Lágrimas do Lobo

Capítulo 36

Lapot andava com fúria por entre as ruas da grande cidade, sobre o manto da noite e graças a sua magia ancestral, nem humanos e nenhuma raça o havia descoberto ainda.

A anos estava se escondendo pelo mundo, em um buraco mais escuro e imundo que o outro. Tudo devido a uma falha provocada por seu próprio sangue, uma de suas descendentes tinha que ter se apaixonada pela raça mais desprezível de todos.

Os homens lobos, durante séculos ele e os demais caçadores perseguiram, destruíram e caçaram tais criaturas. Havia convencido as demais raças que os lobisomens jamais seria seres evoluídos, que eles não passavam de seres bestiais, sem coração ou honra.

Mais Zayna e David provaram o contrário, aquele maldito alfa era muito inteligente, diferente dos demais. Até mesmo dos antigos anciões... Ele conseguiu unir todos os grandes, os quatros maiores e os demais menores ramos de sua raça, sendo hoje um só clã.

Ensinou o senso de honra, amor e união, se tornando respeitado, venerado pelos demais. Mesmo que nos outros clãs existam alfas poderosos, ninguém ousa desafia-lo pelo comando, também por que fariam isso, cada um tem um alto cargo dentro de cada clã, os outros alfas ficaram satisfeitos em governarem suas tribos, se tornando príncipes e ele o rei máximo. Um tipo de governo que estava funcionando para todos.

Quanto aos antigos anciões, suas vidas foram ceifadas pela guerra ou pelo tempo, ficando apenas um Darioon que indicou os descentes dos antigos anciões, e juntos nasceram os novos anciões, príncipes e anciões das quatro luas. Ironia ou não, mais uma vez estava dando certo.

Mas o que Lapot não imaginava era que todos estavam unidos em prol de algo bem maior, a criança prometida, que já não era tão criança assim.

Era um homem e o seu poder estava despertando de tal maneira que a sua magia seria insignificante diante dele. Seu ódio e inveja o deixará cego a muitos anos atrás... E o antigo feiticeiro apenas deixou passar o que estava diante de seus olhos por pura ignorância e orgulho.

A criança que tanto desejou possuir já existia e tinha o sangue de duas raças poderosas, a mesma que ele por diversas vezes tentou matar e que até hoje o perseguia acreditando ser o culpado de seus fracassos.

Olhou de um lado para o outro e entrou no bar, havia marcado de encontrar alguém que teria soldados valiosos para que ele possa vencer a sua última batalha. Seu povo o havia abandonado a muitos anos, para alguns ele não passa de uma triste mancha no passado dos ciganos.

Mas graça aquela família teria os mercenários necessários para acabar de uma vez por todas com seu inimigo.

Sentou diante da mulher que o olhou a contra a gosto. Ela com a sua elegância e altivez detestava ligar com tipos como ele, mas como ele pagou adiantado e em ouro abriu uma exceção.

— Trinta mercenários da pior espécie como pediu. Todos estão aguardando as suas ordens nesse endereço. Passou o cartão sem ao menos olhar em sua direção. — Não aceitamos devoluções e nem reclamações. E outra coisa está por sua conta e risco. Explicou ela tomando sua taça de champanhe calmamente.