Cap 18: Estrelas sobre a água

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Vamos lá, agora que as minhas aulas com Isabelle tinham acabado havia tempo o suficiente pra me manter ocupada com outras coisas.

Estava começando a ficar automático não querer parar de fazer algo, precisava ocupar minha cabeça pra não pensar demais nos meus pesadelos, ou em como um livro de magia havia me afetado tanto com simples memórias.

Eu estava na sala de treinamento de Dietric, um círculo grande com pilastras em volta e nas paredes, armários contendo as diversas armas que jamais vi na vida. Estou vindo aqui todos os dias a uma semana.

Dietric: Aprenderá como sair despercebida hoje.

Rosetta: Eu aprendi isso com Isabelle.

Ele andou em círculos me avaliando com os braços cruzados, suas botas fazendo sons contra o mármore negro.

Dietric: Isabelle te ensinou a sair despercebida sendo visível. Você será invisível aos olhos.

ARTHUR

Eu e Louise estávamos em uma biblioteca no centro da cidade de Yteron, uma semana havia se passado diante nossas pesquisas.

Eu precisava de alguma oportunidade de ajudar e ela me deu de bom grado, estávamos estudando magia dos bruxos e como funcionavam.

Dietric havia colocado espiões pela cidade monitorando bruxos ao ar livre, a organização daquele reino ainda me mantia intrigado depois de meses aqui.

Louise: Quer tomar alguma coisa antes de voltar pra casa?

Eu concordei com a cabeça e nós arrumamos os livros que iríamos levar pra casa, a biblioteca as vezes me trazia memórias ruins, era isso que nós éramos? Eu e a Rosetta? Atormentados por memórias do passado?

Paramos em um restaurante com cadeiras ao ar livre, o céu sempre era a minha distração, as constelações como explosões enchiam meu coração. Nos sentamos e pedimos bebidas quentes, por mais que fosse o final do verão a noite ainda fazia frio.

Louise: Está tendo pesadelos?

Arthur: Como sabe?

Louise: Consigo ver a sua angústia as vezes a noite.

Arthur: Não acho que seja os pesadelos...

Louise: Isabelle não é uma pessoa má.

Eu engasguei com o próprio ar quando ela comentou sobre Isabelle, eu não havia contado a ninguém, exceto minha irmã que havia sentido o cheiro recente e descoberto.

Louise: É quase impossível não notar como vocês dois agem iguais a idiotas juntos, e agora que não falam um com o outro parecem mortos.

Eu passei a minha mão pelo pescoço olhando pros meus sapatos, era estranho comentar o que eu estava sentindo pros outros, o que eu nunca fazia, haviam muito mais a se preocupar.

Arthur: Eu ultrapassei as barreiras.

Ela soltou um longo suspirar olhando para pessoas que passavam, seu olhar era profundo como se estivesse revivendo memórias, Louise era mortalmente bonita e avassaladora, mesmo com olhares e palavras afiadas, era calculista com elas.

Louise: Você sabe porque elas estavam lá pra início de conversa?

Um sátiro trouxe nossas bebidas dando um comprimento gentil pra Louise, por incrível que pareça ela respondeu com um sorriso. Eu havia presumido que Isabelle nunca quis ser mais que a minha amiga, mas as palavras não se encaixavam, "não podemos" com "não quero".

Louise: As pessoas criam barreiras porque não querem que algo se repita denovo, Isabelle pode ser doce, mas o seu passado não. Ainda é uma princesa de um reino marítimo, eles tem seus próprios costumes e regras.

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