Cap 33: A verdade

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Rosetta: Nenhum feérico pode fazer isso...

Ryn: Nenhum é igual a você.

Eu me levantei da cama, precisava sentir o chão firme nos meus pés, eu não sei como mas consegui abaixar tudo dos ares de uma vez só.

Rosetta: A algo errado, não é o certo, poderes assim são herdados.

Ryn: Nós precisamos conversar agora.

Eu dei um passo para trás, sua mandíbula estava tensa e seu rosto sério demais, que inferno estava acontecendo?

Ryn: No dia que matei aqueles espectros na biblioteca... não era eu guiando as minhas sombras.

Esse maldito dia, senti meu pulso acelerar.

Rosetta: Então quem os matou?

Ryn: Você.

Eu soltei uma risada fraca, não, não. Ele iria dizer que era tudo uma brincadeira. Eu não controlava as sombras.

Ryn: Eu iria matá-los de qualquer forma, mas você absorveu a minha magia é a guiou pro seu propósito.

Minhas mãos se fecharam em punhos, eu não podia ter feito isso, eu não posso fazer tal coisa. Esse poder, não deveria estar em mim, a menos que...

Rosetta: Porque você me chama de lírio Rynon?

Ele pareceu engolir seco, suas mãos abriam e fechavam também.

Ryn: A 19 anos atrás houve outra profecia feérica.

Eu fechei meus olhos para conter as minhas lágrimas. Estava começando a não ficar grata pela minha intuição.

Rynon: "Uma flor nascerá da guerra, destruirá um reino confinado a ela e ela será a parceira do caos"

O ar parecia ralo nos meus pulmões. Eu fui predestinada por uma profecia quando nasci... parceria do caos. Rynon.

Rynon: Eu sabia que seria minha ruína e a do meu reino e seria pelas mãos da minha própria parceira... então eu a cacei, por todos os reinos, apenas para saber que uma garota com um nome Rosetta estava na terra do meu inimigo. Eu fiquei tão enfurecido que sabia que tinha que te matar por Yteron, mas quando eu te vi... só tinha 16 anos. Estava descalça em um vestido amarrado entre as pernas enquanto subia numa árvore, ajudando uma fada pequena que havia quebrado a asa subir no galho. Eu pensei que veria uma assassina pronta para me derrotar, treinada pelo seu rei.

Ele deu um sorriso triste olhando pro chão, minhas mãos apertaram meu vestido, minha garganta ardendo enquanto algumas lágrimas desciam desenfreadas. Ele havia me encontrado muito antes.

Rynon: Então o que eu vi foi uma feérica vestida igual uma boneca com fitas no cabelo e suja de terra, quando ajudou a fada, você caiu em um ninho de lírios, eu dei um passo achando que havia se machucado, mas você riu de si mesma, quando me escutou não se assuntou, não conseguia me ver porque eu estava nas sombras mas simplesmente falou "São só lírios, eles não machucam".

Eu lembrava deste dia, achei que era algum gnomo ou uma das criaturas de jardim que rondavam nossa casa, não que fosse o meu parceiro.

Rynon: Eu te observei desde então Rose, te observei desafiar os feéricos da sua idade, a encher sua casa com música, a tomar chá sozinha porque os outros não chegavam perto, e também a saber lidar com isso, te observei virar uma mulher.

Meus joelhos queriam tremer, mas me mantive firme em pé, ele deu um passo para frente e neguei com a cabeça, não estava pronta.

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