Capítulo 5

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Há um tempo atrás não haveria tanta confiança em suas ações soava mais fácil baixar a cabeça e engolir tudo em silêncio era a opção mais viável para alguém fraco, seus pais sabiam disso, seus amigos e até mesmo seus inimigos e por um bom tempo Cheng esteve se rastejando por medo mas ele tinha aprendido rápido, sua mãe havia lhe ensinado de uma forma rápida também que nunca se deve baixar a cabeça, nem mesmo quando estivesse de frente para seu carrasco. O tempo era valioso em algumas situações e ele tinha ganhado seu próprio momento, as coisas haviam mudado e agora que estava ali de frente para a única pessoa que um dia o fez sentir morto sua confiança não poderia ser maior assim como seu ego.

— Bem estamos aqui — Cheng sorriu — Mas me surpreende que tão cedo.

— Acho que isso iria acontecer não é mesmo — Meng Yao mexeu suas mãos nervosamente — Apenas achei eu não daria para adiar isso de qualquer forma

A forma que Meng Yao agia lhe fazia querer vomitar era óbvio que tudo passava de uma encenação, mas ele sabia jogar e poderia ir realmente longe com aquilo mas paciência nunca foi seu forte ainda mais para tanto cinismo.

— Você ainda acredita que pode me convencer? — se inclinou sobre a mesa.

— Do que está falando? — Meng Yao manteve uma postura inocente.

— Vamos lá meu nobre Meng Yao — Cheng riu suavemente — Não precisamos disso, estamos só eu e você aqui, se mostre da mesma forma que eu o conheço.

A face antes tranquila e um pouco temerosa foi substituída por um olhar de desdém e uma certa faísca de ódio que eram direcionadas a Cheng, Meng Yao segurou o copo de whisky em sua mão deleitando-se levemente com o sabor adocicado e o leve tom de amargor, antes de se concentrar novamente na pessoa que ele daria tudo para ver morto como deveria ser.

— Já que isso não é um tipo de jogo — deixo o copo sobre a mesa — Vamos ser diretos, eu realmente quero entender como saiu vivo de lá.

— Um bom milagre — debochou — Ou uma grande sorte gosto de mediar entre ambos.

— Não seja cínico sei que não foi isso — Meng Yao se curvou levemente sobre a mesa — Nenhuma sorte o milagre lhe salvaria tão fácil assim.

— Talvez tenha razão você fez seu serviço muito bem naquele dia.

— Não tão bem quanto eu imaginei, afinal — gesticulou — Você está vivo.

— Muito vivo, mas sabe por um tempo considerável eu estive morto — se encostou sobre a cadeira — Completamente morto e o mais interessante é que mesmo quando eu me encontrava nesse estado eu ainda consegui ficar vivo.

— Uma bela metáfora como um poeta — Meng Yao riu — Vejo que estar morto lhe fez bem.

Inicialmente Meng Yao esperou por uma resposta espirituosa vinda de Cheng mas a mesma não veio apenas um sorriso preencheu o rosto frio e de feições belas, o que sempre irritou o mais novo já que as atenções sempre estavam voltadas para esse mesma face.

— Pelo menos meu filho pode viver — Cheng disse mudando de assunto — Já que através dele você está aqui onde está.

— Foi uma boa porta de entrada mas sabe que nunca gostei muito de crianças, ainda mais vindas de você — ironizou — Eu tive que fazê-lo aprender o lugar de bastardo desde cedo.

A risada de Cheng preencheu o lugar assim como pela manhã quando recebeu o convite através de Wei para se reunir com Meng Yao, enquanto ria o mais novo observou-o se entender o que se passava na cabeça do mais velho que parecia não ter entendido suas palavras.

— Deve estar se perguntando porque estou rindo — ajeitou sua postura.

— Claramente estou curioso, afinal sei que entendeu o que eu queria dizer — Meng Yao fez uma breve expressão de deboche.

— É tortuosamente engraçado porque eu sei — segurou o copo de whisky em sua mão — Eu sempre soube.

— Do que está falando? — a expressão confiante definhou um pouco da face de Meng Yao.

— Todos nós seremos julgados um dia Meng Yao, Jingyi meu doce filho — deu um último gole antes de deixar o copo sobre a mesa — Tudo que tinha que fazer era cuidar dele e ainda assim você não conseguiu.

— Ele era seu filho, Xichen dava mais atenção a ele do que a mim — proferiu com certo ódio — O pequeno bastardo tinha que entender o seu lugar.

— Não se preocupe, você também vai ter sua oportunidade de entender seu lugar.

— Estou mais do que pronto — gesticulou com suas mãos em um gesto de confiança.

— É bom saber, espero que realmente esteja preparado — Cheng sorriu abertamente — Hoje a noite estou me tornando seu karma, Meng Yao.

[....]

Jingyi tinha o mesmo temperamento de Cheng isso era inegável e com seus oitos anos lembrava nas ações e personalidade o pai, Xichen assumiu sozinho a responsabilidade que seu tio tanto negou já que nunca gostou do próprio neto por o mesmo ter um sangue Jiang, foi um pouco difícil mas pode contar com Meng Yao e com Wangji que adorava o sobrinho ao ponto de mimá-lo sempre que podia e mesmo que o pequeno tivesse crescido com a presença de Meng Yao, sempre que ele se aproximava Jingyi começava a chorar ou se afastava se escondendo atrás de seu tio, Xichen até tentou conversar com seu futuro marido sobre a relação com seu filho e ainda assim a situação não mudou, Jingyi ainda evitava com todas as forças se manter perto de Meng Yao.

Wangji era o responsável por cuidar de Jingyi quando Xichen não estava disponível e obviamente seu irmão mais novo adorava ficar com o sobrinho, mas era necessário que o pequeno se acostumasse com a ideia de ter Meng Yao por perto. Xichen nunca escondeu a verdade de seu filho, Jingyi possuía toda noção que seu verdadeiro pai estava morto e mesmo sendo apenas um garotinho compreendeu completamente a situação mesmo que desejasse conhecer seu verdadeiro pai ou tê-lo conhecido, agora havia uma missão ainda mais difícil explicar que Jiang Cheng estava vivo e mais perto do que ele poderia imaginar. Em frente a porta do pequeno Xichen soltou um longo suspiro antes de bater.

— Filho — chamou abrindo a porta logo em seguida — Posso entrar?

Jingyi que estava sentado em sua cama colorindo um de seus desenhos se levantou rapidamente correndo em direção a Xichen que o segurou em seu colo.

— Papai — disse sorridente — Eu quase não o vi hoje.

— Desculpe querido, papai esteve ocupado mas estou aqui agora — caminhou em direção a cama — Para lhe fazer companhia e conversar algo muito importante também.

Jingyi se sentou sobre a cama de frente para seu pai, lembrava de seu tio Ji sempre lhe dizer para prestar atenção quando alguém precisasse lhe dizer algo.

— Pode falar papai, ficarei quietinho escutando.

— Bom menino — acariciou os fios curtos — Lembra que eu falei sobre seu pai, o que deu a luz a você?

— Lembro, ele foi morar com os anjinhos.

— Então querido seu pai não está morto junto com os anjinhos como eu pensava, ele está vivo. E está aqui na cidade.

Por alguns segundos Jingyi ficou em silêncio apenas pensando enquanto Xichen esperava temeroso uma resposta.

— Eu posso vê-lo? — os olhinhos de Jingyi brilharam.

— Querido.

Xichen sorriu, havia muitas coisas que ele ainda precisava explicar, ainda assim não negaria aquilo ao seu filho e nem a Cheng.

Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora