ESTRELA CADENTE

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A brisa da noite assoprava esvoaçando seus cachos que bagunçava com o vento.
Admirando a noite ela fecha os olhos apenas sentindo o clima fresco.

Quem imaginaria que eu Carol, que acreditava que não teria futuro nenhum a não ser trabalhar na padaria alugada todos os dias da cinco da manhã as 19 horas em pé, seria uma princesa. Ela pensava sentindo o impacto da situação em seu corpo que estremecia. Eu não queria participar da seleção porque justamente não seria uma boa rainha, quem diria. Ela suspirou gelidamente. É eu estou grávida. Acredita vó? Ela sorriu abrindo os olhos para observar o céu estrelado. Se a senhora estivesse aqui, brigaria tanto comigo.

— Nunca me imaginaria nessa situação, confesso que é um tanto emocionante, parece aquelas histórias de livros clichês. — disse em voz alta, falando com o céu. — Falando em voz alta parece um absurdo... Eu estou grávida... Grávida ... Caramba dá pra imagina isso? É o pior é que não sou irmã de sangue da pessoa mais importante da minha vida... Sabe vó, isso não é importante, o sangue não faz diferença, porque o que sinto pela Dany ultrapassa laços sanguíneo..., mas... — Ela soltar uma risada nervosa. — Eu não posso fazer nada para ajuda lá. — A risada se tornou chorou. — Me sinto tão impotente vó... Estou tendo a mesma sensação de quando a senhora morreu.... Vê-la naquela cadeira esperando um atendimento médico com aquela maldita pulseira amarela no pulso... Quem pode avaliar a dor de alguém com um fita? Quando penso nisso sinto uma raiva imensa. — Carol sussurrou deixando cair no chão do terraço do prédio do hospital, suas lágrimas caíam junto com soluços.

Sua cabeça doía, ela estava tentando resolver um quebra cabeça, só que faltava peças.

Ela sentia gritos de desesperos subirem pela garganta, mas não abriu a boca, apenas chorava.

Fazia mais de duas semanas que estava esperando uma resposta de um doador, ela estava cansada, depois de um longo dia de esperar, Gina havia ido para casa pegar algumas roupas para elas, já que Carol se negava sair de perto da sua irmã.

— Você vai pegar um resfriado aqui fora. — Uma voz conhecida e indesejada disse se aproximando de Carol.

— Eu não estou com frio. — Ela disse sentindo um arrepio e já brava consigo mesma por não ter pegado um casaco.

— Não é isso que parece. — Ele disse arqueando as sobrancelhas.
Lúcio pegou seu casaco e se aproximou mais dela, que já estava preparada para dizer que não queria, quando ele mesmo vestiu sua blusa de boca aberta ela o encarou confusa.

— O que foi? Você disse que não estava com frio. — Ele disse puxando o tecido do jeans para cima e sentou no chão ao lado dela.

Ela soltou uma risada descrente.

— Nossa, tão cavalheiro. — Zombou.

— Se eu tivesse oferecido meu casaco, você não aceitaria... Por que o espanto? — Gracejou a encarando.

— Você está certo. — Disse limpando suas lágrimas. — Pensei que tivesse indo embora.

— Eu não posso ir embora sem você.

— Acho que você vai morar na Terra então.

Ele riu a oferendo um lenço, bordado com uma letra "A" dourado no meio do pano de pano macio. Ela aceita e limpa seu rosto e assoar e o devolve. Ele balança a cabeça.

— Pode ficar com você. — Ele falou olhando para o céu. — As damas de Cristal são graciosa.

— Imagino que sim... Todas treinadas para serem boas moças.

— Sim... Nosso planeta é uma cópia da Terra, a diferença que estamos presos nos costumes e leis passadas. — Ele explicou pensativo.

— Que vida cruel vocês tem. — Caçou rindo.

OLHOS NEGROS ( Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora