O detetive cruel

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[ tw: palavras de baixo calão e insinuação sexual. ]

Tudo bem... Talvez as coisas tenham fugido um pouco do controle.

O efeito que aquela droga de sonho causou em mim ainda permaneceu no meu corpo mesmo depois que eu acordei.

Foi como uma droga, minha própria heroína.

Tentei ao máximo ficar longe dele... Ah, como eu tentei.

Mas ele começou a me tocar, reclamar... No auge do meu estresse, a raiva se misturou com meu desejo.

Desejo de puxá-lo, beijá-lo, colocá-lo por baixo de mim e nunca mais deixá-lo.

Em um impulso, já era.

Perdi a porra da cabeça.

Puxei sua nuca, e praticamente bati nossas cabeças com o impulso.

Seus lábios eram levemente ásperos, grossos. O que me agradou muuuuito.

Me demorei naqueles lábios, lambendo e mordiscando devagar. Senti que seu corpo tremia, tenso.

Ele permitiu que eu continuasse minha doce tortura por alguns segundos, grunhindo como se me implorasse para levar a provocação adiante.

Mas eu não o fiz.

Queria fazê-lo enlouquecer, queria que ele implorasse como se sua vida dependesse disso.

Mas ele também não faria isso, claro.

Então ele separou nossas bocas, me encarando com uma surpresa evidente em seu olhar.

— Não tão rápido, linda. Me explique isso primeiro. — Dazai levantou meu queixo delicadamente, olhando no fundo dos meus olhos.

Extasiada pelo seu olhar quente, fiquei alguns segundos em transe. Perdida naqueles olhos escuros como o céu noturno sem a lua e sem estrelas.

Sua respiração pesada me trouxe de volta para a realidade, ainda meio confusa.

— Explicar? Explicar o que? — meu olhar agora estava congelado no seu cabelo, que estava levemente desalinhado.

Por medo de me perder em seu olhar de novo, fiquei encarando suas mechas escuras.

— O seu... Beijo. — ele disse vagarosamente, prolongando o silêncio entre as duas palavras.

Fechei meus olhos com força, evitando meu tic nervoso de ficar piscando freneticamente em situações assim.

Me afastei um pouco do seu toque, apenas o suficiente para recobrar meus sentidos.

— Não sei. Me desculpe...

Puta merda. Foi tudo que eu consegui dizer.

Idiota.

Diga que o ama,
Diga que sente a falta dele,
Diga que esperou por esse momento,
Diga que quer monopolizar ele...

Não diga isso...

Abaixei meu rosto, decepcionada pela minha própria covardia.

— Não faz assim, amor. — sua voz era suave, quase como um ronronar.

Me levantei para encarar seu rosto, espantada pelo que ele me chamou.

Amor?

Eu?

— Eis a verdade: Você me ama, e não consegue negar isso. — ele passou um braço ao redor da minha cintura, em um abraço. — O problema é que você não consegue afirmar também.

𝐋𝐞𝐭 𝐠𝐨 - 𝐎𝐬𝐚𝐦𝐮 𝐃𝐚𝐳𝐚𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora