Cap 36: Esperança

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Eu acordei ainda algemada, meus pulsos estavam extremamente doloridos e as fadas pareciam perceber, porque quando fui banhada de novo elas passaram remédios, me pegava pensando se elas sabiam o que realmente estava acontecendo, como o mundo estava agora.

Fui levada até o banquete real, mas apenas Hakon estava na mesa, onde a rainha estava? Ou ela também era mantida em cativeiro, quando me sentei à vontade de esfaquear Hakon com a faca como Jonathan havia me ensinado martelava na minha cabeça.

Hakon: Deveria comer com tanto fervor quanto olha pra mim.

Rose: Eu não ficaria contente em ver a comida sangrar nas minhas mãos.

Hakon: Alguém já te disse que você é extremamente violenta?

Hum, eu sorri e comecei a comer. Algumas pessoas.

Percebi que seu olhar descia pros meus grilhões uma garfada ou outra, incômodo de comer ao lado de uma pessoa algemada? Bem, eu não seria tola o suficiente para recusar comida e não me fortalecer, tinha que estar preparada.

Eles me levaram para aquela sala de novo, eu gritei como se a minha alma estivesse sido arrancada de novo, eu desmaiei de dor de novo e acordei no meu quarto gemendo de novo.

No outro dia minha orelhas estavam agitadas, muitos barulhos distantes me faziam ter espasmos, essa audição... eu ainda não havia me acostumado.

Ludi: Calma, estão apenas ajeitando algumas coisas no castelo.

Rose: O que terá no castelo?

Tina: Um baile!

Elas trançavam meu cabelo na frente do espelho, meus olhos estavam fundos e notei minha pele ficar um pouco pálida, elas tentavam ao máximo ajudar com maquiagem.

Rose: Vocês... sabem o que acontece quando eu estou fora?

Jani: Você se comporta mal e é castigada pelo rei.

Rose: Foram isso que disseram a vocês?

Elas concordaram com a cabeça umas pras outras, elas não sabem que o rei é um sociopata louco por poder.

Rose: Esse baile... quando acontecerá?

Ludi: Amanhã a noite.

Elas suspiraram com a ideia de um baile, eu também queria suspirar mas com a ideia de uma fuga, o rei estaria ocupado e tenho certeza que metade da guarda real. Se eu conseguir chegar até a floresta posso arranjar algo para quebrar às algemas.

Mas então a verdade me atingiu como um balde de água gelada, era uma armadilha, o rei estava atraindo Rynon para um resgate e Helenice saberia de todo e qualquer plano que a corte tivesse. Meu estômago embrulhou, pela primeira vez me vi querendo que Rynon não me achasse.

Se me falassem que eu sentiria falta ou relembrasse dos beijos de Rynon a um ano atrás, eu soltaria uma risada de louca. Mas era assim que eu me via, eu neguei por muito tempo a minha própria mente a ceder que eu queria ser tocada por ele, agora parecia gritar o contrário, Scanfta... essa era uma das coisas que ainda me mantinham em pé.

Eu havia perdido com Hakon, mas como meu pai dizia, fracasso era uma motivação e eu estava extremamente motivada a sair daqui e fazê-lo pagar. Helenice seria outra, eu havia confiado, achei que teria uma amiga, mas bem os primos compartilhavam segredos.

Então fui levada de novo ao almoço aquele remota rotina, Hakon continuava a lançar olhares que achava que eram sorrateiros pros meus grilhões, ele pode estar com medo de que eu os quebre. O sucumbi terminou a refeição mais rápido dessa vez, estava com a cara brava, eu não deveria ser o motivo, nem ao menos troquei uma palavra com ele.

Quando um empregado retirou o prato dele eu fiquei tentada a pegar uma faca da mesa na minha frente até vislumbrar um cabelo azul... um azul tão escuro que parecia negro.

Meu coração disparava pelo peito, o sujeito alto se aproximou debaixo do chapéu branco com um sorriso encoberto pelas sombras, chegou perto pra retirar meu prato mesmo que eu não tivesse terminado, deixei que continuasse.

Dietric: Acho que isso lhe pertence.

Com uma leveza ele tirou a minha adaga da sua manga e colocou no meu colo, eu quis chorar, abraçá-lo ou qualquer outra coisa, mas segurei minha adaga com um calor amigo na palma da mão e a coloquei por dentro do meu vestido. Ela era uma boa amiga.

Dietric: Peça um vestido preto está noite.

Meu sangue rugiu, escutar sua voz era tão reconfortante depois de tanta dor, mas o rei...

Rose: É uma armadilha.

Dietric: Nós já achamos o passarinho traidor.

Eu soltei o ar dos meus pulmões, eu entendia o que ele queria dizer, eles queriam me diferenciar das outras e sabiam o que lhe aguardavam.

O rei não quis me ver hoje, estava ocupado demais com o baile para se importa comigo, achando que acertaria dois coelhos em cajadada. Ele só não esperava que os coelhos já soubessem seu truque.

Uma carta se arrastou por baixo da minha porta, continha a selo real, eu escondi a minha adaga debaixo do colchão enquanto as fadas saíram voando com a carta, brigando por lerem uma arrebatou a carta da outra.

Ludi: Ela foi convidada!

Tina: Ela foi convidada?

Jani: Ela foi convidadaaaa!

Pararam voando na minha frente com sorrisos, deveria ser uma honra para elas ser convidada a um baile real, se elas pudessem ver como eram os de Yteron...

Eu os veria em breve e voltaria para que elas também pudessem ver por si próprias.

Rosetta: Se não for demais...eu queria pedir algo no meu vestido.

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