Cap 15: Sangue e segredos

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Eu acordei no mesmo dia, sem enjoos ou dores de cabeça, não estava indisposta como Rynon havia dito. Eu apenas acordei como se tivesse dormido a noite inteira, mas era de tarde.

Eu tomei um banho e coloquei um vestido marfim sem mangas, curto e confortável. Enquanto amarrava o tecido da minha cintura em um laço atrás das minhas costas eu observei minha janela e vi que Isabelle estava na água.

Não havia a visto uma forma aquática ainda, achei que era impossível que ficasse mais bonita e atraente, mesmo pensativa com as costas encostadas nas pedras, parecia arte.

Arthur deveria estar sozinho no quarto essa hora,então soube que esse era meu caminho. Quando abri a porta ele estava na janela lendo um livro, sobrancelhas franzidas, estava mesmo lendo ou apenas vagando a mente?

Eu me sentei ao lado dele esparramado minhas pernas num banquinho.

Rosetta: Iai, o que fez desde que saí?

Arthur: Nada tão interessante quanto a sua noite, soube que voltou bebada pro café da manhã.

Rosetta: Bem, ocorrências, porque não estava lá? Estava ocupado com coisas nada interessantes?

Ele abaixou o livro e levantou uma das sobrancelhas.

Rosetta: Sinto o cheiro dela em você, no café parecia atordoada.

Algo deveria ter acontecido, eles nunca ficaram assim um com o outro, entre as risadas eu sempre pude sentir que a conexão deles ia mais além.

Arthur: Eu não sei o que pensar.

Ele levou às mãos a cabeça e esfregou o rosto tentando colocar os pensamentos em ordem.

Arthur: Eu a beijei.

Quase dei um solavanco do sofá.

Rosetta: Isso é bom!

Arthur: Não, não é. Ela não quis que eu continuasse, ela não quer qualquer coisa relacionada a mim.

Eu levei meu dedão até meus lábios o pressionando, não acho que Isabelle recusaria meu irmão assim, se não o quisesse o beijo não teria acontecido, meu irmão é muito bonito e inteligente, não é como se ela não o achasse atraente.

Rosetta: Vocês gostam da companhia um do outro, a chame pra conversar, apenas tentem jogar limpo talvez pela amizade de vocês.

Muita coisa poderia ser escondida, até sentimentos, se não houvesse uma conversa sincera.

Arthur: Tudo bem, eu vou tentar. Hakon não fez nenhuma merda que sirva de desculpa pra enxotar ele daqui?

Eu cai no ombro do meu irmão com um suspiro, eu parecia uma adolescente quando dava o primeiro beijo.

Rosetta: Ele é doce, eu não penso que estou com uma corda no pescoço com ele.

Ele acariciou meu cabelo respirando fundo, eu sei que somos territoriais, mas meu irmão só queria o meu bem.

Nós dois escutamos passos se aproximando, viramos a cabeça no mesmo tempo pra ver quem iria abrir a porta.

Rosetta: Vepynl atrás de mim?

Arthur: Sinto cheiro de Dietric.

Rosetta: Quer apostar?

Apostas, eram sempre em ocasiões bestas porém necessárias pra nós entreter diante de um furacão.

Arthur: Fechado, quem perder tem que pegar o caderno do Rynon.

Dietric abriu a porta, Arthur pulou de onde estava e eu dei soquinhos no seu ombro antes que pudesse replicar.

𝖠 𝖡𝖠𝖱𝖦𝖠𝖭𝖧𝖠 𝖣𝖤𝖫𝖤 Onde histórias criam vida. Descubra agora