Capítulo 37

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Consegue ouvir a música? Esse suave som perturba seu silêncio e quebra sua paz? Uma melodia triste que invade sua janela lhe trazendo notícias do lada de fora, sobre aqueles que já se foram e voltaram para lhe cobrar seu karma, antecipando sua agonia da mesma forma que fez a eles, tape seus ouvidos, fechem suas janelas, aquela música tocará pelos restos de seus dias amaldiçoadamente até que encontre seu fim e queime no inferno, arrastando-se sobre os ossos daqueles que você quebrou e destruiu. Agora enquanto olhava para o espelho, seus olhos cansados e as enormes olheiras causadas pela noites mal dormidas, Meng Yao discutia com seu proprio reflexo tentando entender onde ele havia errado, no que exatamente ele tinha falhado, aquela maldita música tocando em seus ouvidos sussurrada pelo maldito Jiang Cheng, fazia dias que sonhava com a sua imagem rindo de si enquanto sangrava até a morte em meio a grandes labaredas de fogos sem fim, mas aquele não podia ser seu destino, ele havia chegado tão longe para fracassar e perder de uma maneria tão patética.

Fazia três dias que Xichen não voltava para casa, passava suas noites solitárias naquela enorme mansão ouvindo o som dos passos dos funcionários ecoando pelo corredor, assim como seus sussurros que passavam pelas paredes e chegavam aos seus ouvidos, ele havia feito tanto para ter Xichen e agora estava o perdendo para a mesma pessoa que o havia arrancado de si a oito anos atrás, aqueles malditos tempos ainda o perseguiam o lembrando que o mais velho nunca foi realmente seu. Sua maldita ambição e ganância estavam o cobrando pelos seu erros e suas falhas, ele não fez seu dever de casa da maneira correta e o fantasma de Jiang Cheng que se esgueirava por suas costas, tinha se tornado real saindo do escuro para assombrá-lo mesmo a luz do dia, aqueles que morrem com ódio rancor sempre voltam para perseguir seus assassinos.

— Senhor —um dos seus homens o chamou — Aqui estão as informações que nos pediu — deixou a pasta sobre a mesa — Tudo que está aí, é dos últimos oito anos.

Meng Yao assentiu segurando a pasta em suas mãos para abri-la, a falta de expressão em sua face sendo substituída pela surpresa, então ele tinha razão, no final das contas Jiang Cheng sempre soube da verdade? Tudo que ele fez tinha sido visto? Então o tempo agiu implacavelmente sobre suas ações enquanto acreditava que estava tudo sobre seu controle, na verdade ele era apenas um fantoche em seus jogos, esperando maldosamente para voltar e descartá-lo juntos aqueles que tiveram suas linhas cortadas.

— Isso não pode ser possível — se colocou de pé — Essas informações estão corretas?

— Sim, analisamos tudo desde dos últimos anos e os crimes que seguiram durante os meses que o Jiang esteve aqui — o homem afirmou — A polícia esteve na cena do crime de todos eles e o Jiang esteve junto em todos os casos, não só esteve lá como ele mesmo ligou para a polícia. As imagens das câmeras que conseguimos são de todos seus sócios e de seus pais, todos eles estão mortos agora.

— Durante esse tempo todo, ele esteve nos vigiando — jogou a pasta no chãos, as folhas se espalhando — Ele sempre soube o que estávamos fazendo, cada passo, tudo.

— Senhor, também descobrimos que alguns dos sócios dentro da empresa Lan, foram colocados lá por ele.

Então tolamente ele achou que poderia enganar o maldito karma? Jiang Cheng tinha acumulado tanto ódio e rancor por ele a tal ponto? O perseguir obsessivamente e depois fazê-lo sangrar aos poucos tirando de si tudo que ele havia conquistado, começando suavemente pelas beiradas, anunciando sua chegada para depois executar mortes e mais mortes como um juiz enviado lá embaixo para aplicar sua sentença.

— Onde está Xichen? — perguntou.

— Alguns dos homens disseram que ele está no hospital desde os últimos três dias, mas não tem informação sobre o Jiang — respirou fundo omitindo um pequeno fato, que ele contaria mais tarde naquele diálogo — Acreditamos que ele pegou o homem responsável por atropelar Lan Wangji.

Um alto suspiro saiu de seus lábios, seus olhos voltando a encarar as fotos que haviam se espalhado pelo chão, ele havia sido tão confiante em acreditar que se livraria de Cheng tão fácil mas ainda assim não podia aceitar perder Xichen, ele o amava e faria o que fosse preciso.

— Ah mais uma coisa, senhor — o homem disse de maneira exitante.

— O que é dessa vez? — se virou para encará-lo — Não me diga que Cheng fez mais alguma coisa além de queimar todos nossos escritórios.

— Não é sobre o Jiang e sim sobre Xichen — engoliu em seco, ele tinha que falar aquilo ou sua cabeça rolaria mais tarde — Ele esteve no hospital nos últimos três dias mas ele sumiu, hoje pela manhã viram ele sair do hospital sozinho e mesmo depois de algumas não houve retorno.

— Sabem onde ele pode estar?

— Na verdade não, e acreditamos que ele não está com o Jiang.

Meng Ya o dispensou depois de mais algumas perguntas e pedi-lo para recolher a pasta, jogou seu corpo sobre o sofa perguntando-se o que faria a seguir para ter a situação novamente em seu controle, o maldito Jiang tinha passado alguns passos a sua frente e estava apenas esperando que mais erros fosse cometidos, se bem que tudo que ele havia feito até ali eram apenas ações desesperada, em algum momento ele tinha deixado de agir com calma se esquecido que tudo que precisa fazer era manter se na linha, não vacilar e no final seus erros estavam sendo cobrados. A porta da frente soou, o barulho dela se abrindo ecoando pela sala de estar, seu corpo se levantou de maneira automática um sorriso doce subindo aos seus lábios ao ver aquele que tinha o levado a tamanha loucura parado a sua frente, lhe oferecendo um sorriso terno e carinhoso que sempre fazia seu coração acelerar.

— Eu demorei meu amor? — a voz suave perguntou — Bem, não importa estou aqui agora, não vai me abraçar como sempre fez?

Aquele doce sorriso nunca sumindo, mesmo quando ele se aproximou, Meng Yao estava louco, era obsessivo, todo aquele amor era apenas uma doença criada em sua mente, mas isso realmente importava? Ele faria tudo de novo apenas para alimentar sua doença.

— Bem vindo de volta, Xichen.

Mas para aqueles que não buscam pela cura a uma morte cruel os esperando.

Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora