Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)

Capítulo 29

Nem tudo é o que parece ou nem tudo é da forma que você enxerga, na maioria das vezes somos como pessoas cegas sem a capacidade de sentir as coisas ao nosso redor através do tato, uma mentira é fácil de ser contada mas dificilmente ela pode ser descoberta a tempo, ainda mais quando nós defendemos essa mentira seja por acreditar em que a contou ou a falta de interesse de nos questionar por aquilo não pode ser uma mentira, de alguma forma prolongamos nossa própria dor no excesso de confiança nas pessoas erradas, se questionar não faz de nós egoístas apenas precavidos em relação a nossa vida futura. Entende-se que para amar alguém necessita-se confiança, como você pode amar alguém que não confia? Sendo sincero consigo mesmo Xichen nunca havia confiado abertamente e Meng Yao, sempre manteve um pé atrás com suas ações mas acabou pagando pelo seu alto excesso de comodismo, sua vida era satisfatória mesmo que não amasse o mais novo tudo ia bem e ele não precisava se preocupar profundamente, ledo engano.

Ele seguiu o conselho de Cheng, procurou pelas informações certas e o melhor abriu os olhos, e agora tudo que passava em sua cabeça era porque exatamente ele não tinha feito isso antes? Porque ele apenas ficou parado sem se preocupar com que colocava ao seu lado? O comodismo é como uma doença fatal, você pode se habituar ao seu assassino sem sequer perceber e era isso que Xichen havia feito, tinha se habituado a assassinos, ladrões, assediadores de crianças, pessoas das piores espécies porque manteve seus malditos olhos fechados sem criar coragem para abri-los. Agora tudo que restava era aguardar silenciosamente se preparar com suas melhores roupas pelo o que estava por vir, qualquer remorso que sentia devido a mortes dos últimos meses deixava seus ossos dando lugar a uma inerente paz, no final ele se sentia até feliz todos os malditos queimando no inferno nada poderia soar melhor, quanto a Meng Yao, o homem com qual dividia a cama todos os dias que lhe sorria e lhe abraçava, ele apenas faria o mesmo que o maldito havia feito consigo, o amaria da forma mais doce possivél antes de esfaquea-lo pelas costas deixando seu sangue escorrer pelo branco dos lençois.

No momento ele apenas estava se preparando para encontrar com o homem que algum dia foi seu, sua maior batalha era ter novamente aquele homem em seus braços, Cheng tinha mudado se tornado alguém sedutor e confiante, suas ações e palavras demonstravam isso. Quando recebeu aquele convite para jantar pensou em muitas coisas, tentando chegar em uma resposta fácil e rápida mas não tinha tempo, apenas uma pequena fagulha de desejo correndo por suas veias.

— Estou sempre impressionado pela forma que nos encontramos — Xichen fala e encara as íris violetas — Você sempre parece ter um pretexto por trás de tudo.

— Eu gosto de soar como um controlador, mesmo que eu não seja — sorri — Vamos dizer que apenas sei tudo que preciso saber.

— E o que nos trás aqui? Espero que não seja nada voltado a sua desistência em minha pessoa — ele pode ver um leve e rápido lampejo passar pelas íris violetas.

— Como se realmente eu fosse fazer isso — sorveu um pouco do vinho em sua taça — Eu apostei alto em você e quero minha recompensa, posso esperar por ela. Ah, eu deixei nosso garotinho com seu irmão hoje.

— Ele me informou sobre isso, Jingyi passou a tarde falando quanto o seu pai Cheng é legal — Xichen suspirou feliz — Eu nunca vi ele tão feliz.

— Quero recuperar o tempo que me tiraram do jeito certo, não vou decepcioná-lo.

Xichen sabia que havia algo por trás da morte de Cheng mas como a maioria de suas memórias sobre aquele tempo havia sumido, era difícil chegar a uma conclusão por si só e o mais novo à sua frente não parecia disposto a compartilhar aquela informação tão fácil assim.

— Mas me diga, sua investigação teve êxito? — Cheng o encarou.

— Digamos que pelo visto você sempre tem razão, ninguém sobe na vida tão rápido — deu de ombros — E a maioria dos meus sócios não soube fazer isso honestamente.

— Uma verdade um pouco dolorosa, meu caro, mas é a realidade.

— Eu fui um cego por muito tempo e agora que estou vendo tudo, não consigo assimilar — Xiuchen fecha seus olhos apertando seus punhos — Fui um tolo.

— Todo mundo erra, uns mais que os outros — as palavras deixam seus lábios de maneira calma — Apenas mantenha os olhos abertos.

O mais velho abre seus olhos e Cheng pode vê algo ali, ele apenas espera algum tipo de insinuação ou um tipo de indireta.

— E você, Jiang Cheng — a um tom sensual na forma que ele pronuncia o nome do outro — Nem você subiu na vida honestamente?

— Eu subi na vida mas nunca disse que foi honestamente.

Ele ri suavemente terminando seu vinho, suas ações ainda calmas, definitivamente aquele homem sabia como manter a compostura diferente de Xichen, que perdeu as palavras em sua boca por alguns instantes.

— Você precisa entender algo, reação humana ou como preferir, instinto — a um sorriso subindo aos seus lábios — Todos podem se tornar um assassino quando seu instinto fala mais alto, até o mais inocente dos homens pode matar alguém.

Instinto? Que tipo de instinto levaria alguém a se tornar um assassino? De alguma forma Xichen sabia que logo descobriria aquelas respostas.

— O que seus instintos lhe dizem? — foi tudo que conseguiu dizer.

— Atire em alguém antes que ele atire em você — aperta a faca de mesa em suas mãos — Mate alguém antes que ele mate você, coisas assim.

— Eu deveria ouvir os meus?

— Você não quer morrer, ninguém quer então porque não matar alguém que lhe quer morto? Se sabe a resposta para essa pergunta, vai saber se deve ou não ouvi-los.

Cheng termina seu prato, antes de ajustar sua postura e voltar seus olhos à íris castanha do outro.

— Agora me responda algo, seja sincero.

— Eu sempre sou sincero com você.

Ele suspirou cruzando suas pernas como se calculasse seus próximos movimentos e tentasse prever a respostas e ações do outro, Cheng apenas quer soar misericordioso enquanto faz aquela pergunta.

— O quão importante, Lan Qiren é pra você?

— Que tipo pergunta é essa? — Xichen o olha confuso.

— O que eu quero dizer é: se ele fosse assassinato, você se importaria, Xichen?