S/n cometeu um pecado terrível. Um erro pelo qual ela se arrependeria até o dia de sua morte. Como herdeira do antigo chefe da Máfia do Porto, ela guardava sentimentos confusos sobre o pai. Mas nunca sobre Dazai. Ele rapidamente se tornou sua obsess...
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Certas coisas não tinham explicação.
Certas coisas não precisavam ter uma explicação.
Mas aquilo... O destino havia me traído mais uma vez.
Ou talvez, ele tivesse me ajudado.
O homem que tanto atormentou meus pensamentos nos últimos quatro anos estava diante de mim.
— Da...zai?
Eu achei ter visto um sorriso fraco vindo dele, mas não pude ter certeza. Ele ainda estava contraluz.
Eu fiquei em silêncio por um momento, esperando que ele dissesse algo. Mas ele não disse nada, ele sequer se mexeu.
Sua mão continuava sobre o meu ombro. A mão dele não estava simplesmente repousando lá... Não. Ele estava pressionando, apertando.
Como se isso pudesse me segurar de alguma forma.
Ele continuava inclinado, e mesmo sem vê-lo nitidamente, tive a impressão de que ele estava olhando no fundo dos meus olhos.
Eu estava ali. Parada, diante do meu inimigo.
"Inimigo".
Que estranho.
Estava atônita. Imóvel. Incapaz de dizer ou fazer algo.
Estava a mercê daquele maldito homem, como sempre.
Ele sempre estava nos meus pensamentos, nos meus sonhos, ele estava no cheiro dos meus lençóis, ele estava na melodia das músicas que eu gostava, ele estava nas gotas finas da chuva que caía sobre o meu rosto... Eu sentia que não importava o quanto eu tentasse fugir, ele sempre iria me assombrar.
Eu... Sou absolutamente obcecada por ele.
As lágrimas dispararam dos meus olhos, sem pedir permissão.
E então eu acordei do que pareceu ser um tipo de feitiço maléfico.
Lembrei do que ele fez. Lembrei de como ele traiu a mim e a todos os nossos amigos, lembrei de como ele deixou a Máfia sem sequer se despedir de mim... Ele foi embora sem olhar para trás.
Eu passei dias sofrendo, tendo várias crises... Me perguntando o motivo de ele ter me deixado tão repentinamente.
Eu estava com ódio.
E eu queria me vingar.
Mas tudo o que eu consegui fazer foi agarrar a mão dele com toda a força que me restava, e puxá-la para trás, o fazendo cair.
Mas ele não caiu de fato, ele era esbelto, e bem mais alto que eu. Ele apenas caiu de joelhos no chão.
Antes que ele pudesse se levantar eu corri, acidentalmente pisando no estômago do loiro que eu havia tentado drenar a alguns minutos atrás.
