PAÍS CRISTAL

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Fazia algumas semanas que Ryan havia desaparecido. Ele tinha marcado um encontro com Carol, mas simplesmente não apareceu.

O baile foi adiado devido ao seu sumiço inesperado, e o motivo não foi divulgado. Disseram apenas que ele teve que resolver algumas questões em seu planeta.

Marte?

Carol estava na sala de aula, ainda pensando nas razões do desaparecimento de Ryan. A sala estava iluminada por hologramas que preenchiam o ambiente com imagens vívidas, tornando a aula mais envolvente.

— Alguma pergunta? — perguntou Vânia, andando entre o círculo formado na sala. — Muito bem, antes de finalizar nossa aula de hoje, vamos falar um pouco das famílias que são a base de Netuno: Famílias Abollyan, Suvany e Crusty.

Vania passou o dedo no holograma,  com figuras 3D  detalhadas dos castelos e cidades de Netuno flutuavam ao redor das alunas, cada uma mais impressionante que a outra. Vânia passou o dedo no holograma, fazendo aparecer a imagem de um majestoso castelo medieval.

— A primeira família é Abollyan. Eles ainda residem em um castelo medieval, mesmo tendo tecnologia de ponta. Apenas as casas dos cidadãos serem comuns. — Explicou Vânia, mudando a imagem com um gesto.
O holograma agora mostrava uma cidade deslumbrante, com cristais brilhando sob a luz artificial.

— O nome da cidade de Abollyan é Cristal, devido à imensa quantidade de pedras preciosas encontradas lá. A população atual é de 35.010 habitantes. — Vânia suspirou, observando que todas estavam prestando muita atenção na aula. — O sistema de governo é aristocrático. Nesse regime, o monarca detém todo o poder político, que é passado para seus descendentes diretos. A preservação do poder entre aqueles que têm laços consanguíneos é crucial.

— Como assim? Quer dizer que eles se casam entre si? — perguntou Ana, arregalando os olhos

— Sim. A relação deles são mantidas em família. O casamento é feito entre as três famílias de Abollyan. estendendo a família de maneira que o sangue familiar não fosse misturado com o sangue de pessoas comuns. Eles casam entre si para manter os laços nobres familiares. Juntando-se as três famílias distintas do mesmo local de origem. Que no caso é a família principal Abollyan.

— Nossa! Tudo isso só para não compartilhar o poder? — Carol pensou alto, sentindo a indignação crescer dentro de si.

— É uma maneira de se pensar. — Ela observou passando mais imagens. — Se algum membro da família não aceitar as condições, ela sofre punições severas.

— Nossa, então eles conseguem ser piores que vocês. — Carol pensou alto. Todas se viraram para ela, surpresas.

Por que não consigo ficar quieta?

Carol colocou a mão nos lábios, não acreditando no que acabara de dizer.

— Pois é, nosso sistema ainda é mais justo. — Comentou Vânia com desdém.

—Já aconteceu de alguém não aceitar? — perguntou Sabine, curiosa.

— Sim... — Vânia suspirou, triste, ao mudar a imagem para a de um homem imponente. — A filha de Edward Abollyan. E esse  é o chefe das três famílias.

Ela passou mais  para o próximo  holograma que  exibia a imagem de um homem impressionante, cuja presença exalava autoridade e poder.

Sua pele clara parecia quase translúcida sob a luz suave do holograma, contrastando com os olhos castanhos profundos que pareciam enxergar além do horizonte. Seu olhar era firme e calculista, uma mistura de sabedoria e severidade que só anos de liderança poderiam conferir.

Os cabelos longos, de um castanho escuro brilhante, caíam sobre os ombros de maneira impecável, conferindo-lhe um ar de nobreza. Eles estavam cuidadosamente penteados, sem um fio fora do lugar, destacando ainda mais a sua aparência aristocrática.

— Esse é o monarca Edward Abollyan.

Ele estava sentado em um trono majestoso, ornado com detalhes intrincados que refletiam a riqueza e a história das três famílias que lideravam. Suas mãos descansavam com naturalidade nos braços do trono, os dedos longos e elegantes sugerindo um equilíbrio entre força e graça.

Seu porte era imponente, com ombros largos e postura ereta, deixando claro que ele era um líder nato, acostumado a tomar decisões difíceis e a carregar o peso de grandes responsabilidades. A roupa que vestia era simples, mas de corte impecável, feita de tecidos finos que sugeriram uma riqueza discreta. Uma capa longa caía de seus ombros, adicionando um toque de regalia à sua figura.

A expressão em seu rosto, enquanto olhava para o horizonte, era uma mistura de contemplação,  determinação e tristeza, como se estivesse constantemente planejando os próximos passos para garantir a sobrevivência e prosperidade de suas famílias.

OLHOS NEGROS ( Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora