Anoitecer

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[Mori]

O sol se pôs.

O dia se foi.

Mais um maldito e infernal dia se encerra.

Seguro firmemente o copo de whisky na minha mão, eu o aperto tanto que ele chega a tremer.

Minha vida virou um inferno.

Eles fizeram da minha vida um inferno.

Sim, eles.

Dazai e S/n.

Maldito foi o dia em que eu confiei nessas ervas daninhas.

Irado, em um movimento brusco, jogo o copo com whisky no chão com toda a força, me sentindo miserável.

Desde que S/n saiu em disparada pela porta da frente, eu apenas entrei em estado de espera.

Eu me sentei e esperei que ela viesse, que acabasse com a minha vida. Eu apenas me sentei e esperei.

Como um louco, coloquei homens armados em peso em todos os corredores e salas, os equipei com armamento pesado, com venenos, drogas, tudo. Como um completo paranóico.

Meus poucos aliados se afastaram de mim, Kouyou entrou em um estado de depressão profunda, Akutagawa desapareceu, Chuuya foi levado...

— Maldição... — praguejei para mim mesmo.

Elise me olhava por cima do ombro, com os olhos arregalados. Era a expressão comum de seu rosto agora.

— Rintarou... Eu-

Ela se deteve, desistindo de falar o que quer que fosse.

Ela recuou, abaixando a cabeça e fechando uma mão por cima da outra.

Suspirei, olhando para fora pela janela, mas acabando cara a cara comigo mesmo. Meu reflexo totalmente deplorável.

A barba cresceu, falha, meus olhos estavam pesados e haviam hematomas por todo o meu pescoço, feitos pela própria Elise, a meu comando.

Olhei mais para baixo, vendo o lagarto negro posicionado na frente da porta principal.

— Olhe só para eles — uma voz ríspida saiu da minha garganta, voz essa que eu não reconheci como minha.—  Eles estão loucos para me abandonar. Como todos os outros.

— Isso não é verdade, Rintarou! — a voz aguda de Elise me interrompeu. — Eu estou aqui. Mesmo que eles saiam pela porta, eu sempre estarei aqui.

— É claro que vai estar. — me virei para ela com olhos severos. — Porque é isso que eu quero. Você me obedece.

Elise arregalou os olhos, mas logo os desviou.

Todos eles foram embora. Todos eles pensam que eu enlouqueci.

Talvez eu tenha... Merda. Eu não sei mais o que pensar.

Fui tirado dos meus pensamentos por uma batida desesperada na minha porta.

Agarrei minha arma, por impulso, esperando qualquer coisa.

Quando ouvi soluços, uma voz chorosa feminina, olhei para Elise com confusão, que ao abrir a porta...

Ambos ficamos boquiabertos.

— Não faz isso comigo, Chuuya, por favor... Por favor... Não faz isso, eu te amo!

Cala a porra da sua boca.

Um sorriso se alargou nos cantos da minha boca, sem que eu notasse.

Chuuya segurava S/n pelo cabelo, todo emaranhado. As roupas de ambos estavam sujas, e especialmente as de s/n, estavam cheias de sangue. Lágrimas escorriam de seus olhos sem parar...

𝐋𝐞𝐭 𝐠𝐨 - 𝐎𝐬𝐚𝐦𝐮 𝐃𝐚𝐳𝐚𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora