Cap 7: Solstício de verão

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Estava bebendo um chá no sofá do meu quarto quando senti um gosto estranho que não era normal do chá.

Eu abaixei a xícara e vi algo borbulhando nela, algo branco comecou a virar e me dei conta que era um olho, a merda de um olho estava na minha xícara e a pupila estava mesmo para cima!

Quando olhei para frente, meu pai estava sentado, sem cor, sem alma, sem um olho.

Papai: Você achou mesmo que iria se livrar de mim querida?

Eu comecei a tremer, seu olho estava fundo e sangue escorria pela sua barriga. Onde aquela maldita espada havia perfurado.

Papai: Você é tão ingênua, acha que vão protegê-la? Ninguém vai te proteger, você vai falhar, desista.

Rosetta: Eu-eu não posso

Estava me afundando no acento, e as paredes estavam chegando mais perto. A xícara se estilhaçou.

Papai: Pode, porque você sempre vai perder, você não vai conseguir.

Rosetta: Cale a boca!

Balançando descontrolada minha cabeça eu fiz de tudo para negar isso a mim mesma.

Papai: Eu vou estar esperando você fracassar todas as noites!

Ele gritou antes de se levantar e me atacar.

Eu acordei mais uma vez suada e ofegante, olhando para janela, o céu ainda estava escuro, liguei uma lamparina ao lado da cama tentando me acalmar.

Foi um pesadelo.

Não conseguiria dormir denovo, então fui para câmara de banho.

Vesti calças pretas e uma blusa branca sem mangas, amarrei as minhas botas até a canela e trancei o meu cabelo.

O sol estava a nascer quando eu comecei a correr pelas redondezas das florestas do castelo.

A mesma rota que fazia com Mathias, depois de duas voltas ele estava no ponto em que nos encontrávamos.

Mathias: Como...

Rosetta: Não consegui dormir.

Eu falei com a voz ofegante colocando as mãos no joelho.

Mathias: Já que se aqueceu, vamos pro ringue.

Eu bati as mãos pra tirar a sujeira e segui com ele até a área de treinamento.

Mathias: O que faz quando acha que alguém está prestes a te atacar?

Rosetta: Eu averiguo o ambiente.

Mathias: E quando ele te ataca?

Rosetta: Eu me defendo.

Ele tentou um chute no meu rosto mas eu já estava bloqueando com o cotovelo, ele tentou de novo dando um soco, eu desviei para a direita, depois para esquerda. Uma rasteira dele e eu havia pulado.

Eu levantei os punhos e os fios soltos da trança balançaram com o vento.

Mathias: Muito bom.

Levantando as sobrancelhas cruzei os braços.

Rosetta: Tudo bem, eu sei o que está pensando "Rosetta você é tão foda".

Ele atacou de novo, com mais força e mais rápido, eu me abaixei me esquivando e dando um soco no estômago que o fez cambalear.

Rosetta: Deuses...

Ele levou a mão pra barriga recuperando o fôlego.

Mathias: Precisa controlar sua força feerica, vamos aprender em que pontos atacar.

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