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Cap 13: Luz de vagalumes

Eu afastei uma cortina branca que voava entre os pilares negros, Hakon arregalou os olhos e se levantou de onde estava sentado com Arthur e Helenice.

Ele vestia calças sociais pretas com uma camisa de botões branca embaixo do seu sobretudo da mesma cor da calça, seu cabelo estava controlado, mas seus olhos não. Eles se moviam agitados sobre o meu rosto depois sobre o vestido.

Hakon: Você é mais bonita que todas as rosas que já vi florescerem.

Sua voz estava ofegante e aquilo agitou meu sangue. Ele andou até ficarmos mais próximos e ofereceu sua mão, minha respiração estava funda, talvez meu estomago gelado mas eu segurei sua mão.

Rosetta: Você também está muito bonito.

Helenice bateu nos joelhos se levantando.

Helenice: Bebam por mim!

Ela empurrou Arthur com sua cara emburrada, mas não tirei os olhos de Hakon nem por um minuto e vice versa.

Quando lembramos que precisávamos sair invés de ficar com olhares famintos, ele selou dois cavalos e começamos uma cavalgada tranquila sobre a floresta até ele parar.

Rosetta: Pra onde iremos?

Hakon: É surpresa, e você matou um homem na minha frente, não tentaria te fazer mal.

Ele me deu uma piscadela antes de sair do cavalo e me ajudar a sair do meu sem rasgar o vestido.
Hakon pegou na minha mão e me guiou até um vasto lago.

Rosetta: Deuses...

O céu salpicado de estrelas refletiu sobre as águas calmas, uma canoa estava na margem, nela havia uma cesta com vinho, podia-se sentir cheiro de alguma comida nela, algumas velas brilhavam como vagalumes.

Hakon: Queria algo a sua altura, vamos?

Ele me ajudou a subir no pequeno barco e empurrou para a água, quando tentou correr pra entrar alguns respingos sacudiram me fazendo rir.

Ele parou quando estávamos no centro do lago e a água permanecia tênue, alguns vagalumes de verdade brilhavam sobre ela. Hakon abriu primeiro o vinho tirando duas taças da cesta, colocando pra mim, depois pra ele.

Hakon: Você nunca me contou sobre a sua família.

E estava certo, eu não havia compartilhado nada sobre ela com ninguém, a corte das trevas apenas, sabia. Mas diante todos nossos momentos juntos falando sobre tudo, minha família parecia ser algo triste.

Rosetta: Eles estão mortos, meu pai foi assasinado e a minha mãe não aguentou o luto.

Ele tocou na minha mão, o seu calor dissipou um pouco do meu frio na barriga.

Hakon: Você é mais forte doque imaginei.

Rosetta: E a sua?

Ele levantou a cabeça pra observar as estrelas e deu um suspiro nasal.

Hakon: Meu pai morreu muito novo, eu fui criado pelo meu tio e pela minha mãe.

Rosetta: O pai de Helenice?

Hakon: Não, nós temos uma família grande como você percebeu, era um outro tio, ele me ensinou tudo que sabia.

Ele passou a mão pela nuca olhando pra água, parecia desconfortável. Certo, nós dois não parecíamos a favor do assunto família.

Hakon: Ele é rígido e autoritário, acho que tentou desempenhar o papel que meu pai não conseguiu.

Dessa vez foi a minha vez de conforta-lo e segurar sua mão, ele enfim se concentrou em minha mão e depois em mim, seus olhos pareciam brilhar.