Capítulo 8

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O corpo menor se encolheu um pouco escondendo o rosto entre as mãos enquanto pequenos fugandos não tão silenciosos escapavam de seus lábios que estavam sendo mordidos em uma falha tentativa de silêncio, os dois maiores se entreolharam ninguém queria começar o assunto nenhum deles se sentia humano o suficiente para consolar alguém, mas um deles ali era pai então pelo menos um tom de sensibilidade mínima deveria emanar de si, Cheng suspirou quando o olhar pesado de Wei caiu sobre ele mais uma vez, ele não era bom em ser sensível com alguém parecia um bicho de sete cabeças falar com alguém que estava chorando. Limpou sua garganta tomando uma coragem inicial recebendo um olhar impaciente de Wei.

— Hum — começou incerto — Nie Huaisang não é mesmo? Bem, eu sinto muito pelo seu irmão mas foi necessário.

Wei bateu a mão em seu rosto decepcionado, Cheng podia ser tão delicado quanto um coice de mula.

— Você poderá ficar aqui na mansão conosco ou pode escolher um lugar para ir — sugeriu — Não está preso aqui de nenhuma maneira.

Não houve uma resposta apenas um fungando ainda maior e mais alto junto de um corpo trêmulo, Cheng desviou seus olhos para o irmão que dava de ombros, ele matava pessoas não as abraçava e aconselhava disse em um olhar sugestivo.

— Ele me batia — a voz chorosa do Nie murmurou — Ele precisa descontar a raiva em alguém, ou em mim ou no pequeno mas eu apanhava no lugar dele para que o pequeno não sofresse.

— Quem? Quem batia em você? — Wei se sentou cautelosamente ao seu lado — Pode confiar em nós.

— O Yao — Huaisang levantou seu rosto encarando um ponto vazio — Ele vinha na nossa casa algumas vezes quando o Mingjue não estava, junto do pequeno.

— Quem é o pequeno? — Cheng perguntou dessa vez.

— Seu...seu filho — Huaisang estremeceu ao som do punho de Cheng batendo sobre o braço do sofá — Ele o trazia junto para que eu cuidasse dele porque não tinha paciência, mas sempre arranjava um motivo para castigá-lo, algo realmente bobo.

Wei levantou seus olhos para ver Cheng que tinha seu maxilar cerrado de raiva, seus olhos refletiam amargura com uma dose de arrependimento, o mais velho sempre soube dos abusos de Meng Yao contra seu filho mas nunca pode fazer nada porque era fraco e um covarde assustado com medo de algo pior pudesse ser feito ao pequeno Jingyi.

— Eu apanhei algumas vezes para defendê-lo — apertou seus olhos com força — Mingjue não sabia e eu não podia contar não queria que ele morresse mesmo que agora ele esteja...morto.

Houve uma pausa silenciosa antes de Wei se levantar e puxar Cheng para fora da sala deixando o Nie mais novo para trás, alcançaram o corredor vazio para poderem conversar ainda em sussurros para que o menor dentro da sala não pudesse ouvir.

— Okay, A-Yao realmente é um grande merda — Wei apertou os punhos — Meu sobrinho e o pobre garoto, porra, o que diabos ele tem na cabeça?

— Eu gostaria que ele tivesse um furo nesse momento, bem no meio da testa — Cheng murmurou entre dentes — Maldito filho da mãe, eu deveria ter intervindo antes.

— E faria o que? Morrer de novo? — constatou batendo sobre o ombro de Cheng com certa força — Não havia nada o que poderia fazer naquela época, você tinha acabado de sair do hospital levou dois anos para finalmente sermos sócios da empresa dos Lan, ainda que A-Yang estivesse investigando tudo desde que saímos de cena, não havia nada que nós pudéssemos fazer.

— Meu filho Wei, meu garotinho — havia uma certa dor naquelas palavras — Eu juro que vou fazer aquele maldito pedaço de merda engolir a própria lingua em engasgar com seu sangue.

— Okay, okay — segurou o mais alto pelos ombros — Mas agora precisamos decidir o que fazer com o garoto.

Espiou pela fresta da porta vendo que agora Huaisang permanecia sentado normalmente no sofá balançando suas pernas para frente e para trás.

— Traga a porra do Mo para cá — grunhiu — Coloque o garoto na mãos dele, ele é nosso protegido agora, se o maldito A-Yao vier ou algum puto dos capangas deles os coloque para acordar com a boca cheia de formigas.

— Porque o Mo? O maldito é quase um cópia minha o fudido infeliz não, Cheng — Wei falou um pouco mais alto baixando o tom de voz logo em seguida — Por favor.

— Para de drama há poucas coisas que se parecem em vocês chame ele de uma vez — bateu nos ombros de Wei pegando seu celular que havia vibrado em seu bolso — Ainda não acharam o Mingjue.

— Ótimo, vou ligar para o puto do Mo e ajustar o Nie em um dos quartos.

Cheng acenou antes de seguir pelo corredor deixando Wei para trás enquanto caminhava para seu escritório, parando apenas para se virar a tempo de pegar o irmão ainda parado no corredor.

— E meu carro?

— Chega amanhã às noves — disse de maneira simples.

— Ótimo.

Voltou a caminhar sorrindo consigo mesmo.

[....]

Depois de ajeitar o novo hóspede em seu quarto e ligar para Mo, Wei saiu para comprar cigarros havia adquirido hábito depois de tirar Cheng do hospital era um forma de acalmar seus nervos e relaxar depois de matar alguém, não era algo exatamente saudável mas não se importava muito com isso dependendo de como sua sorte andava levaria um tiro e morreria antes chegar aos 80 em uma sala branca e vazia de hospital, adentrou a mercearia ajeitando seu terno enquanto fumava o último cigarro que havia comprado dois dias atrás, caminhou em direção ao caixa mas parou ao avistar um rosto conhecido passando pelos corredores, se aproximou pelo corredor de cereais que dava no pequeno espaço de verduras e legumes.

— Oh, esse não é o Lan Wangji — soprou a fumaça do cigarro não se importando como a senhora que estava ali o olhava torto — O que faz aqui? Não é longe de sua casa?

— Wei Wuxian — o de olhos dourados sibilou — Eu tenho um apartamento na região fico lá as vezes, hoje não era um bom dia para está em casa.

— Compreendo — apagou seu cigarro — Como seu irmão está?

— Um pouco abalado mas não tanto quanto Meng Yao — Lan Zhan murmurou pegando alguns pepinos e tomates antes de se encaminhar ao caixa com Wei em seu encalço — Você fuma?

— Sim, um hábito que adquiri com o tempo — deu de ombros jogando a bituca do cigarro que ainda tinha em suas mãos na lixeira perto caixa.

— Hum — Lan Wangji grunhiu enquanto passava e finalizava suas compras pegando as sacolas para ir embora — Não deveria fumar não faz bem a você.

Foi tudo que disse antes de se afastar em direção a porta indo embora, Wei encarou o espaço vazio à sua frente por alguns segundos.

— O senhor vai querer outra caixa de cigarros? — o garoto do caixa perguntou.

— Eu...eu — exitou — Me dê algumas balas de café um monte delas se possível.

Ele começaria a parar de fumar.

Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora