Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)

Capítulo 34

Então era assim que um incêndio começava, lentamente o fogo se espalhava e consumia tudo apagando apenas quando não restava mais nada, somente cinzas e pequenos destroços do que esteve ali algum dia antes das chamas começaram, mas e antes disso? Antes do fogo começar a se espalhar e levar tudo? O que vinha antes de um incêndio? Uma calmaria quase silenciosa que anuncia o início de uma tempestade, talvez fosse apenas a sensação de paz provocada por uma pequena porcentagem de tempo, só para que possa experimentar o mar da tranquilidade antes que tudo seja destruído e levado a nada. Cheng ponderava enquanto caminhava sobre as cinzas, primeiro duas de suas propriedades, depois uma falha tentativa a sua mansão, o que mais poderia ser feito a partir dali? Ele estava levemente curioso, rindo consigo mesmo pisando sobre algumas brasas acesas em meio a aquele belo desastre, flores queimando intensamente pelo fogo, era cruelmente poético aquela imagem à sua frente.

Ele soube por um dos seus que os homens de Meng Yao estiveram lá, dois morreram no incêndio e os outros na fuga, seus homens eram tão impiedosos quanto ele, Xue Yang havia segurado os que tentaram invadir sua casa e os arrastado para o galpão algumas horas de torturas foram suficiente para salvá-lo e mandá-lo meramente vivo de volta, uma resposta ao ataque patético que tinha sofrido. Xichen o deixou assim que amanhã chegou naquele dia, um doce beijos nos lábios antes de ir e levar Jingyi consigo de volta para mansão e ele de volta para Meng Yao.

— E então? — Wei se aproximou — Assim que as coisas são depois de tudo, queimadas e apagadas restando apenas cinzas?

— Talvez — se afastou para segurar em suas mãos um rosa vermelha queimada pela metade — Veja, essa a imagem mais bela que verá em sua vida — estendeu a rosa em direção a Wei — E essa será a última coisa que Meng Yao virá antes de morrer.

— O que há de belo em uma rosa queimada Cheng?

— Uma beleza imperfeita — sorriu — Mesmo queimada essa rosa não perdeu sua beleza, mas se tornou imperfeita, ninguém quer receber uma rosa imperfeita.

Wei encarou seu irmão e depois a paisagem morta a sua frente, ficaram ali por um tempo ambos em silêncio apenas o barulho da brisa podia ser ouvido.

— O que faremos agora? — o mais novo perguntou — Ele pode seguir queimando todas as propriedades como um louco.

— Deixe que ele queime tudo, é um último ato desesperado dele — deu de ombros — Mas eu gosto de ter uma resposta para dá, então queime tudo de volta, ele tem seis escritórios onde faz suas negociações sujas, até o final da tarde quero todos eles em chamas.

O mais velho se afastou daquele belo caos, Wei seguindo ao seu lado, novamente o silêncio estava pairando sobre eles enquanto seguiam em direção a mansão, mesmo em meio a aquele desastre Cheng permanecia impassível uma calma quase que assustadora sobre sua face, nenhuma dose de medo ou uma posição mais insegura que o fizesse dar um passa atrás, ele apenas continuava o mesmo.

— Me leve para o escritório onde Matou Guang Shan — as palavras deixaram seus lábios quebrando o silêncio.

Sem lhe dar uma resposta, Wei apenas mudou a direção que o carro seguia, olhando pelo retrovisor a face de seu irmão que mantinha seus olhos voltados para janela. Algumas horas depois estavam de frente para o prédio mórbido e decadente, alguns homens de Meng Yao o encararam assustados colocando as mãos sobre suas cinturas para puxarem suas armas em um sinal de alerta, precisavam de uma ação rápida se Cheng tentasse fazer algo, ele apenas continuou calmamente subindo as escadas indo para o escritório onde Guang Shan havia sido morto sentando-se em sua cadeira.

— Ele foi nosso primeiro — riu consigo mesmo — Aqui começou todo o caos. Ele agonizou por muito tempo?

— Não dei a ele, esse direito — deu de ombros encostando-se sobre a mesa — Porque estamos aqui? Aqueles homens lá embaixo poderiam nos matar e provavelmente Meng Yao sabe que estamos aqui.

— Ele não vão fazer isso, estão com medo e ele saber que estamos aqui não faz diferença — girou sobre a cadeira — Foi um longo rastro de mortes aqui, muito sangue derramado, acredito que essa seja a hora de Xichen saber como eu descendi ao inferno.

Wei apenas se virou para poder encarar as orbes violetas, ele sempre detestou a calma que Cheng mantinha, odiava a falta de vida nos seus belos olhos violeta depois que ele havia voltado.

— Contar tudo? Isso é alguma cartada surpresa? — perguntou.

— Não, mas isso acabou aqui — se colocou de pé — O que acontecer daqui em diante é apenas o resultado de uma pessoa desesperada, que encontrou o seu mais profundo fracasso.

— Está tão calmo, como consegue? — Wei se aproximou juntando suas testas — Eu gostaria de ver um pouco de reação em você.

— Querido irmão — levou sua mão à nuca de Wei — Sou um homem de coração frio, eu queimarei no inferno algum dia, talvez lá ele se torne quente.

Cheng se afastou descendo as escadas a arma em suas mãos, atirando no dois homens ao pé da escada, Wei puxou sua pistola antes de segui-lo, durante algum tempo apenas o som dos tiros podiam ser ouvidos. Quando deixaram o prédio, apenas as chamas podiam ser vistas pelos retrovisores, Cheng acendeu um cigarro oferecendo um a Wei que apenas negou com a cabeça, se concentrando na estrada.

— Vamos para casa — assoprou a fumaça — Eu quero desfrutar de um bom whisky, enquanto espero.

— Esperar pelo o que?

— Pelo desastre de minhas escolhas — voltou seus olhos para janela novamente.

E mais uma vez o silêncio se fez presente, apenas o barulho do motor do carro entre eles, o tempo começava a fechar anunciando uma tempestade que provavelmente duraria a noite inteira, talvez um recado de Deus para suas ações ou apenas um mal presságio, mas ainda assim ele estava calmo, como se nada pudesse surpreendê-lo nem mesmo a chegada de um suposto fim para tudo aquilo, uma espera de oito anos.

— Eu encontrei meu perdão, Wei — falou apagando seu cigarro — Não há remorso pelo o que eu fiz, e estou em paz pela primeira vez desde que eu voltei. Foram dias sombrios em minha passagem pelo inferno.