RAINHA DE COPAS

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Ela o encarou friamente, o sorriso de Rian foi sumindo aos poucos.

— Por que está com essa expressão?— Ele perguntou preocupado.

—Com você... Passei momentos felizes aqui. — Ela disse, séria, mas seu coração estava em pedaços. Carol estava segurando para não deixa cair as lágrimas que ameaçavam desabar.

— Não estou entendendo... O que quer dizer com isso?— Ele perguntou se aproximando, mas ela desviou.

— Esse baile foi perfeito, mas assim como nas histórias de princesa... Você vai voltar para seu mundo... E eu para o meu...— Ela comentou vendo a expressão dele de incrédulo.— E isso que quero... Eu vim para essa nave obrigada, tive momentos incríveis, aprendi muito com vocês...

— Vai direto ao ponto Carol... O que você quer dizer com tudo isso?— Perguntou receoso, com medo da resposta.

A sala ficou em silêncio, os dois se encarando, o clima frio e sombrio podia se sentir intensamente entre os corpos.

Tudo podia ser diferente, se você não fosse príncipe. Ela pensava sem desviar seus olhos.
" Podemos conversar? — A rainha perguntou entrando em meu quarto. Maldita hora que fui abrir a porta.

— Claro... Fique à vontade. — falei nervosa.

— Você está linda... Esse vestido é um modelo diferente do que as outras receberam. — Ela mencionou andando pelo quarto. — De todas as garotas que ainda estão aqui... Você é a única que nunca quis fazer parte disso, não é? — Ela questionou se virando para mim.

— No começo... Confesso que nunca foi meu objetivo de estar aqui. — Confessei com sinceridade. — Mas...

— Não a culpo... Você não tem perfil de uma rainha. — Ela jogou na minha cara.

Tá confesso que fiquei brava, minha vontade era de respondê-la, mas ela me dava tanto medo analisando cômodo com olhar de reprovação.
Eu suspirei e esperei ela dizer o que queria. Afinal não achei que ela tinha indo ao meu quarto, porque é uma boa anfitriã.

— Pra ser sincera, nunca almejei ser uma rainha... Nem quero ser, as leis e regras que vocês aplicam eu acho ultrapassada... rainha. — Eu Sussurro, tentando manter meus olhos aos delas, mas seus olhos negros, eram frios, sentia todo meu corpo arrepiar de pavor.

— Entendo... Os exemplos do mundo que você viver não são boas referências para você contesta algo que dá certo a milhares de anos, não acha senhorita Carol?!

— Eu acho que nenhum mundo é perfeito senhora, mas está certa, as leis do meu país, não posso usar como referência.

— Não fiquei com essa expressão, minha cara... Não vim fazer essa visita para deixá-la triste... Vim fazer um apelo como mãe. — Ela expôs um sorriso.

O que a senhora deseja?— Perguntei um pouco desconfiada. — Sente se...— Ofereci o sofá para ela sentar, depois que percebi que nem tinha pensado nisso.

Ela sentou, eu me acomodei na minha cama de frente para ela.

— Obrigada... Carol, sei que você tem um ótimo coração, e eu admiro isso em você de verdade, guerreira, que sempre pensa nos outros... Uma mulher extraordinária. Se fosse em outro momento, Alfredo e eu, adoraríamos tê-la como nora. — Atestou a rainha segurando minhas mãos, que as puxei. — Carol... Não estou aqui como rainha, mas como uma mãe... — Ela soltou um suspiro.

— Desculpa senhora, mas pode ir direto ao ponto, não sei onde quer chegar com essa conversa. — Proferi a encarando.

— Quero que desista do Rian. — Ela revelou séria. — Ou melhor dizer... Quero que ele desista de escolher você.

OLHOS NEGROS ( Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora