Capítulo 7

883 160 27
                                    

O mais velho ficou em silêncio enquanto o outro chorava compulsivamente em seus braços, o caixão descia para dentro de sua cova junto com algumas gotas de chuva pelo mau tempo, alguns permaneciam indiferentes outros internamente comemoravam aquela morte tão desejada e ainda assim parecia um mal sinal alguém como ele está morto, Meng Yao corrigiu sua postura antes de encarar o túmulo a sua frente vendo as pás de terras que logo o cobririam por inteiro o afastando dos vivos e o deixando mais perto dos mortos, a rosa vermelha pendente entre seus dedos era como o sangue de seu pai derramado na sala daquele escritório em um subúrbio barato, nem uma morte digna lhe deram, GuangShan era extravagante sempre agia e se vestia a altura um verdadeiro homem da sociedade que havia o criado para ser alguém tão digno quanto ele e quando finalmente o túmulo estava fechado e a rosa vermelha caiu sobre a terra batida, se viu entre um desejo insano de vingança e um martírio pela morte de quem já havia se ido e insistentemente voltado.

Quando os sapatos caros pararam a sua frente junto a um sorriso pretensioso e cínico que preencheu seu campo de visão e logo em seguida mais uma rosa foi depositada sobre a terra, entendeu muitas coisas, aquele maldito excesso de confiança, o maldito ar de superioridade, davam um conjunto a mais nas íris violeta talvez um pouco de raiva e um toque suave de ódio.

— Meus pêsames — a voz grossa com uma certa suavidade pronunciou — É lamentável que um homem tão bom tenha que descansar e nos deixar assim.

— Obrigado, Jiang Cheng — sua voz saiu fria e sem emoção — Realmente, mas todos nós deixaremos esse mundo alguns mais cedo que os outros.

— Certamente — se agachou e deixou que seus dedos tocassem a terra molhada — Alguns que foram — levantou fazendo o sinal da cruz — Voltaram, você tem total razão sangue sempre será derramado.

Xichen deixou um arrepio cruzar sua espinha quando as últimas palavras deixaram os lábios de Cheng que agora tinha seus olhos sobre si, tão frios e sem emoção, algum dia eles brilharam? Sim, algum dia eles brilharam mas parecia ser a um longo tempo tão distante que não passava de uma memória jogada sobre o vento.

— Precisamos conversar — falou simples — Me ligue assim que possível, já que agora terá que apoiar seu noivo.

— Nós precisamos conversar realmente — baixou seus olhos — Eu o procurarei logo, apenas espere.

— Eu esperei oito anos Xichen — havia um tom a mais naquelas palavras tão suave como um veneno — Me torture ainda mais como sempre faz.

As palavras prenderam-se na ponta da sua língua o deixando mudo enquanto Meng Yao virava em seus braços o abraçando, seus olhos ainda estavam conectados nas íris violetas tão vazias que logo fugiram e se afastaram para longe indo embora, mais uma vez como oito anos atrás só que dessa vez vivo não como um morto ou um sombra que assombrava seus sonhos. Qi Ren estremeceu sobre o olhar duro que encontrou na entrada do cemitério junto ao sorriso pretensioso recheado de certo cinismo, era como ter uma faca sobre sua garganta pronto para cortá-la e deixa-lo sangrando até a morte.

— Senhor Qi Ren é bom revê-lo — uma breve reverência vinda de Cheng — Espero que possamos nos encontrar novamente em uma situação melhor.

— Jiang Cheng — engoliu em seco — Digo o mesmo é um prazer encontrá-lo, pena que em um situação tão lamentável.

— Não há nada de lamentável na morte apenas em viver.

— Oh, talvez tenha razão— encarou o chão por alguns segundos — Irei me retirar até meu sobrinho com licença.

Cheng desviou seus olhos ao carro prata a sua frente enquanto Wei se aproximava para se colocar ao seu lado.

— Compre um carro igual a esse — gesticulou em direção ao carro — Quero um exatamente igual da cor a placa.

— Porque? Você já tem um carro? — Wei o encarou.

— Apenas me conceda esse desejo, meu caro irmão — segurou o queixo de Wei.

— Tudo bem, verei o que posso fazer — afastou a mão do outro — Vamos embora.

[....]

Silêncio marcou o caminho como tinha marcado os últimos dias desde da chegada fria e consciente de Jiang Cheng, o barulho alto sempre era cessado pela sua mera presença, tudo era seguido de um silêncio quando se tratava dele era cruel completamente cruel como ele parecia saber do impacto descomunal de suas ações e palavras, surpreendentemente o homem à sua frente tinha muito a dizer mas pouca coragem para expressar suas palavras e seus pensamentos, não quando suava frio e começava rezar em um revezamento entre implorar e se sentir medíocre.

— Muito bem — o cano frio foi empurrado contra sua testa — Nie Mingjue, um importante exportador de armas ilegais quase um rei do tráfico de joelhos, é uma visão realmente excitante.

Riu deliciando com a imagem à sua frente se abaixando minimamente para segurar o queixo firme do Nie, apertando ao ponto de sentir os ossos de suas mandíbulas tremerem sobre seus dedos finos cobertos pela luva preta.

— Eu juro que posso me acostumar com essa visão — sorriu — É tão verdadeiramente sexy, me faz lembrar de quando me achou lamentável e desagradável ao seus olhos, aqueles bons tempos — prolongou a frase agora segurando os cabelos curtos — Agora estamos aqui com você gemendo pela dor, me diga meu caro Nie, eu deveria arrancar seus dentes ou sua língua?

— Você é louco — murmurou entre dentes — Um sádico, onde está o adorável Jiang Cheng caído de amores pelo grande Lan Xichen? Que implorou para não ter seu filho tirado de si?

— Oh, aquele homem fraco — soltou os fios curtos, para empurrar o cano da pistola entre os lábios do Nie — Ele morreu, foi torturado por dias a fios por ódio e rancor se perguntando o que fez de errado, mas veja só diferentemente de você que sempre agiu como uma vadio com sua queda pelo maldito A-Yao, eu realmente me tornei alguém grande — riu novamente ao ouvir o resmungo de desespero — É agora que você começa a gritar.

Wei apareceu segurando um notebook em suas mãos e ao seu lado o Nie mais novo que se encolhia pelo medo seus olhos nunca indo diretamente ao irmão ajoelhado com um arma em sua boca.

— E então? — Cheng perguntou.

— Tenho tudo que preciso, o garoto vai com a gente, ele não estava sendo bem tratado aqui — apontou para o Nie mais novo — Faça o que tiver que fazer mas não me soa bem dois enterros tão rápido, um corpo foi velado hoje me sinto meio mal.

— Compassivo Wei — debochou afastando do Nie e guardando a arma — Esperava mais de alguém que enterrou alguns corpos.

— Tenho minha ética, vamos embora deixe-o aí — olhou para o Nie mais velho — Ele morrerá de qualquer forma.

Cheng apenas fez um sinal com a mão caminhando em direção ao carro junto a Wei, assim que entraram o som do tiro ecoou pelo ar.

— Ele se matou — lamentou — Me pergunto o que se passa na cabeça das pessoas — disse de maneira irônica.

Deu a partida deixando um pouco mais de sangue para trás.

Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora