Capítulo 30

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Não há como controlar a morte, por mais que essa seja uma realidade dura e cruel algum dia todos irão morrer, tudo que precisa fazer é viver uma vida qual poderá se lembrar até o último minuto, mas quando todas as suas ações pesam em sua cabeça e tudo que fez vêem a tona você para e se pergunta se essa é a vida que desejava levar, da mesma forma que não controlamos a morte não controlamos o destino e algumas vezes ele é cruel, age sobre você sem remorso lhe tirando tudo que tem apenas para vê-lo definhar, no exato momento que atinge a sarjeta, você decide como será o resto da sua vida. Enquanto rodava a pequena faca em suas mãos se aproximando daquele galpão abandonado e afastado, Jiang Cheng se perguntava se aquela era uma vida da qual poderia se orgulhar e se no final de tudo isso ele ainda poderia sentar tranquilamente de frente para o sol, o destino não havia sido bom consigo e não era sua culpa os acontecimentos que proporcionou ou as vidas que tirou, sua consciência estava limpa o haviam transformado ele naquele "monstro" e agora tinham apenas que lidar com isso, quando seus olhos pousaram na figura lamentável amarrada sobre a cadeira implorando repetidamente as palavras de Xichen voltaram a sua mente.

"— Eu não sou um juiz para decidir quem irá morrer, não tenho controle sobre a vida de alguém. A pergunta é: O que mudaria se minha resposta fosse "eu me importaria", ele ainda seria morto ou ficaria vivo?"

Xichen havia acertado, aquela era a pergunta certa e quando finalmente o homem amarrado à sua frente o olhou, ele teve sua resposta.

— Lan Qi Ren, o patriarca da família Lan amarrado implorando — riu se sentando na cadeira deixada de frente para o patriarca — Isso é algo que não vemos todo dia.

— Jiang Cheng? — pronunciou surpreso — Você é o responsável por isso?

— Não só por isso, mas por todo resto — cruzou suas pernas — Todas aquelas mortes, algumas eu mesma fiz e outras estiveram nas mãos de Wei, cuidamos de tudo muito bem.

— Porque, porque fez isso tudo?

Cheng se inclina em direção a Lan Qi Ren a faca em sua mão tocando levemente a bochecha do velho, que treme levemente em seu lugar sobre o olhar do outro, ele deveria começar a reza ou se ajoelhar enquanto se arrastava aos pés do outro implorando por misericórdia? Ele não tinha muito tempo para pensar em uma resposta.

— Porque eu fiz isso? Essa não é uma pergunta para a qual você não saiba a resposta —deslizou a faca pela bochecha de Qi Ren deixando um fino rastro de sangue — Você sabe o porque estou fazendo isso, sabe muito bem.

— Jiang Cheng...

Sua voz morre quando um soco é acertado contra seu rosto e logo em seguida outro, Cheng se afasta apenas para cravar a faca em sua coxa esquerda e arrastar a lâmina alguns centímetros, seu rosto próximo ao do outro enquanto o vê gritar e se contorcer pela dor.

— Você vai calar a boca e me ouvir — diz entredentes — Eu quero resposta e você vai me dá, estamos entendidos?

— Sim — murmura com certa dificuldade.

— Muito bem — se senta novamente — Primeiramente, eu quero entender porque Xichen foi medicado, ele sempre foi um homem muito saudável. Mas de repente ele começa a tomar dezenas de remédios, porque?

— Meng Yao, ele queria de alguma forma se aproximar de Xichen após sua morte — faz uma pequena pausa — Porém nunca tinha êxito, Xichen estava mal com sua morte e parecia disposto a seguir sozinho cuidando de Jingyi, depois de anos sem avanços ele convenceu Xichen a frequentar um médico afirmando que seria bom para ele saber como andava sua saúde tanto física como mental, eu ajudei Meng Yao a convencê-lo e o levei para um médico contratado pela família Jin — engole em seco — Ele deu alguns remédios para ele após fraudar um laudo, a maioria eram antidepressivos bem fortes, o deixavam lento e o faziam esquecer de algumas coisas.

— E o que exatamente Meng Yao ganharia com isso?

— Eu não sei — Qi Ren nega suavemente.

Não demora muito para que o velho se arrependa daquelas pequenas palavras, Cheng não parecer está com pena de torturado até ter toda suas resposta, não quando puxa seus cabelos e crava a faca em sua outra a rodando, Qi Ren pode sentir a lâmina partindo a carne de sua coxa e tudo ele pode fazer é gritar e implorar para que outro pare.

— Diga de uma vez — Cheng aumenta o aperto e ajusta sua postura para acertar seu joelho contra face do outro, som de ossos estalando pelo galpão — Diga ou vou afiar essa maldita faca em seus ossos.

— Ele usou isso para poder se aproximar, sempre que o Xichen estava dopado Meng Yao se aproximava e o manipulava em algumas situações ele até mesmo manteve relações com Xichen. Mesmo que ele não se lembrasse de nada no dia anterior.

Por alguns minutos Cheng se afasta e respira fundo, ele pode sentir o odio subindo por suas veias enquanto obriga a si mesmo a digerir aquela informação, Wei, Xue Yang e Mo que estão com ele apenas observavam a pequena seção de tortura.

— Porque deixou que isso acontecesse? — ele permanece de costas para Qi Ren.

— Eu me beneficiei com alguns contratos, e outras coisas também, as ilhas fiscais que Ruohan controlava eram um desses benefícios.

— Quanto tempo isso durou?

— Quatro anos — seus lábios tremem.

Qi Ren se remexe na cadeira assim que Cheng se vira para ele com uma arma em suas mãos apontada para sua cabeça, ele sente suas mãos serem soltas e tudo que faz é se jogar aos pés de Cheng implorando para o deixe vivo ou poupe sua alma, ele se arrasta e agarra a perna do outro que tem um olhar vazio diante daquela cena patética mas um sorriso sobe aos seus lábios de um momento para outro.

— Eu deixarei você ir, Qi Ren — o velho olha para seu rosto — Estou me sentindo misericordioso hoje, mas para isso tem que fazer o que eu mandar — o sorriso em seus lábios é ainda maior agora — Tem um carro lá fora similar ao seu você deve levá-lo até a porta da sua empresa e deixá-lo lá. Se não fizer isso eu atirarei agora mesmo em sua cabeça.

— Eu faço, eu faço — o velho concordou várias vezes.

— Muito bem — se vira para Wei e os outros — O levem até o carro, e sigam para ter certeza que ele está fazendo que eu pedi assim que perceberam algo diferente atirem até descarregar a armas de vocês, isso inclui todos os pentes que levam a mais.

Todos apenas acenam antes de levarem o velho em direção ao carro, Cheng se afasta em segue na direção contrária voltando para mansão.

— Você tem razão, Xichen — murmura para si mesmo — Independente da sua resposta ele morreria.

Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora