Precisando dela.

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POV EMMA

Uma semana havia se passado desde que Regina e eu resolvemos que nosso namoro continuaria, ela procurava sempre estar por perto, me chamava para dormir em sua casa todas as noites, e quando não conseguia ir, ela fazia biquinho, e sem que eu esperasse estava na porta da minha casa, pronta pra passar a noite comigo.

Eu não sabia como reagiria com a distância, minha rotina seria muito puxada, e não tinha dúvida nenhuma disso, mas eu tentaria visitar Regina com frequência, um ano passaria rápido, porém um ano para duas pessoas apaixonadas, era mais do que eu, ou qualquer outra pessoa, pudesse descrever.

Cheguei na delegacia um pouco mais cedo, me assustei quando encontrei Elsa sentada em uma das cadeiras de frente a minha mesa, seis horas da manhã, cedo demais pra essa criatura está acordada.

-Elsa?- chamei quando passei pela porta da minha sala, ela sorriu, mas não era seu sorriso largo e brincalhão que costumava me direcionar todos os dias quando nos encontrávamos.

-Hum... oi... espero que não se importe por eu ter entrado na sala.

-Nunca me importaria, Elsa... mas o que aconteceu?!- perguntei colocando meu notebook na mesa, e me apoiando no canto da mesma. Elsa se levantou, não disse nada, andou de um lado para o outro, passou as mãos de forma nervosa pelos cabelos longos e loiros, e por fim me olhou nos olhos, só então notei que ela chorava.

-Elsa, agora estou preocupada, o que aconteceu?- ela respirou fundo, e me encarou.

-Emma, mamãe não se lembrou de mim.- eu engoli em seco, já suspeitava que mamãe não estava bem, quando tentava falar com ela, dona Ingrid sempre mudava de assunto, desconversava, e eu sabia, a única que ela ouviria seria Elsa.

-Elsa...- falei baixinho, puxei minha irmã para meus braços e a abracei forte, apertado, tentando passar calma a ela.

-Ela precisa de um médico, Emm, ela... ela precisa de alguém com ela, cheguei em nossa casa hoje, e... mamãe havia se queimado tentando fazer café. O que devemos fazer? Eu a levei ao hospital, deixei ela lá, marquei consulta com alguns médicos, e quando entrei no quarto, ela perguntou se eu era uma das médicas...- Elsa falava rápido, e tudo era um pouco desconexo, tentei acompanhar, mas o que eu queria mesmo era acalmar minha irmã.

-Elsa... acalme-se. Como ela está? Se machucou muito?- ela negou e limpou os olhos se afastando do meu corpo

-Uma queimadura de segundo grau na mão... Emma, o que vamos fazer?- respirei fundo.

-Elsa... você sabe que você tem uma relação melhor com ela, mamãe nos ama, mas vocês são mais ligadas, e...

-Eu sei de tudo isso, estou pensando em morar com ela por um tempo.

-Eu acho uma excelente ideia, até porque...- mordi minha bochecha, estava nervosa.

-Até porque, o que?!

-Eu passei no concurso de treinamento para me tornar delegada, Elsa, vou para Londres em duas semanas.- ela me olhou profundamente, e em seguida me abraçou.

-Estou tão, tão orgulhosa de você, Emma!

-Mas, não está brava?

-Por que estaria?

-Vou te deixar aqui sozinha, como você irá fazer?

-Eu dou um jeito, e se de tudo não aguentar, eu contrato uma enfermeira.- afirmei, e puxei minha irmã para meus braços.

-Já sinto sua falta, Emma.- deixei que uma pequena lágrima rolasse por meu rosto, mas a sequei rapidamente.

-Também já sinto a sua, Elsa.- beijei o topo de sua cabeça, e ficamos assim por alguns minutos.

(...)

Depois do episódio com Elsa,fui até o hospital ver nossa mãe, ela estava bem, um pouco confusa, mas ainda sim, ela estava bem. O médico diagnosticou um caso de começo de demência. Era triste, porém era melhor do que não tê-la conosco.

Aproveitei que sua memória estava boa, e então contei sobre Londres, o que ela disse? Que torcia muito por mim, e torcia mais ainda para meu relacionamento com Regina sobreviver às paranóias que a distância coloca em nossa cabeça.

Após visitá-la, fui até a prefeitura, precisava ver Regina, precisava mais ainda abraçá-la. Assim que estacionei na prefeitura, desci do meu fusca, e adentrei o prédio, em seguida fui até o segundo andar, onde ficava o gabinete da prefeita.

-Xerife Swan, bom dia.- Ella disse sorrindo.

-Bom dia Ella, a Regina está?

-Está sim, em uma reunião, mas vou avisá-la que está aqui.- Ella se levantou e caminhou até a porta, onde deu duas batidas da porta.

POV REGINA

Estava terminando a reunião com Fiona Murray, uma das advogadas da firma que contrataria, ela era uma mulher extremamente inteligente. Ela era morena, tinha longos cabelos castanhos, e olhos escuros, usava uma calça de alfaiataria branca, e uma blusa de seda azul clara.

Nossa conversa foi interrompida por batidas na porta.

-Só um momento, senhorita Murray.- ela afirmou.- Pode abrir, Ella.- levantei meu óculos de grau e encarei a loira, minha secretária atravessou a sala, e olhou apreensiva pra mim.

-Estou interrompendo?

-Um pouco, porém deve ser algo importante.- Ella afirmou.

-A xerife Swan está aí.- arqueei a sobrancelha, Emma não costumava aparecer nesse horário, geralmente era mais tarde que ela vinha para almoçarmos juntas.- Se me permite dizer, ela não parece bem.- me alarmou.

-Pede pra ela entrar, por favor.

-Senhorita Murray, eu... minha namorada precisa de mim, sei que não devemos misturar o pessoal e profissional, porém...

-Imagine, eu entendo. Minha noiva também é tudo pra mim, prefeita Mills.- ela me sorriu gentilmente, e então se levantou estendendo a mão, eu apertei.- Semana que vem meu sócio estará presente, e o restante da equipe também.

-Ótimo!! Podemos assinar o contrato essa semana ainda.- sorri, e a mulher morena saiu da minha sala, no instante seguinte Emma entrou, ela estava cabisbaixa, não parecia feliz. Assim que fechou a porta, eu fiz o que sempre fazia, abri meus braços, e ela se apressou para me alcançar, seus braços me envolveram, e ela enfiou o nariz em meu pescoço.

-Oh meu bem, o que aconteceu?- perguntei acariciando seus cabelos loiros que estavam soltos.

-Amor... minha mãe foi diagnosticada com demência.- ela sussurrou baixinho em meu ouvido, e fechei os olhos, Ingrid era tão nova, não merecia isso.

-Eu sinto muito, meu amor. Tem algo que possa fazer?

-Só... fica comigo, Gina.- afastei seu rosto, e fiz com que ela me olhasse nos olhos.

-Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui, Emma. Sempre vou estar aqui.- beijei seus lábios delicadamente, e com ela ainda agarrada a mim, peguei meu telefone e liguei para Ella, pedi para que ela remarcasse todos os meus compromissos, mesmo ouvindo os protestos de Emma.

-Você não precisa fazer isso, Regis.

-Você precisa de mim, e eu preciso de você também. Quero ficar com você o dia todo, vamos aproveitar esse tempinho de chuva que está começando a formar...

-O que eu faria sem você, hein?!- sorri e beijei seus lábios.

-Seus problemas são meus problemas, suas alegrias são minhas alegrias, e sempre será assim, meu amor. Eu amo você.

-Amo você!

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