Capítulo 15

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  O pequeno sorriu mesmo um pouco incomodado com as roupas caras que seu papai havia o pedido para usar, elas o apertavam demais e o impediam de correr, mas apenas se manteve comportado enquanto seu cabelo era ajeitado delicadamente em uma trança única, seu coração permanecia agitado e suas mãozinhas moviam-se inquieta ansiosa pela visita que logo atravessaria a enorme porta da sala de estar, mal havia dormido sentindo uma energia correr por seu corpo em pura expectativa e ainda assim não sentia cansado apenas mais nervosos, algumas perguntas nada agradáveis corriam por sua mente infantil e fértil, e se seu pai não gostasse de si? E se ele não fosse tão atencioso quanto seu pai Xichen? E se ele fosse mal como o monstrinho A-Yao? Ele também lhe faria dodóis sem nenhum motivo? Aquelas perguntas corriam soltas em sua cabeça o deixando levemente com medo, mas em seu coração uma pequena esperança de ser amado pelo seu verdadeiro pai também crescia. Xichen olhou para seu menininho naquele terninho preto com orgulho, o pequeno estava feliz por finalmente conhecer seu verdadeiro pai e essa alegria era passada carinhosamente para si, sempre imaginou como seria se Cheng não tivesse supostamente morrido naquela época, de como ele cuidaria do pequeno Jingyi, porém tudo aquilo havia acontecido e esse desejo agora era apenas uma lembrança distante.

— Você está pronto, querido? — acariciou os fios arrumados do pequeno — Se sim, vamos descer seu pai deve estar o esperando.

— Estou pronto, papai — se levantou sorrindo — Mas e se ele não gostar de mim, papai? E se ele me odiar?

— Meu amor — se agachou até estar na altura de Jingyi — Seria impossível que seu pai o odiasse, ele vai amar você.

Ainda incerto o pequeno assentiu segurando a mão de Xichen que era estendida para si, ambos tomaram seu tempo enquanto desciam as longas escadas que davam acesso a sala, respirando fundo se preparando para o momento que tanto haviam esperado, assim que atingiram o final da escada seus olhos se voltaram para frente se deparando com a figura fria e imponente de Jiang Cheng que ignorava o olhar de ódio de Meng Yao assim como Wei, que permanecia ao seu lado girando um pequeno canivete em seus dedos, o clima na sala permanecia sombrio e até mesmo as empregadas permaneciam desconfiadas.

— Pai? — a voz infantil soou mais baixa que o normal — Pai é você?

Cheng que até agora se mantinha distante dali segurando a vontade de provocar Meng Yao, voltou a si assim que a voz infantil chegou aos seus ouvidos o fazendo se levantar e encarar o garotinho que se encolhia ao lado de Xichen, um pouco exitante deu alguns passos para frente se agachando abriu seus braços deixando um sorriso carinhoso vir ao seus lábios.

— Sim, meu garotinho — sorriu ternamente — Sou eu, seu pai.

Sem exitar mais nenhum segundo Jingyi correu até os braços de Cheng se jogando sobre eles sendo recebido carinhosamente, uma pequena lágrima escorreu pela face do mais velho enquanto o pequeno correspondia seu abraço o apertando de volta. Havia esperado tanto por aquele momento em que abraçaria seu filho de novo, era como um pequeno sonho estar ali, se afastou suavemente para encarar seu garotinho que exibia um sorriso fofo e feliz em sua face.

— Pai, você é real — disse animado olhando para Xichen logo em seguida — Papai ele é real, não é um sonho papai.

Xichen riu suavemente se aproximando de Jingyi para acariciar seus cabelos, sorrindo suavemente.

— Sim, querido, ele é real — Jingyi sorriu ainda mais — Seu pai Cheng é real.

O garotinho voltou seus olhos para Cheng pulando novamente em seus braços, Wei permanecia encarando Meng Yao que observava tudo com certo desprezo em sua face nada que não fosse comum em si, o mais novo apenas deu de ombros enquanto girava o canivete em seus dedos se perguntando porque ainda não o tinha cravado no pescoço da maldita víbora a sua frente, suspirou, seu sobrinho estava ali, apenas por isso, pensou.

— Você é um garotinho tão lindo — Cheng falou orgulhoso — Aposto que muito inteligente também.

— Sim, sou muito inteligente, sempre tiro as melhores notas na escola — se gabou — E sou bonito igual ao papai Xichen e ao pai Cheng — remexeu suas mãos abaixando sua cabeça — Eu posso chamá-lo de pai, não é?

— Claro que pode, meu bem — acariciou os fios perfeitamente alinhados — Você pode me chamar de pai.

— Pai — exibiu um sorriso ainda maior — Quer conhecer meu quarto? Eu tenho um montão de coisas legais que o papai e o tio de Ji me deram.

— Quero sim, meu bem — se levantou e encarou Wei que devolveu seu olhar — Mas antes conheça seu tio, Wei.

Wei se aproximou já sem o canivete e sorriu para Jingyi que o encarou antes de sorrir e se jogar em seus braços, sendo recebido da mesma forma carinhosa. Wei apertou o pequeno em seus braços ignorando Cheng, que reclamava pelas roupas que ficavam amassadas em meio ao abraço de urso.

— Meu sobrinho é tão lindo quanto o tio — se gabou arrancando risadinhas de Jingyi — Ainda bem que não tenha essa sua cara feia.

— Ora, seu — acertou um pequeno tapa na nuca do mais novo — Cala-se e vamos subir logo.

Jingyi segurou a mão de Cheng enquanto subia as escadas sendo seguido por Wei, que observava de canto de olho Meng Yao se despedindo de Xichen antes de sair pela porta de entrada, assim que chegaram no quarto e fecharam a porta o mais novo colocou suas luvas e se aproximou da janela.

— Eu voltarei antes que vocês tenham terminado — se pendurou sobre o parapeito da janela — Não deixe Xichen sentir minha falta, Mo já deu um jeito nas câmeras de segurança então não serei visto.

— Ótimo, lembre-se, seja rápido e discreto — entregou a chave que estava em seu bolso — A moto está do outro lado da esquina se livre dela quando terminar.

Wei assentiu uma última vez antes de sumir pela janela, Jingyi pendia sua cabeça para o lado confuso com tudo que acontecia sem entender exatamente porque seu tio havia se pendurado e se jogado pela janela, sendo que havia a porta da frente.

— Querido — Cheng se agachou para ficar da sua altura — Quero que não conte a ninguém o que acabou de ver, se perguntarem diga que seu tio Wei esteve aqui conosco esse tempo todo.

— Mas porque? — o encarou confuso — Ele está fazendo uma missão especial? — agora havia uma expressão animada em sua face.

— Isso mesmo, e ninguém além de nós podemos saber — explicou recebendo uma expressão contente — Agora me mostre seus brinquedos.

O pequeno se levantou e correu em direção ao closet onde ficavam seus brinquedos, naquele meio tempo Cheng revirou o quarto em busca de algum tipo de escuta ou gravadores não encontrando sinal de nenhum dos dois. Instalou pequenas câmeras em cantos estratégicos do quarto, sorrindo amavelmente para Jingyi que voltava segurando alguns brinquedos, olhou para o relógio em seu pulso vendo os ponteiros correrem.

Wei tinha duas horas.

Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora