Capítulo 18

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 Tudo tem um preço e quanto mais alto se deseja mais caro isso se torna, existem dois momentos em sua vida que irão decidir todo o resto dela, o perdão e o arrependimento, normalmente quando se perdoa alguém você não pode se arrepender da sua decisão mas o que fazer quando antes mesmo de perdoar você já se encontra arrependido, apenas por ter visto aquela pessoa? Cheng tinha muitos arrependimentos e nenhum deles era ligado a perdoar não havia alguém que fosse merecedor de se perdão, Wen Chao, Jin GuangShan, Nie Mingjue, Lan Qi Ren e Meng Yao eles não mereciam nem sequer sua pena e aqueles que já tinham se ido pagavam pelo peso de não receber o seu perdão e os que ficaram também pagariam. Enquanto os papéis em sua mesa lhe deixavam mais perto do fim ou de um suposto fim, ele só conseguia pensar se teria seu próprio perdão, Xichen poderia o odiar pelo o que faz pelas vidas que tirou, pelo prazer que correu em suas veias a cada corpo jogado sem vida aos seus pés mas quem devia realmente perdoar e se perdoado?

— Senhor, me desculpe, mas ele se manteve relutante — a voz de sua secretaria o trouxe de volta de seus pensamentos — Eu realmente tentei impedi-lo.

Não demorou muito para ver a face bonita e raivosa aparecer no seu campo de visão, um homem tão controlado que sempre mantinha a calma agora estava prestes a lhe dizer palavras baixas por está tomado pela raiva, ele com certeza arrancava o melhor das pessoas.

— Tudo bem, Assora, eu irei recebê-lo — Assora faz uma breve reverência antes de deixá-lo a sós — Você já foi um homem mais civilizado, Xichen.

— Eu não estou com tempo e muito menos paciência para seu cinismo, Jiang Cheng — cerrou seu maxilar — Eu vim aqui atrás de resposta e você me dará elas.

— Se acha que depois de oito anos pode vir aqui e exigir de mim o que quiser, vá em frente — ajeitou sua posição sobre a cadeira cruzando suas pernas — Mas não porque merece elas.

— Você mandou atirar em Meng Yao? — Xichen tinha seus punhos fechados — Você foi o responsável por aquele atentado?

— Ele estava vivo, não está — Cheng o olhou por cima de seus óculos — Você apenas deveria considerar isso uma dádiva divina.

— Dádiva? Ele quase morreu, alguns centímetros a mais e ele estaria em um cemitério agora — se aproximou da mesa apoiando-se sobre ela — E isso não é uma resposta, isso não é uma dádiva e sim pena, quem fez isso teve pena.

Cheng o encarou, as palavras de Wei correndo em sua mente " Se eu o acertá-lo não é totalmente minha culpa ", ele sabia que Xichen tinha razão naquele momento, Meng Yao estava vivo por pena.

— Não, eu não fui responsável pelo mandado do ataque ao seu noivo — voltou sua atenção para os seus pés — Nem eu e Wei, aquele dia eu estava realmente concentrado em meu filho.

— Porque eu não consigo acreditar em você? — bateu seus punhos sobre a mesa — Olha pra mim!

Xichen empurrou os papéis para fora da mesa, Cheng apenas limitou-se a respirar profundamente deixando seu óculos sobre a mesa antes de encarar a face do mais velho.

— Acredite no que quiser, eu sei que foi Meng Yao que lhe disse isso — levantou-se — Não me surpreende nenhum um pouco ele me acusar, era tão óbvio, mas sinceramente maldita pena que esse atirador teve.

O mais novo teve seu terno segurado pelas mãos de Xichen que havia se aproximado, a raiva visível em sua face enquanto ele permitia se manter calmo e desfrutar daquele descontrole do mais velho.

— Não diga isso, Cheng.

— Por que não? Eu deveria ter pena, misericórdia de Meng Yao? — segurou as mãos de Xichen o empurrando para trás — Você acha que eu me penalizo por aquele verme? Que eu tenho sequer um resquício de pena? Eu quero vê-lo rastejar aos meus pés implorando por perdão.

Se soltou do aperto do mais velho que permanecia parado a expressão de raiva sendo substituída pela de espanto.

— Eu quero acreditar que está dizendo tudo isso da boca pra fora — sua voz tremeu levemente — Eu posso ignorar tudo que disse.

Cheng permitiu-se rir livremente enquanto encarava a face confusa e assustada de Xichen, ele poderia fazê-lo acreditar que estava apenas blefando mas realmente naquele momento, não poderia se importar menos.

— Você sempre foi um tolo, Xichen — ajeitou seu terno — Acha mesmo que estou blefando? Eu poderia sim atirar em seu noivo mas não seria um aviso, seria para enterrar o corpo dele e vê-lo queimar no inferno. Acredite em mim quando eu falo que algum dia, quando descobrir a verdade você irá implorar para que eu o perdoe assim como ele irá implorar pela vida dele.

Xichen piscou seus olhos rapidamente sua mente confusa, aquele homem a sua frente não poderia ser o mesmo pelo qual havia se apaixonado a oito anos atrás, carinhoso, doce, que sempre estava sorrindo para si, ele não seria alguém tão cruel, alguém que apenas pensava em si mesmo.

— Cheng, o que está acontecendo? Você...seria capaz de matar Meng Yao?

— É difícil acreditar que eu sujaria minhas mãos com o sangue de alguém? — sorriu de encostando sobre sua mesa — Acho que isso seria mais provável se eu fosse o Jiang Cheng de anos atrás, fraco, covarde, submisso aos outros mas esse Jiang Cheng de agora é capaz de coisas que você não pode acreditar, coisas que você nunca imaginou que eu pudesse fazer.

— Me diga por que? Porque está fazendo tudo isso? — fez um movimento para se aproximar mas logo parou — O que aconteceu com você? O que fizeram para se tornar tão frio.

— Me mataram e me deram permissão para voltar.

O mais velho encarou as orbes violetas procurando um resquício de um blefe naquelas palavras, mas tudo que encontrou foi uma pequena dose de amargura.

— Quem é você? Quem é você, Jiang Cheng?

— Quem sou eu? Eu Xichen, sou o homem que farei Meng Yao se arrepender de ter me conhecido.

Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora