Capítulo 19

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De uma forma tola e totalmente estúpida ele caminhava para sua possível morte mesmo que quisesse acreditar no contrário, sua cabeça continuava a dar voltas sobre o que havia visto a três semanas atrás durante a visita de Cheng, era completamente um ato de suicídio ou quem sabe uma loucura e cada vez mais ele se convencia da verdade. Mas porque? Porque alguém como o homem que lhe sorria agora enquanto conversavam tranquilamente faria algo como aquilo? Não parecia sensato acusar ou imaginar que ele poderia em alguns minutos ter uma arma apontada em direção ao seu cunhado, pronto para decidir se ele deveria ou não morrer, não há uma justifica para o fim como não havia uma justificativa para um começo assim Wangji acreditava, mas existe um lado da história que ninguém conhece o lado sujo e podre que são escondidos pelas palavras bonitas e doces, que escondem toda a carnificina por trás da verdade. Enquanto seus caminhos seguiam sem direção, suas mãos tremiam se perguntando quando teria coragem para perguntar, para exigir uma explicação, quando as palavras que estavam na ponta de sua língua deixariam seus lábios?

- Eu fiquei realmente surpreso quando me chamou - Wei falou seguindo Wangji em direção a um bar não muito longe da rua meramente vazia que se encontravam - Me pergunto se há um motivo específico.

- Na verdade - remexeu-se inquieto - Eu gostaria de lhe perguntar algo mas não sei se irei ofendê-lo com isso.

- Parece algo extremamente sério - passou a mão em sua nuca um pouco desconcertado - Não costumo me ofender fácil, então acho que está tudo bem.

O mais velho cedeu seus passos a alguns metrôs do bar, ele podia ver as luzes de lá mas não as pessoas nem sequer ouvi-las, seus olhos dourados voltaram para os cinzas como um dia nublado criando coragem para deixar as palavras finalmente saírem.

- No dia em que foi a minha casa, junto de Cheng - uma breve pausa - Eu vi você, saindo pela janela do quarto de Jingyi e voltando uma hora depois eu poderia dizer.

- Você viu? - a expressão sorridente continuava em sua face - Do que está falando, Wangji? Tenho certeza que não viu nada.

- Eu realmente vi, Wei - se afastou alguns passos para trás - Eu tenho certeza...

Seu corpo foi de encontro a parede de alguma loja atrás de si, ele sentiu algo frio ser pressionado contra seu pescoço em um ponto que poderia se julgado como vital, o corpo de Wei prendia o seu contra parede seu braço direito pressionando seu peito e o cabo do que ele ponderou ser de um canivete pressionado sobre seu pescoço, não poderia ser a lâmina pelo formato sentido em sua pele.

- Wangji, eu realmente estou tentando fazer as coisas fáceis para você - seu rosto estava próximo ao do mais velho - Mas porque existe em dizer que viu fantasmas.

- W-Wei - sua voz tremeu levemente, seu corpo permanecia paralisado.

- Não olhe para mim como se eu fosse matá-lo, você sabe que eu não faria isso - se afastou retirando o cabo do canivete do pescoço do mais velho - Vamos conversar no seu apartamento, não estamos muito longe dele, não é mesmo?

- Como você sabe? - o mais velho perguntou receoso.

- Eu sei de tudo, Wangji - voltou a caminhar - Vamos, não quero que você pense que sou alguém ruim.

O caminho foi silencioso e rápido demais, Wei não seguia Wangji e sim ao contrário, enquanto seguiam pelas ruas agora já desertas o de olhos dourados sentia seus ossos tremerem pelo constante medo irracional em sua cabeça, seus pensamentos nunca deixando a expressão sorridente e calma do outro sumirem de sua cabeça. Quando alcançaram o prédio luxuoso em uma zona realmente nobre Wei acenou para que ele seguisse na frente, o porteiro o recebeu Wangji com um sorriso calmo que também foi direcionado a mais novo que retribuiu o ato, seguiram pelo elevador até estarem no corredor onde o apartamento do mais velho ficava, adentraram o ambiente apático e de cores neutras, branco e cinza que cobria apenas pequenos detalhes, havia algumas plantas e pequenos coelhos dormindo em uma gaiola em um canto da sala. Wei se jogou sobre a poltrona perto da entrada e Wangji se sentou no sofá a sua frente.

- Não irei negar, estou realmente cansado para isso - disse ajeitando em sua postura - Eu atirei em Meng Yao, mas estou contando com seu silêncio para que essa informação não chegue ao seu irmão mais velho e algumas ações tenham que ser executadas.

- Está falando sobre nos matar - suas palavras soaram como uma afirmação em vez de uma pergunta.

- Oh, não, estou falando sobre matar Meng Yao, não irei apontar uma arma para você e nem para Xichen - desdenhou - Está com medo de mim?

- Eu quero entender, alguém como você não soa como um assassino e ainda assim - exitou - Sinto que foi você o responsável por todas aquelas outras mortes.

- Algumas delas, Cheng se encarregou de uma pequena parte - deu de ombros - Você tem razão eu não deveria ser um assassino, não quando eu consigo colocar um sorriso tão fácil em meus lábios, quando eu posso soar tão pacifico e inocente, parece até incoerente imaginar que minhas mãos estiverem sujas com o sangue de algumas pessoas.

- Você fala como se não fosse nada - Wangji o encarou - Como se todas essas vidas não importassem, isso é cruel.

- Não, isso não é cruel, sabe o que é realmente cruel? - se inclinou um pouco para frente - Todas mentiras que lhe contam, no que fazem você acreditar a medida que confia em alguém, em toda carnificina por trás de uma olhar doce e puro, Wangji. Eu não mato pessoas, eu elimino vermes que acreditam que nenhum de seus atos serão cobrados e todo ato de covardia pode ser esquecido.

- Eu confiei em você, você entrou em nossa casa - se levantou - E agora você me diz que não é um assassino, apenas um justo?

- Você sabe o que Meng Yao fez, todos sabem - se colocou de pé assim como o mais velho - Achou que nunca voltaríamos? Que esquecemos? Passamos dias, noites esperando por esse momento, eu não vou parar enquanto isso não tiver um fim, não estou pedindo que confie em mim.

- O que quer então?

- Que se apaixone por mim, mesmo sabendo o que eu fiz e quem eu sou - sorriu - Quanto ao resto apenas esqueça que me viu. Você precisa entender que se fechar os olhos, você verá o lado da história que não te contaram, decida o que quiser se vai me amar ou me odiar, eu estarei esperando a sua resposta - se afastou - Mas saiba que independente da sua resposta, você nunca será um deles.

Wei se retirou deixando Wangji e seus milhões de pensamentos e uma decisão em suas mãos, amar ou odiar? E por que não escolher amar?


Você Vai Se Arrepender De Ter Me Conhecido - Xicheng. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora