A vida passa rápido, se você não aproveitou da forma correta o tempo lhe cobrará isso mais tarde, mesmo que seja injusto que você apenas descubra como aproveitá-la quando é tarde demais, porém nem o tempo e nem a vida são justo, somos obrigado a seguir em frente independente da situação que acontece remoer o passado e as coisas que já fez é altamente destrutivo, mas os malditos pensamentos nunca estão ao nosso favor e não importa o que faça sempre se lembrará daquilo que mais quer esquecer. Em algum momento vai parar e se perguntar se a vida que levou até onde se encontra hoje é algo que aproveitou ou apenas passou por ela de uma maneira que saísse intacto ou inteiro, durantes um bom tempo Mo se arrastou pela sua vida miserável e solitária, carregando ódio e rancor, ele era apenas um pobre garoto sem um futuro e com uma família marcada por desgraças, sua mãe costumava beber e beber por altas horas até cair pelas ruas imundas do pequeno lugar onde nasceu, mais tarde voltava para casa arranhada e machucada o culpando por tudo que acontecia de errado em sua vida, a velha apenas não queria assumir o peso da própria culpa que estava sempre em sua cabeça.
Alguns anos lá trás ele não estava crescendo para se tornar um assassino de aluguel mas o mundo lá fora pede por dinheiro e status, Mo apenas se adaptou as maiores necessidades humanas para sobreviver, mas aquele longo e extenso vazio deixado pela falta de amor ou a mínima demonstração de carinho, nunca era preenchia e ele apenas continuava seguindo e seguindo até encontrar seu triste fim como todos naquela profissão encontravam, quando finalmente poderia apenas aproveitar os últimos segundos sangrando até a morte, a súbita vontade de permanecer naquele mundo injusto o fez lutar como um animal ferido e encurralado para se manter vivo. Agora, enquanto observava a doce imagem que perturbava seus sonhos durante a madrugada, desfrutando de um cigarro na varanda, se perguntou se a partir dali sua vida começaria a valer a pena, ele pelo menos merecia segurar aquela pequena jóia tão rara em suas mãos? Sujas com o sangue de alguém? Mo sabia que não merecia, mas ele sempre foi um homem egoísta demais para abrir mão de algo que lhe foi entregue com tanta facilidade.
— Mo — a voz suave lhe arrancou de seus pensamentos — Está tudo bem?
— Está — apagou seu cigarro o jogando na lixeira no canto do quarto, estendendo sua mão para Huaisang segurá-la — O que faz acordado, pequeno grão?
— Não consigo dormir — segurou a mão de Mo, sentindo o calor suave que a mesma transmitia — Eu o vi aqui, então pensei que algo estivesse mal.
— Você sempre está se preocupando comigo — sorriu — Mas lembre-se que eu sou um assassino, pessoas como eu costumam ter uma vida miserável até o dia de nossas mortes.
Huaisang não o respondeu apenas se aproximou e se aconchegou em seus braços fugindo da brisa fria da noite que entrava pela varanda, seus olhos correram sobre as tatuagens em seus braços e ombros até a menor em seu peito, um sol e uma lua.
— Não quero que você morra, e também não quero que tenha uma vida miserável — traçou delicadamente a tatuagem em seu peito — Eu sei tudo que fez mas ainda não me importo, eles não eram pessoas justa e fizeram mal a boas pessoas sem pensar duas vezes, não acredito que Mo seja alguém ruim.
Mo se afastou para segurar o rosto delicado em suas mãos, observava cada traço com certa fascinação em seus olhos escuros, deixando aquelas doces palavras entrarem firmemente em ser seu, aquele garoto mal tinha noção que estava nos braços de alguém que havia caminhado ao inferno de bom grado, alguém que tinha abraçado seus piores demônios e aceitado passar os restos de seus dias sozinho queimando pelo seus pecados.
— Huaisang, voce é bom demais para um fodido como eu — acaricou a bochecha do menor — Voce é doce, puro, alguém que não enxerga maldade nas pessoas, e eu sou um um maldito demônio egoista que não encontra limites naquilo que faz.
— Eu não me importo, você me protegeu — sorriu estendendo suas mãos para tocar a face de Mo — Eu sei que nunca me machucaria.
— E mataria quem tentasse — se aconchegou no carinho que recebia.
— Não estou com medo de você, mas tenho medo que algum dia vá embora e me deixe aqui, sozinho — suspirou — Me garanta que não me deixará mesmo que eu peça isso.
As mãos cálidas deixaram sua face e deslizaram por sua cintura o puxando para perto, suas face estavam perigosamente perto e olhos escuros estavam sobre os seus, um brilho animalesco passando por eles.
— Como seu eu conseguisse fazer isso, você está malditamente cravado profundamente em minha pele — roçou seus lábios sobre o do outro mordendo seu lábio inferior em seguida — Eu mataria e morreria por você, Huaisang, eu ficarei aqui mesmo que mande ir embora.
Huaisang gemeu ao ter seus lábios tomado pelos do mais velhos, suas mãos apertaram os ombros de Mo perdido pela sensação nova que nunca havia experimentado, se sentia um pouco torpe sem saber o que fazer então apenas se deixou ser guiado pela boca experimente do mais velho, que agora mordia seus lábios arrancando pequenos arfares seus.
— Mo...— foi tudo que disse antes de ter sua boca consumida novamente sua respiração se tornando cada vez mais agitada.
O mais velho sentiu o descontrole se apossar de sua consciência, ao sentir as mãos do mais novo se perderam nos fios de seu cabelo os puxando com certa força, com um pouco de dificuldade se afastou um pouco ofegante assim como Huaisang, que tinha sua face levemente corada.
— Vamos dormir — disse se afastando — Eu não sou alguém bom com controle.
— Tudo bem, vamos dormir — Huaisang respondeu timidamente se sentindo levemente quente.
Mo o puxou em direção a cama deixando que ele se ajeitasse para depois se deitar e puxá-lo para seus braços, Huaisang encostou a cabeça em seu peito fechando seus olhos dormindo rapidamente, o mais velho permaneceu algumas horas ainda acordado, apenas observando a face serena do mais novo. Um assassino que havia encontrado um novo motivo para viver e morrer.
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Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)
FanficDedicado(a) : @Blue_Sea91 Ódio não era algo que rondava sua mente não no início quando ainda acreditava que amar era suficiente, não acreditava que alguém poderia ser tão estúpido e cruel ao ponto de lhe arrancar tudo apenas por um desejo ambicioso...