Pretty Lies

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— Implore por misericórdia.

Abaixei meu olhar para minhas mãos. Correntes elétricas rasgavam minha pele e enevoavam minha mente. Chuuya fez um esforço louvável para arrancar minhas mãos de seu pescoço, mas, ao tocar suas mãos nas minhas ele só piorou a situação. Minha fonte de drenagem agora não vinha somente de seu pescoço, mas de suas mãos.

Como de costume, algumas lembranças dele atingiram meu cérebro. Chuuya estava pensando em momentos de nosso passado, quando corríamos juntos pelos corredores, quando eu estive em sua nomeação na Máfia, quando eu o segurei firme e não deixei que ninguém notasse que ele estava chorando de dor.

Então de repente suas lembranças me levaram até um post em uma rede social desconhecida, onde haviam informações detalhadas e confidenciais da Máfia do Porto, coisas como senhas de acesso, códigos de cofres e a localização de alguns dos mandantes. Coisas que só um dirigente do mais alto escalão saberia.

E no final do post, havia "Com amor, morte branca".

Soltei Chuuya, me virando para Kouyou com o olhar mais negativamente envergonhado que consegui.

— Mais de dez anos na Máfia para atacar alguém sem investigar os precedentes de uma informação publicada em um site duvidoso e sem criptografia? — minha voz estava calma, mas meu olhar estava cheio de superioridade e arrogância. — Você só pode estar brincando comigo. Como consegue ser tão amadora?

Como esperado, ela usou o demônio dourado para me atacar em um impulso de fúria, mas depois de levar três cortes superficiais eu já havia entendido seu padrão de ataque.

Sempre vem de cima, especialmente do lado esquerdo, onde ele julga que há um mal funcionamento muscular, provavelmente pela maioria dos oponentes serem destros.

Me movi pela direita e cortei o ombro do youkai, que urrou terrivelmente depois que eu o chutei e derrubei uma mesa em cima dele.

— Você é muito previsível também. Uma vez amadora — caminhei até ela limpando o sangue do fantasma. — Sempre amadora.

— Você não vai fazer isso! Não pode me matar! — ela caiu de joelhos, vendo que não tinha ninguém para ajudá-la.

Sorri, me abaixando e puxando seu cabelo irritantemente cheiroso. Sempre impecável não é irmã...

— Eu não só posso, como quero te matar — pressionei a ponta do punhal adornado de Yosano em seu queixo e lágrimas ameaçavam cair de seus olhos. — Admita que planejou isso. Você não quis investigar nada, afinal, esse seria o pretexto perfeito para me executar sem se dar mal depois.

Olhei para Chuuya, que lutava para manter os olhos abertos, no chão.

— Tudo que você precisou fazer foi convencer o imbecil ali a te seguir — apertei seu cabelo com mais força. — Se duvidar, Kouyou — me aproximei de seu rosto, fazendo com que ela quase parasse de respirar ao ver meus olhos completamente brancos. — Foi você que fez aquele post.

— Não, não foi irmã-

— Oh! — dei um sorriso de escárnio, quase cuspindo em sua cara. — Agora eu sou sua doce irmã de novo?

— Não pode fazer isso comigo. Eu estava enganada, eu..

— Cale a boca! — a interrompi com uma fúria certeira em meu olhar, levantando o punhal para cravá-lo em seu peito. — Te vejo no inferno, sua vaca maldita.

Quando o punhal estava perfurando sua pele lentamente, um grito de espanto ressoou perto do balcão.

Uma senhora de idade nos observava com terror. Ela parecia ter entre 60 - 70 anos.

𝐋𝐞𝐭 𝐠𝐨 - 𝐎𝐬𝐚𝐦𝐮 𝐃𝐚𝐳𝐚𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora