mais bem vindo aqui!

— Quando eu achar o culpado, te darei os créditos como auxiliar, não se preocupe. Agora preciso continuar o meu trabalho.

— Não vai achar nada aqui. Não há um só canto que nós não reviramos.

— Não duvido, mas não confio em você. E nem na sua competência.

— Ok! Boa sorte investigadorzinho. Agora preciso ir, Sophie está me esperando.

Aquela revelação foi como um soco no estômago de Eric, por mais que ele soubesse que os dois estavam juntos, ainda tinha esperança de que tudo isso já tivesse acabado, mas não acabou. Sophie ainda estava com Alex, e o coração de Eric ainda estava com Sophie.