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Tatiana

Aproveitei que não iria trabalhar hoje e resolvi limpar a casa. Victor ainda brotou aqui com suas caixinhas de cerveja. Enquanto íamos limpando tudinho, a gente ia bebendo.

Victor: aí mona, tô xoxado.

Tati: que foi? —falei passando pano no armário.

Victor: briguei com bofe e acho que agora acabou.

Tati: e se tá sofrendo?

Victor: pior que tô.

Tati: logo voce viado? Pelo amor hein.

Comecei ouvir a maior gritaria na minha porta, sai pra vê se era aqui mesmo. Botei a cara na janela e tinha uma mona gritando na minha porta.

-você mesmo vagabunda, se tem disposição pra sentar no macho dos outros, tem que bater de frente. Bota a cara cara aqui em baixo. —gritou batendo palma.

Tati: quem é a doida? —falei pro Victor.

Victor: Tiffany o nome da gata.

Eu bem fechei minha janela e fiquei calminha, mas a maluca não parava de gritar, falava falava e batia as palmas.

Tiffany: você não vai sair sua piranha? Vou arrombar esse caralho. —gritou mais ainda.

Tati: só o que me faltava, vou lá.

Victor: bora.

Quando penso que posso seguir a vida em paz, sempre tem uma loucura atrás de mim.

Sai lá fora e o auê já estava feito né, vários vizinhos na rua. Na hora que botei a cara ela começou a gritar.

Tiffany: vem aqui sua puta, amante safada. Prostituta, mal amada.

Abri o portão e fui na sede dela, se ela queria afrontar, vai ter o dela. Catei o cabelo e puxei com tudo fazendo ela quase cair, comecei a socar a cara dela enquanto a mesma me batia e me arranhava. Estávamos no teti a teti maneiro, eu batia legal e ela não ficava por baixo, mas a cara dela tava toda arrebentada.

Ouvi um tiro pro alto e do nada alguém me puxando de cima dela.

-da uma segurada aí pô. —o menino que segurou a Tiffany falou.

Tubarão: que caralho é esse? Já falei que não gosto de briga no meu morro.

Tiffany: essa tua amante de quinta aí, vem me afrontar amor. —quase vomitei.

Tubarão: segura sua onda. Vem pagar de mulher minha não.

Tati: a vai se foder garota, vem aqui querer fazer barraco na minha casa e quer o que?

-chefe, eu vi tudo pô. Tiffany que veio aqui gritando.

Tubarão: leva essa filha da puta pra ser cobrada. E você porra, põe uma rouba descente. —falou me encarando.

Foi só aí que me dei conta que tava com um top e com um shorts de pano fino curtinho, já que estava limpando a casa. E meus peitos quase pulando pra fora.

Tati: controla as marmita que você come, quero mais nenhuma aqui no meu portão. E você, vai tomar no cu. —falei estressada e ele me olhou no ódio puro.

Por um instante quando ele levantou a mão, eu pude jurar que ele ia dar na minha cara ali mesmo, na rua e na frente de todo mundo.

Tubarão: some da minha frente, antes que eu perca a lógica contigo e acabe descendo de nível te xingando igual você fez.

Olhei de cara feia pra ele, mas sai antes que a coisa ficasse pior ali. Entrei em casa com a cara quente, bolada de verdade.

Victor: tu deu um trato naquela otaria né, até tirou o mega dela.

Tati: sabe o pior? Que eu amei e odiei fazer isso. —falei nervosa vendo meu corpo todo arranhado.

Victor: porque odiou?

Tati: eu amei porque ela mereceu, veio roncar pra cima de mim, mereceu. Mas o outro lado, é que o ego do Rafael vai ficar no alto, porque olha... ele vai se vangloriar de ter 2 mulheres brigando por ele.

Victor: querendo ou não, homem sempre sai como o bonito né.

Tati: minha mãe vem passar o fim de semana aqui e ela vai me ver nessa estado, toda arranhada.

Victor: fala a verdade.

Tati: ela me mata só de souber que tô saindo com outro bandido.

Victor: fazer o que se ela criou uma maria fuzil? Vai tomar um banho que eu acabo de limpar aqui.

Tati: te amo.

Subi e tomei um banho, a essa altura do campeonato eu já nem tava mais com efeito da bebida. Sai do banho e me troquei, ainda tava no ódio puro. Pedi umas comidas na pensão aqui, e desci.

Tati: nem sabia que vinha aqui. —falei vendo a Pamela.

Livia: oi madrinha. —me abraçou— sabia que eu comprei um monte de bonecas pra minha festa?

Tati: sério? Depois quero ver tudo, hein?

Livia: só na festa, é surpresa.

Tati: aí que pena.

Pamela: tive que vim né, depois de saber que você caiu na porrada.

Tati: nem me fala, tô nervosa que só. —prendi meu cabelo.

Pamela: aquela Tiffany é maluca da cabeça, toda vez ela arruma barraco aqui. Pior que ela diz que é fiel de vários machos.

Tati: sinceramente, eu perdi a cabeça total. Nem deveria ter batido nela.

Victor: larga de ser besta menina, deveria ter batido sim. Te chamou de tudo qualquer nome. Se você não tivesse batido, ia ter apanhado dela.

Pamela: nisso é verdade, seis tavam bebendo né? —concordei— eu quero também.

Livia: todo dia, mãe? —disse com a mão na cintura.

Pamela: se virou minha mãe é? —ela só riu.

A Pamela pegou uma long neck e começou a beber junto com Victor, nem bebi já que ia buscar minha mãe na rodoviária amanhã.

Eles estavam bêbados já, saíram daqui e foram pro bar. Aproveitei e limpei o que eles sujaram, tomei um banho e deitei na cama.

Estava tão bolada que o Rafael falou daquele jeito comigo e mais ainda que ele cogitou vim pra cima mim, tudo bem que mandei ele tomar no cu na frente de todo mundo, mas vim pra cima de mim? Se ele não controla as meninas que ele come na rua e elas vem na minha porta, querem que eu faça o que? Ficassem ouvindo ela me xingar e ficar calada? Me poupe.

Tatiana Onde histórias criam vida. Descubra agora